Primeiro encontro

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       Sarah e Benjamin começaram a conversar na manhã seguinte. Ao acordar, a garota já possuía uma mensagem não lida do novo contato:

        "Oi, aqui é o Benjamin Brooklyn, da livraria"
         
         Ela sorriu. Achava que também teria de mandar a primeira mensagem. Pelo visto ele não era tão tímido quanto ela havia imaginado. Respondeu com um "Olá, tudo bem?" na mesma manhã, e recebeu uma resposta poucos minutos depois. Eles começaram uma conversa. Tímidos, no início, mas foi necessário apenas algumas semanas para que os dois conversassem como quem se conhece há décadas. Benjamin, a cada mensagem enviada, se perguntava se já estava na hora de convidar Sarah para um encontro. Lia e relia suas mensagens, para ter certeza que não seriam ofensivas, e para que não o prejudicassem em um futuro próximo. O garoto queria que Sarah se apaixonasse no primeiro encontro, mas não fazia ideia de como faria isso. Filho único de mãe solteira, ele não tinha nenhuma figura masculina próxima para perguntar coisas desse tipo, mas resolveu arriscar, e foi pedir ajuda para a mãe.

            Sarah já havia recebido muitos convites para encontros, mas, enquanto segurava a carta, escrita por Benjamin, com uma gramática vitoriana e papel especial, repetia para si mesma que havia encontrado o garoto perfeito para ela. Mesmo não gostando de livros, característica que o fez perder pontos com ela, admitia, ele havia se interessado quando ela começou a demonstrar sua enorme paixão por romances de época. Agora entendia o porquê. Se o objetivo dele era conquistá-la, havia obtido êxito. Sarah não conseguia nem mesmo se imaginar recusando um convite assim.

               Benjamin sentiu como se pudesse sair flutuando a qualquer momento quando recebeu uma confirmação de Sarah, referente ao encontro. Ele correu até sua mãe, para contar a novidade. Ela demonstrou grande animação por seu filho. A cada mensagem da menina comentando seu convite, que foram muitas, o garoto se sentia mais feliz por ter decidido aquele modo para convidá-la para um encontro. Estava marcado para 12 de julho, data que os dois estariam livres. Nenhum estava calmo, e a ansiedade mal se continha dentro deles. Quando o dia tão esperado finalmente chegou os dois se prepararam, e tentaram acalmar o nervosismo da melhor forma que conseguissem.

              Eles se encontraram já na cafeteria, Benjamin havia chegado mais cedo e Sarah chegou exatamente no horário. Os dois sorriram, era um outro ponto em comum. Benjamin engoliu em seco para conter a timidez, ele não queria demonstrar o nervosismo, mas sempre havia sido horrível em iniciar uma conversa. E quando pôs os olhos em Sarah esqueceu até do seu próprio nome. Felizmente Sarah já havia percebido o quanto o garoto era envergonhado, e havia achado isso muito fofo, não se incomodando nem um pouco em falar primeiro assim que se sentou na mesa escolhida, A13:

             - Olá! Você está muito bonito.

             Ele sorriu, e finalmente lembrou de como se falava.

              - E você está... Perfeita.

              Sarah havia escolhido seu vestido favorito, um azul, que ficava colado em seu corpo, usava também uma sapatilha e uma maquiagem fraca. Seus cabelos caíam em cascata sobre seus ombros. Ela chegaria antes do horário marcado, também, se sua irmã não tivesse insistido em tirar tantas fotos. Ela sorriu timidamente para Benjamin, e depois se perguntou o porquê havia feito isso, nunca havia sido tímida. Um homem chegou na mesa com o pequeno cardápio e um sorriso para os clientes. Sarah aceitou o cardápio e leu suas opções, cada uma parecendo mais gostosa que a outra. Olhou para Benjamin e ele já a observava, abriu um sorriso.

           - Tudo parece delicioso, não, é?- Ela sorri e concorda com a cabeça.- E tudo realmente é gostoso. Eu recomendo a Pavlova, mas vou pedir um Tiramisu.

           A última parte ele fala com o garçom, que olha para Sarah após anotar em um caderninho o pedido, ela decide aceitar a sugestão de Benjamin e pede a Pavlova. Depois o homem vai embora e ela se vira novamente para Benjamin.

          - Então, o que eu aceitei pedir?
          - Não se preocupa, não vai te matar. É um doce australiano de merengue. Acho que só provei um mais gostoso que o daqui na Austrália.

          O encontro segue normalmente, os dois têm um agradável tempo juntos. Sarah volta para casa pensando na risada de Benjamin, talvez ela realmente já gostasse dele.

Até o último suspiroOnde histórias criam vida. Descubra agora