UM LOUCO AMOR

sabe que não precisa pedir permissão

  Eu não queria dormir e sim morrer, era esse meu desejo, fiquei encolhida na cama por horas, Amelia veio me ver depois de link ter contado, eu imagino por que ela a sabia, ela me abraçou e falou coisas doces, mais eu não respondi, ela não entenderia essa dor, ninguém que não tenha vivido isso me entenderia, lembrei das palavras de Andrew  “e como morrer mil mortes” e ainda sim permanecer vivo para sentir a dor, aquela dor que vai te esmagando e te consumindo a cada milésimo de segundo, a cada batida do coração doí mais, só de imaginar não ver seu ventre crescendo e crescendo para se adaptar aquele pequeno ser, ate você ver o rostinho dele, ouvir o som do seu choro, eu não veria minha filha, ela nunca chegaria,  link veio com comida mais eu não quis, sentia minha garganta fechada, ele insistiu fez ameaças mais depois desistiu, já passava das nove da noite quando Andrew ligou

- oi amor – ele falou quando atendi

- oi – falei fraco

- o que você tem? – ouvi a preocupação na voz dele

- quando você volta? – pedi

- dentro de cinco dias

- você voltaria antes? – perguntei

- por que? O que aconteceu? O George disse que você não foi para as fotos, por que?

- eu não pude – murmurei

- por que não linda?

- eu ti vi um sangramento – contei

- vocês estão bem?- ouvi a doçura na voz dele, ele perguntou nos duas, meu coração despedaçado se refez um pouco

- não – eu estava chorando

- por que não amor?

- ela morreu – explodi em lagrimas – nossa filha morreu andrew

- céus, eu não queria isso – ele falou – amor não chora

- eu queria ela – balbuciei tolamente

- eu sinto muito, eu também – Andrew me surpreendeu

- queria?

- sim, amor, desculpa não ter falando isso ontem, eu amo você e descobri que amava ela, só longe de vocês e vi isso

- mais agora não tem mais ela – funguei

- eu vou voltar hoje – Andrew falou – eu chego amanha, nada importa mais que você, nem a merda de uma loja, eu não deveria ter saindo do seu lado

- obrigado

- tente dormir amor, descanse, eu chego amanha

- eu vou

Eu não dormir, eu fui vencida pela dor, depois de um longo tempo chorando eu acabei apagando, ganhei de presente um sonho lindo, um lindo bebe em meus braços, sorrindo Andrew aparecia sorrindo também, todo alegre murmurando palavras doces, era nossa filha, seus olhos chuvosos brilhavam de amor e alegria, nada era tão lindo quanto ver eles

- desculpa amor – ouvi - eu sou um burro, eu te amo

- Andrew – abri os olhos

- oi linda – ele estava deitando ao meu lado me abraçando – como você esta?

- no precipício ainda caindo – murmurei

- eu vim para te segurar – ele alisou meu cabelo

- você não ficou feliz?

- nunca, nada que te magoe me faz feliz, eu sei o que falei, mais pensei muito eu não sei ser pai, mais posso aprender, se não for com ela, será com outra ou outro, eu quero filhos, filhos seus, filhos nossos, fruto do nosso amor