Ela acordou bêbada, sozinha, num quarto de motel. Amanheceu desnorteada, desejou a morte. Desejou estar casa. Jurou odiar o amor. Chorou. Quem ontem lhe jurou amor, fugiu, a deixou. Ela o odiou, se odiou. Ela lavou o rosto, era sábado, e no domingo tudo ia ficar legal. Ilusão. Ela ia tentar esquecer. Águias não olham para trás. Bobagem, não ah um dia que ela não lembre o quanto doeu, o quanto amor a confundiu. Ela sentiu mil vezes mais rancor. Pobre moça, o carinho a cegou mais que cegueira genética.
Ela fazia planos pro futuro, um amor em um dia frio, um bom vinho, adotar uma criança da Síria. Um moço levou tudo, a fé, a sanidade, e a saúde. Agora ela diz; não, a qualquer um que chegue perto. Agora ela é dura. Se tornou o próprio inverno. Agora ela não quer mais conversar. Aprendeu se reservar. Ilusão. Ela se mata com tudo que resolveu não partilhar. Ah, moça. Que dia cinzento, nesse pequeno e triste apartamento. Se liberte, liberte a garota má que mora ai dentro. Você não é Alaska só está ferida. Você estava amando, ele estava carente. Aquele dia passou moça, ele passou. Você não passou.
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Poesia.
PoetryPoesias, poemas, textos, e versos que escrevo quando preciso dizer aquilo que não consigo em voz alta.