Art's POV
Estávamos no quarto de Leo, nós dois sentados em sua cama , ele na minha frente.
- Arthur... Tem certeza?
- Eu confio em você Leo, já está na hora de saber.
Ele se inclinou, e me beijou levemente.
- Pode parar quando quiser, meu Anjo.
- Quando terminar de dizer, não me chamará mais de anjo.
- Não importa o que aconteceu no passado, não importa o que um dia você foi, o que importa, é que você mudou.
- Está bem. Melhor começar. Eu nasci na Inglaterra, minha mãe italiana e meu pai inglês. Antes de mim, meus pais já tinham um menino e uma menina, eram gêmeos na verdade, os dois 6 anos mais velhos que eu. Quando meus pais estavam voltando do hospital só com minha irmã e eu, já que meu irmão estava na casa da nossa tia, uma das últimas pessoas de nossa família, eu comecei a chorar muito alto, e minha mãe não conseguia me acalmar, então meu pai se virou para tentar me acalmar, naquela hora, o sinal fechou, e meu pai continuou andando, já que ainda tentava me acalmar, então um outro carro não conseguiu parar e, bom... Meus pais já estavam mortos quando os tiraram das ferragens. Então só sobraram eu e meus irmãos. Até os meus 7 anos, eu cresci normalmente, mas aí, minha irmã me contou que meus pais morreram por minha causa, eu... Eu enlouqueci, me tornei esguio, parei de falar, de brincar, me tornei um morto vivo, não suportava ter sido eu a causa da morte dos meus pais, do sofrimento dos meus irmãos . Um dia, quando meu irmão estava tentando conversar comigo, tentar me convencer que não fiz nada de errado, que não era minha culpa, eu fiquei irritado, e tinha uma faca na bancada, quando estava de costas pra ele, peguei a faca, e virei rapidamente, jogando a faca, eu não tinha a intenção de matá-lo, eu queria empurrá-lo como fiz com todos os outros, mas a faca foi certeira, no coração, minha irmã entrou naquela hora, e viu o que tinha feito. Então eu fugi pra longe, pedi que me levassem para outro orfanato, em outro país, e logo o fizeram, foi por pouco que não me descobriram. Vim para os Estados Unidos, e o resto você já sabe.
Meus olhos coçavam , mas não me permiti chorar, não conseguia olhar para Leo, mas logo senti ele erguer minha cabeça, me forçando a olhá-lo nos olhos. Ele me beijou, e me abraçou, e me aconcheguei em seus braços.
- Você não... Não está com raiva de mim?
- Como poderia? Anjo , você era só uma criança, havia perdido os dois pais, e de uma hora pra outra, descobre que poderia ser a causa disso, qualquer um poderia ter surtado um pouco.
- Mas, Leo... Eu matei meu irmão , matei minha família, como pode levar isso assim?
- Você era só uma criança, uma criança que teve que crescer rápido demais.
O abracei com força, e não consegui segurar as lágrimas. Ele acariciava minhas costas e cabeça, comigo em seu colo, tentando me acalmar. Eu não acreditava na forma que ele havia reagido, achava que ele me odiaria, como todos os outros fizeram quando descobriram, achava que gritaria comigo, da mesma forma que minha irmã, Helena, havia gritado, me chamando de assassino, imaginei todo tipo de reação, menos essa, mas algo pior ainda viria, quando contasse para meus pais, meu irmão, Harry.
- Qual era o nome do seu irmão, Anjo?
- Ray, Ray Pendragon Bedelavere, e Helena Pendragon Bedelavere .
- Sua tia ainda está viva?
- Não sei.
- Sabe onde seu irmão foi enterrado? - neguei com a cabeça - Gostaria de saber?
Olhei para ele, surpreso, ele enxugou minhas lágrimas com os polegares, mas manteve a mão na minha bochecha, e me beijou levemente.
- Gostaria?
Somente concordei com a cabeça. Ele se levantou, pegou o laptop, e voltou a se sentar comigo, me colocando em cima de sua perna, enquanto colocava o laptop na outra.
- Você tem uma foto dele?
O entreguei uma antiga foto dele, quando tinha 13 anos. Ele escaneou , e logo chegou ao cemitério que meu irmão estava. Era um grande cemitério em Londres, do lado da cova de meus pais, tios e avós, parece que minha tia já havia morrido. Os últimos membros de nossa família ainda vivos eram eu e minha irmã , que agora está presa.
Ele desligou o laptop, e só deixou que ficasse no seu colo por mais tempo, ele passava uma mão nas minhas costas, e a outra por dentro da minha camiseta, acariciando meu torso levemente. Eu continuava com a cabeça em seu peito, meus braços envolta da sua cintura, as vezes ele beijaria o topo de minha cabeça, e assim adormeci novamente.
Leo's POV
Quando vi, Artie estava dormindo no meu colo, ele costuma muito fazer isso, me lembrei de quando o conheci, ele tinha olheiras debaixo dos olhos, bem visíveis, a pele era um tom doentio, os olhos azuis não tinham uma cor tão forte, pareciam cinzas, era doentiamente magro, e agora... Sem olheiras, a pele, mesmo muito branca, tinha um tom saudável, vivo, os olhos eram de um azul inconfundível, e havia recuperado peso, não parecia mais um esqueleto.
Comecei a pensar em seu passado, então era por isso que ele não queria se aproximar de outras pessoas, tinha medo de machucá-los. Não podia acreditar em tudo que ele havia passado, perder a família, ser culpado por isso, e conseguir dar a volta por cima, é simplesmente incrível. Ele é realmente mais forte do que parece.
~Novidade no Wattpad! Agora todo capítulo vou colocar uma música que combina com o tema do capítulo! Podem dar sugestões de música , Okay? Okay.
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Bye!
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Garoto Problemático (Boyxboy)
Ficção AdolescenteUma história dramática e romântica.