O Primeiro Baile

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sem revisão.




O novo duque do Hastings é muito interessante. Apesar de sua inimizade com seu pai sempre ter sido do domínio público, nem sequer esta autora pôde descobrir a razão do distanciamento.

REVISTA DE SOCIEDADE DE LADY WHISTLEDOWN, 26 de abril de 1813


No final da semana, Jeongguk estava de pé no baile de lady Choi, bastante afastado da pista e dos grupos de gente. Estava mais confortável assim. Em qualquer outra situação, teria desfrutado do baile como qualquer ômega de sua idade; entretanto, há umas horas Seokjin lhe tinha confessado que o alfa Jung Jaehyun o tinha ido ver há dois dias e lhe tinha pedido formalmente sua mão. Outra vez. Obviamente, Seokjin o tinha rechaçado, outra vez! Mas Jeongguk tinha o pressentimento de que Jaehyun insistiria. Ao fim e a cabo, duas propostas de matrimônio em duas semanas não eram próprias de um alfa que aceitasse a derrota facilmente.

Viu-o do outro lado do salão, olhando de um lado a outro, e aquilo fez com que Jeongguk se esfumasse mais entre as sombras.

Não tinha nem idéia de como tratá-lo. Não era um alfa muito inteligente mas tampouco era rude nem tosco e, apesar de saber que tinha que acabar com aquela teimosia, era muito mais fácil comportar-se como um ômega covarde: simplesmente, evitava-o.

Enquanto considerava a possibilidade de ir esconder se na sala de descanso das damas, escutou uma voz familiar a suas costas.

— Jeongguk, o que faz aqui escondido?

Ele se virou e viu seu irmão alfa mais velho aproximando-se.

— Seokjin – disse, tentando decidir se alegrava de vê-lo ou lhe desgostava que tivesse vindo a meter-se em seus assuntos. — Não sabia que você também viria.

— Omma – disse, sorrindo.

Qualquer outra palavra sobrava.

— Ah – disse Jeongguk, com um compreensivo movimento de cabeça — Não diga mais. Entendo-o perfeitamente.

— Fez uma lista de ômegas potenciais. – Lançou a seu irmão um olhar de agonia. — Queremos a ela, não é verdade?

Jeongguk soltou um risinho.

— Sim, Seokjin, queremo-la.

— É uma loucura temporária – disse — Tem que ser assim. Não há outra explicação. Até que alcançou a idade casadoura, era uma mãe perfeitamente razoável.

— Eu? – exclamou o ômega — Então, tudo é minha culpa? Você tem oito anos a mais do que eu!

— Sim, mas esta febre matrimonial não tomou conta dela até agora.

Jeongguk riu.

— Perdoe-me que não sinta compaixão por você. Mas eu também recebi uma lista o ano passado.

— De verdade?

— Claro. E ultimamente está ameaçando me dar uma toda semana. Está me amolando sobre o matrimônio muito mais do que possa imaginar. Os alfas solteiros são uma provocação, mas os ômegas solteiros são patéticos. E, se por acaso não se tinha dado conta, sou um ômega.

Seokjin soltou uma gargalhada.

— Sou seu irmão. Não me dou conta dessas coisas – disse, e o olhou de soslaio. — Trouxe-a?

— A lista? Céus, não. No que está pensando?

O sorriso se fez mais amplo.

— Eu trouxe a minha.

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