Prólogo

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O nascimento de Park Fitzranulph Jimin, conde de Busan, foi recebido com grandes celebrações. Os sinos repicaram durante horas, houve champanha para todos festejar a chegada do alfa recém nascido e todo o povo de Busan deixou seus trabalhos para unir-se à festa organizada pelo pai do jovem conde.

— Este não é um menino qualquer – lhe disse o padeiro ao ferreiro.

E não o era porque Park Fitzranulph Jimin não seria conde de Busan para sempre. O título era pura cortesia. Park Fitzranulph Jimin, o menino com mais nomes dos que qualquer menino pudesse necessitar, era o alfa herdeiro de um dos ducados mais antigos e ricos da Coreia. E seu pai, o duque de Hastings, tinha estado esperando este momento durante anos.

Enquanto passeava com seu filho nos braços em frente do quarto de seu ômega, não cabia o coração do duque no peito de quão orgulhoso que estava. Passados os quarenta anos, tinha visto como todos seus amigos duques e condes geraram herdeiros alfas. Alguns tinham tido que ver nascer vários ômegas antes da chegada do esperado varão mas, no final, todos tinham assegurado a linha sucessória, que seu sangue perduraria nas próximas gerações da alta sociedade Coreana.

Mas o duque de Hastings não. Apesar de seu ômega ter conseguido conceber cinco filhos alfas, só duas das gravidezes chegaram aos nove meses e, em ambos os casos, os meninos nasceram sem vida. Depois da quinta gravidez, que acabou no quinto mês com um aborto no qual o ômega perdeu muito sangue, todos os médicos comunicaram aos duques que não era aconselhável voltar a tentar conceber. A vida de seu cônjuge corria perigo.

Estava muito fraco e possivelmente, segundo os médicos, era muito velho.

O duque teria que ir se fazendo à idéia de que o ducado do Hastings deixaria de pertencer à família Park.

A co-duque ômega, entretanto, Deus o benza, conhecia perfeitamente qual era seu papel e, depois de um período de recuperação de seis meses, abriu a porta que comunicava os dois dormitórios, e o duque voltou a a busca de um filho alfa.

Cinco meses depois, o ômega comunicou ao duque que estava grávido. A euforia do primeiro momento ficou empanada pela firme decisão do duque de que nada, absolutamente nada, truncasse esta gravidez. A partir do mesmo momento em que o ômega teve a primeira falta, viu-se obrigado a guardar cama.

Um médico ia visitá-lo todo dia e, na metade da gravidez, o duque localizou ao melhor doutor de Seul e lhe ofereceu uma dinheirama para que abandonasse seu consultório e se transladasse a Busan temporalmente.

Desta vez, o duque não estava disposto a correr nenhum risco. Teria esse filho alfa e o ducado ficaria na família Park.

O co-duque ômega começou a ter dores ao oitavo mês e as enfermeiras lhe colocaram travesseiros debaixo do quadril. O doutor Jung lhes explicou que a gravidade faria que o menino se mantivesse dentro. Pareceu um argumento lógico ao duque e, quando o doutor partia à noite, colocava outro travesseiro, deixando-a formando um ângulo de vinte graus. E assim permaneceu durante um mês.

E, por fim, chegou a hora da verdade. Todos rezavam pelo duque, que tanto desejava um herdeiro alfa, e poucos se lembraram do co-duque que, à medida que lhe tinha crescido a barriga, tinha ido perdendo peso até ficar nos ossos. Ninguém queria ser muito otimista porque, ao fim e ao cabo, o ômega tinha dado a luz e sepultura a dois alfas, uma fêmea e um macho. Além disso, embora tudo saísse bem, podia perfeitamente ser um ômega.

Quando os gritos do co-duque foram mais fortes e frequentes, o duque, fazendo caso omisso das queixas do doutor, parteira e criada do co-duque, entrou no quarto de seu ômega. Tudo estava cheio de sangue, mas estava decidido a estar presente quando se conhecesse a classe do bebê.

Cartão de Baile | jjk+pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora