Capítulo Cinco

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Após seis longos dias de repouso, Alejandra finalmente acordou disposta

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Após seis longos dias de repouso, Alejandra finalmente acordou disposta. A febre já tinha cedido e o corpo não doía como antes, embora ainda estivesse um pouco debilitada.

Depois de uma gostosa espreguiçada, resolveu se levantar. Estava faminta e sentia a necessidade de caminhar um pouco, para os poucos recobrar as forças. Calçou os chinelos que Charles lhe deixara perto da cama, vestiu o robe e saiu do quarto.

A medida que percorria o extenso corredor, observava os cômodos largos e antigos. A casa parecia ter sido construída há um século atrás, e ela amava aquela arquitetura colonial, raramente encontrada na cidade no mesmo estado de conservação e suntuosidade da casa do investigar Wright. Em outra situação, teria gostado de conhecê-lo, pensou.

Ao passar por uma das amplas janelas, espiou pela vidraça, e observou que lá embaixo havia um grande e bem cuidado jardim, daqueles em que, comumente, se vê crianças brincando com bolas e cachorros. Mas este estava vazio.

Tudo era silêncio e não havia sinal de Charles. O último quarto estava com a porta fechada. Quem sabe ele não estivesse ali... Ela imaginou e bateu com insistência, mas nada aconteceu. Resolveu então forçar a fechadura e notou que es­tava aberta. Abriu e deu uma espiada dentro do cômodo, descobrindo que se tratava de uma sala de trabalho, lotada de equipamentos eletrônicos, exatamente como deveria ser seu escritório no departamento de homicídios de Londres.

Incapaz de dominar a curiosidade entrou e, aproximando-se da mesa onde se encontrava o aparelho de DVD, reparou na etiqueta de uma das fitas espalhadas sobre o móvel, na qual se lia: Terceiro Interrogatório — Alejandra Navarro del Castillo.

Com o coração aos pulos, ela se lembrou que a terceira entrevista que tivera com Charles havia sido semanas depois do ano novo, no final de Janeiro. Seria possível que ele estivesse com a intenção de mandá-la novamente para a penitenciária?

Sem esperar nem mais um minuto, introduziu a gravação na abertura apropriada do aparelho de DVD e apertou o botão de comando. Imediatamente a tela se iluminou e com espanto ela viu a si própria com as feições transtornadas e Charles com as costas viradas para a câmera, dizendo-lhe em tom áspero.

"Deve ter sido muito fácil assassinar Richard Grayson. Foi fácil distraí-lo, não foi? E você não deve ser tão frágil quanto aparenta..."

A insinuação foi tão maldosa, que a interrogada perdeu a cabeça e feito uma fera enjaulada, arremessou-se contra o homem que, sem rodeios, a acusava de um crime hediondo que ela jamais teria tido a coragem de cometer.

E o pior que poderia acontecer naquela altura, para dificultar-lhe ainda mais a posição que alegava de inocência, era ter-se descontrolado e avançado no policial, demonstrando o temperamento explosivo de que era dotada.

Charles, protegendo o rosto daquelas unhas afiadas, segurava-lhe os pulsos enquanto continuava a dizer, acusatório.

— Foi assim que atacou Grayson, atingindo-lhe com uma estátua de metal?

A Pantera [Concluída]Onde histórias criam vida. Descubra agora