cap. 18 🌆

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Maratona 4/10

P.O.V Day

minha mãe havia chego há poucos minutos, ela estava resolvendo alguma coisa sobre o corpo do meu avô, enquanto eu estava sentada em uma cadeira no corredor, ainda sem reação.

era madrugada, e eu ainda estava em choque, eu me despedi dele mas não tive tempo quase nenhum pra me acostumar com a ideia. e ver ele indo embora, na minha frente... foi a parte mais difícil de tudo aquilo.

ouvi passos rápidos pelo corredor, e logo senti os braços de Carol envolverem meu corpo, me fazendo fechar os olhos.

- ele... - tentei falar, mas não consegui falar nada a mais.

- eu sei, amor. eu sei. - disse, baixinho, afagando minhas costas enquanto eu continuava sem reação alguma.

após algum tempo abraçada com Carol, apenas consegui sentir que eu havia começado um choro descontrolado, soluçando, enquanto meus braços se moveram, agarrando o corpo de Carol.

- eu nem tive tanto tempo com ele, Carol... - falei, entre meus soluços.- eu... ele foi tão corajoso. tão incrível...

- eu imagino, amor. - me apertou mais contra seus braços.- mas agora ele já cumpriu a missão dele na terra, baby. pensa que foi o melhor.

- ele falou a mesma coisa, sabia? - falei, fazendo Carol se afastar um pouco, encarando meus olhos com um sorriso de canto, fraco, mas ainda era um sorriso. - ele disse que ele construiu o que tinha que construir, que o tempo dele aqui na terra já havia acabado... - dei um sorriso, fraco, me lembrando da nossa conversa. - ele disse que queria estar aqui pra ver nosso amor.

- você falou a ele sobre nós duas? - perguntou, e eu senti um tom mais alegre do que o que ela falava antes.

murmurei um uhum, e ela sorriu deixando um selinho em meus lábios, na mesma hora, minha mãe apareceu.

- finalmente né. - encarei ela com uma sobrancelha arqueada, e Carol parecia fazer o mesmo. - ok, vou fingir que eu já não sabia. - deu uma risada fraca. - eu vou querer explicações disso depois, dona Dayane.

também ri fraco com o que a mesma havia falado e neguei com a cabeça.

- vamos, vocês precisam dormir. ainda é madrugada. - disse afagando as costas de Carol que estava na minha frente e acariciou meu rosto, deixando um beijo sob mimha testa. - eu deixo vocês em casa.

<···>

hoje era o enterro do meu avô, sabia que mesmo querendo me dar todo apoio, Carol também estava mal. no dia que eu fui visitar ele no hospital, ela já havia ido antes, durante a tarde, junto com a minha mãe. eles se gostavam bastante, mesmo não sendo tão próximos.

- você tá melhor, baby? - perguntou, fazendo carinho nas minhas costas, afirmei com a cabeça passando meu braço por cima de seu ombro enquanto ela abraçava meu corpo de lado.

caminhamos pra dentro do cemitério, onde alguma parte da família já estava, velando o corpo do meu vô.

- quer falar alguma coisa, Dayane? - minha mãe perguntou e eu concordei com a cabeça.

- quero sim. - disse tirando o braço de cima dos ombros de Carol, segurando sua mão e entrelaçando nossos dedos. - meu avô, era uma pessoa muito alegre e alto astral, sempre fazia todo mundo rir nos almoços em família e nunca se deixou abalar por qualquer coisa, muito menos deixou nossa família se abalar por alguma coisa. ele sempre zelou que estivéssemos juntos e unidos, nos amando. - fiz uma pausa, respirando fundo.- na noite que eu visitei ele, ele me falou muitas coisas. entre elas, que eu não deveria ficar triste por ele ir embora, que ele já havia cumprido seu tempo aqui na terra e deixaria pessoas incríveis aqui. entre elas, eu. quando eu me assumi, meu vô foi a primeira pessoa que se dispôs a entender sobre isso, junto com a minha avó, pra que eles pudessem lidar melhor com isso. e quando eu contei, bom, na verdade...- ri baixinho. - ele já sabia. mas bem, quando eu contei sobre o meu relacionamento recente com a Carol, ele disse que sabia que nosso amor seria tão lindo quanto o dele com a vó, e eu fiquei muito feliz dele me comparar tanto com eles, e confiar tanto que eu teria um amor tão lindo quanto. meu avô era incrível, e ele não iria querer nos ver tristes aqui, então, vamos tentar sempre ver isso como um novo começo pra família. vamos honrar o sobrenome dele, que carregamos pra sempre como um laço eterno com ele.

assim que terminei de falar, vi Carol com um sorriso em lábios, assim como minha mãe e a maioria das pessoas ali. Carol me abraçou e minha mãe fez o mesmo.

- o amor cura a alma, vovô.-sussurrei baixinho de olhos fechados, apenas para mim, sentindo uma lágrima solitária descer por meu rosto mas logo senti Carol a enxugar.

após enterrarmos ele, nos despedimos e fomos cada um pra suas casas. eu voltei pra casa que eu morava com Carol antes de irmos pra Portugal, o Victor tava cuidando de lá então estava tudo sob controle.

- baby, eu achei muito lindo o que você falou hoje. - Carol disse, enquanto tirava a roupa no banheiro, pra tomar banho.

- eu tive um professor muito bom pra conseguir falar aquilo. - brinquei, dando uma risada nasal e Carol riu baixinho também.

- e também a outra coisa.

me estiquei para olhar pra dentro do banheiro, que estava com a porta aberta e encarei Carol.

- que coisa?

- que o amor cura a alma. - disse, entrando no box.

- ele que me falou isso, estávamos falando sobre você.

- ah, é?

- sim, ele comentou isso. e disse que eu estava mais viva, ele sabia de nós duas e acredita que disse que só nós duas não percebiamos isso? - dei uma risada.

- acredito, até porque todo mundo fala isso pra nós duas.

- isso é verdade.

tá gente, tô triste mas a tristeza desses capítulos já acabaram. vai ter momentinhos Dayrol muito clichês pra suprir a tristeza sim.

&quot;F.R.I.E.N.D.S&quot; - Dayrol Onde histórias criam vida. Descubra agora