P.O.V Day
sabia que iria acordar antes de Carol pelo simples fato do fuso-horário, então como provavelmente eu estaria trabalhando quando ela estivesse indo pra reunião com a editora, enchi seu celular de mensagens antes de sair de casa.
me peguei sorrindo ao enviar as mensagens, mas logo voltei a mim quando percebi que se não me levantasse logo ia acabar me atrasando.
antes de sair de casa, me certifiquei de que tudo estivesse trancado e fui até o carro. era um saco ficar sem Carol, mas tudo bem, ela provavelmente voltaria em alguns dias e eu sobreviveria até lá.
não saberia explicar o que eu sinto por Carol nem se juntasse todas as palavras do mundo, era de outro mundo com toda certeza. impossível descrever, era tão forte que chegava a doer, e eu simplesmente não conseguia parar de pensar nela um segundo sequer do dia. em como cada traço dela parecia ser perfeitamente alinhado, perfeitamente desenhado, esculpido, traçado. era incrível.
em como o cheiro dela grudava nas coisas e com certeza nenhuma outra pessoa que usasse seu perfume seria relevante, era como se fosse unicamente feito pra ela. a forma como os olhos dela brilham sempre que está feliz, a forma que sua voz me faz pensar que eu escutaria ela falando até do assunto que eu mais odiasse no mundo, só por ser apaixonada pelo timbre dela. a forma como sua boca é tão perfeitamente desenhada e macia. como seus lábios ficam vermelhos após nos beijarmos. como parece que nossas bocas se encaixam perfeitamente. e do interior dela... se eu começasse a falar não pararia nunca.
ainda me surpreendia, saber que durante todos esses anos que eu conheço a Carol, cada dia após começarmos isso, parece que eu conheço uma nova Caroline, ao mesmo tempo que parece ter bem mais tempo do que realmente tem. de outras vidas.
e eu já me sentia a pessoa mais boba do mundo a essa altura do campeonato. mas acabei saindo do meu transe ao relembrar que estava estacionada no mínimo há cinco minutos no estacionamento da escola de música.
saí do carro, travando o mesmo e acabei encontrando com Travis, ele era Português, mas viveu algum tempo no Brasil, agora tinha voltado pra Portugal. ele era aluno da escola, estava aprendendo teclado e felizmente eu era sua professora.
ele era um ótimo cara, e me fazia companhia algumas vezes após o fim das aulas. não éramos amigos, mas conhecidos. e sempre que eu não voltava pra casa pra almoçar, ele almoçava comigo em algum restaurantes daqui de perto.
- olá, Day! - ele falou entusiasmado.
- oi, Travis. como você tá?
- eu tô bem, e você?
fomos conversando até a entrada da escola, onde ele acabou indo se encontrar com outros alunos que estavam chegando. e eu, fui até a sala de teclados, me sentando em uma das cadeiras dali.
esqueci de mencionar que Travis é mais novo, acabou de completar seus dezenove anos, e pelo que eu soube, está gostando da irmã de um amigo da família dele. ele fala sempre dessa garota, e eu entendo, ele sempre me escuta muito sobre Carol. um verdadeiro guerreiro.
aos poucos, os alunos foram entrando na sala e eu sorri ao observar a sala um pouco mais cheia do que ontem, o que realmente me deixou feliz.
P.O.V Carol
acordei com minha mãe me chamando pra tomar café. ela fechou a porta e saiu do quarto, me fazendo suspirar enquanto me sentava.
fazia um tempo que eu não dormia tanto, quando vi as mensagens de Day não contive o sorriso que brotou nos meus lábios instantaneamente.
- tá toda boba logo de manhã? até de longe vocês ficam de melação, assim não dá. - Dani zoou, entrando no quarto.
- ai, fica na sua, sua sem coração. - disse, rindo enquanto respondia as mensagens da Day. - que horas vai ser a reunião mesmo?
- às oito e meia.
- ótimo, são seis e quinze. vamos tomar café, tomar banho, nos arrumar e saímos.
- tudo bem. agora vamos, sua mãe acabou de me acordar pra ir tomar café.
- por isso o humor. - dei uma risada. - você é sempre bem humorada assim quando acorda?
- ha ha. super engraçada.
descemos juntas pra tomar café, e como combinado fomos tomar banho e nos arrumarmos pra reunião com a editora. eu não podia descrever o quão grata eu tava por Dani me ajudar com isso, eu tenho certeza que ficaria muito tempo procurando uma editora que aceitasse publicar meu livro.
em alguns minutos ambas estávamos prontas, pedi o carro da minha mãe emprestado e Dani foi dirigindo até a editora, que ficava um pouco longe, então levou um tempo. assim que a gente chegou, Dani mandou algumas mensagens avisando que já estávamos lá e quando entramos na editora, já fomos direcionadas pra sala de reuniões.
cumprimentamos o CEO, que iria conduzir a reunião para falarmos do livro. Dani decidiu não ficar, o que me deixou nervosa, mas aos poucos consegui recuperar a calma. apresentei o projeto e a finalidade do livro, deixando uma cópia do mesmo com o CEO. a reunião durou no máximo uma hora e meia, foi o suficiente pra que eu pudesse falar o suficiente sobre o livro.
- bom, nós pesquisamos sobre você e seus projetos anteriores. vimos que você escreve muito bem desde a escola, e pelo que explicou, posso afirmar que gostamos da ideia. - ele disse, com um leve sorriso nos lábios. - não podemos afirmar nada sobre a publicação do livro por agora, precisamos lê-lo e estudá-lo, mas claro, temos um grande interesse em publicá-lo, devido ao seu intocável histórico.
não pude conter o sorriso que instantaneamente nasceu em meus lábios.
- espero realmente que gostem, vou esperar notícias sobre. obrigada, novamente.
assim que se deu por encerrada a reunião, saí totalmente contente e animada pelo que tinha acabado de ouvir. quando saí, vi que minha mãe estava junto com Dani, mas nenhuma das duas tinham uma cara muito boa.
- gente, eu tenho chances! - tentei mudar a expressão delas, o que foi meio falho.
- entre no carro, Caroline. nós precisamos conversar, em casa.
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"F.R.I.E.N.D.S" - Dayrol
FanfictionCarol e Day são desde sempre as melhores amigas, aquela dupla inseparável que todos olham e sempre tem alguém que pensa "com certeza se pegam". após terminarem o ensino médio juntaram-se e moram juntas na grande cidade que é São Paulo, Day é uma óti...