Day and Night

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 Os saltos agulha repercutiram no chão impecável e de piso liso do clube exclusivo da OMMP em Jacarta, Indonésia, enquanto a pessoa, vestida em um tubinho branco justo no corpo delicado, caminhava lentamente para a mesa de apostas vip. A mesa estava animada com vários apostadores, mas seus olhos foram diretamente para o único pet ali, claramente triste com a situação.

Ele estava sentado aos pés do dono, na superfície dura, sem um mínimo conforto como mandava a lei. Também estava com uma corrente mais curta do que as leis que deixavam claramente os dois metros no mínimo de distância entre coleira e mão do dono.

Contudo não era só isso, ainda tinha dois agravantes: Ele tinha marcas no pescoço denunciando que andava usando coleira muito apertada e tinha uma mancha suave mais visível em um dos tornozelos, que era justamente o motivo de sua presença ali.

Sorriu um pouco cínico antes de se aproximar do dono e estender uma taça de champagne de forma suave:

— Para o vencedor da noite.

Piscou com todo o seu charme e sabia que fisgou o desgraçado só pelo olhar chocado e deliciado dele. Que ótimo, tinha um dono violento e infiel. O pet que ele mantinha era um pet total, não um pet de companhia. A lista só melhorava...

— E quem é a senhorita que me presenteia?

Quase sussurrou que seria em pouco tempo quem ia lhe socar até a morte no beco atrás do clube, mas ao invés disso pendeu a cabeça de lado e bateu os cílios delicadamente:

— Vou deixar meu nome na surpresa – Desviou os olhos e perguntou suave – E quem é esse pet lindo?

— Ele é meu, herdei do meu irmão alguns meses atrás. Bonitinho, mas problemático.

— Oh!

Colocou a mão na boca como se estivesse realmente em surpresa e ouviu em seu intercomunicador a voz de Gun soar feroz:

"Eu juro que vou arrancar as bolas desse homem, só esperem".

Um risinho suave veio de In antes dele sorrir mais doce para o babaca:

— Você não gostaria de vendê-lo? Eu gostaria de um pet para me fazer companhia.

— Desculpe, linda, mas eu ainda o quero para me divertir.

"Estou descendo aí"

Com o canto dos olhos viu Gun, disfarçado de garçom, vir com fogo nos olhos e uma bandeja com canapês em uma das mãos. Tudo se transformava em arma na mão o amigo, mas naquele caso eles precisavam ser mais do que discretos, por isso agiu rápido e tirou uma estrela de ouro do decote, que pesava quase meio quilo e estendeu para ele:

— Eu compro, agora, tudo o que tem que me passar é o atestado de posse por e-mail. Fácil.

— Por que quer essa criatura desse jeito? Você é uma dona em dívida, foi expulsa da ordem? O comercio não oficial não é ilegal?

Ele perguntou, mas sorria animado com o ouro agora entre seus dedos. Ao menos o babaca sabia alguma coisa direito, acontece que ele parecia não dar a mínima na real para o fato.

— Vende ou não vende?

Nisso Gun já estava alguns passos e Fluke apenas negou de leve. O amigo espumava de raiva, mas disfarçou servindo alguns clientes.

— Ok, negócio fechado.

Ele pegou o celular e enquanto Fluke passava seu e-mail para o cafajeste e ele realizava a operação, olhava de relance para o pet que o encarava completamente chocado. Seu coração se retorcia, mas nada transparecia em seus olhos ou gestos, afinal tinha anos de prática naquele ofício. Ele parecia não ter mais de vinte anos contudo já tinha trinta e um.

Can's AngelsOnde histórias criam vida. Descubra agora