EXTRA - The First

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  Can andou silencioso até o cais da ilha onde seus três Angels, seus pioneiros, os três que lhe ajudaram a criar aquela organização cuja ordem suprema era resgatar, salvar e encaminhar pets em situação de risco, a paisana, sempre, sempre, o esperavam.

Zitao, Luhan e Yifan.

Cada um vindo de um canto, de uma situação, de uma realidade e os três vivendo a partir daquele dia, como se fossem um, uma unidade, um propósito. Ainda agradecia enormemente a princesa que aceitou ser o álibi dos três, cuidá-los e mantê-los em uma fachada na OMMP, para que estivessem livres e assim, aptos a agir e atuar por baixo dos panos.

Onde era o mundo que atuava, pois aprendeu que era o melhor caminho e o mais seguro para todos os envolvidos.

Aqueles três tornaram um dos seus objetivos mais complexos, real e ele só podia agradecê-los pelo resto da vida.

— Sua Graça.

Os três disseram juntos antes de ser curvarem como o habitual deles e por fim, Kris vir até ele e dizer baixo, mas firme, como sempre:

— Tem certeza de que está bem com isso? Eu não quero que...

— Yifan, está tudo bem – Can pegou em uma das mãos dele com carinho – Vocês merecem, aliás mais do que merecem por todos os anos de serviços prestados e dedicação. Eu quero que sejam felizes e que realizem seus desejos, não importa o tempo, não importa, eu ainda estarei aqui quando quiserem me visitar. Essa ilha é a casa de vocês também e sempre será.

— Eu vou chorar! Odeio despedidas!

Can sorriu de canto quando Zitao passou por ele e o abraçou escondendo o rosto choroso em seus ombros. Ele amava aqueles três como amava os próprios filhos, sempre amou, desde o primeiro instante.

— Eu estou feliz, mas também estou triste, aprendi o que é lar e isso é fenomenal.

Luhan também se aproximou. Agora ele estava vestido de garota e era uma linda garota, sempre tinha sido. Os cabelos macios esvoaçavam com a brisa e quando ele chegou mais perto, Can viu a felicidade borbulhante dentro dele.

Eles tinham encontrado um novo propósito e estavam as portas de começarem uma nova etapa na vida. Can se sentia orgulhoso e de certa forma completamente emocionado.

No passado ele precisou de uma referência, e Can pode dar aquilo para ele e talvez aquela foi uma das suas mais primorosas contribuições na vida de outro alguém.

— Não é um adeus, mas um até logo, sabem como me contatar, onde me encontrar e como me chamar. Eu sempre estarei a uma ligação de distância. Eu sempre serei eu para vocês.

Eles se abraçaram e logo os três estavam no helicóptero subindo aos céus e deixando para trás, possivelmente para sempre, a alcunha de Angels.

— Você está bem, meu amor?

A mão de Pete pegou a sua e logo ele estava ao seu lado, olhando para o horizonte onde o Leonardo desaparecia rapidamente.

Can se virou para sua rainha e sorriu singelo:

— Eu estou. Eles estão fazendo o que desejam e eu estou feliz por isso – Como o marido estava de saltos ainda que baixos, Can precisou ficar na ponta dos pés para beijar os lábios de leve – Afinal criamos filhos para o mundo, não é mesmo?

Pete estreitou os olhos e então acabou por cruzar os braços um pouquinho intimidador.

— Não é bem assim, meu amor, eu crio meus filhos para o meu mundo e não use disso para me ludibriar.

— Pete... – Can sabia que aquela era uma batalha árdua, mas ele sabia que era o melhor a ser feito – As crianças estão crescendo, não podemos dar tudo para elas de todos os âmbitos, não acha melhor elas encontrarem seus destino ao menos no mesmo mundo?

Aquilo fez sua bela rainha que por acaso usava um vestido mais justo aquele dia, dar um passo para atrás e sorrir levemente irritado:

— Quem ousa supor que...

— Amor...

Can esperou e por fim Pete relaxou os ombros e descruzou os braços:

— Onde está o Ae?

Can acabou rindo por saber o que sua rainha maravilhosa imediatamente arquitetou em sua mente ágil, afiada e tão inteligente quando o rei deles.

— Eu te amo absolutamente, mas as vezes... Tenho pena do Ae.

Disse divertido.

Pete estreitou outras vez os olhos e ele ergueu as mãos dando uns passos para trás e se fingindo de assustado.

— Oh, é mesmo...

— Ai.

Foi a única coisa que disse antes de sair correndo dali rindo alto.

Ele sabia que Tin estava os vigiando de algum lugar, mas deixou que a brincadeira durasse. Sabia que os maridos logo aceitariam o inevitável.

Ele estava disposto a esperar.


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Can's AngelsOnde histórias criam vida. Descubra agora