Our Story [chansung + jilix]

[4] Our Page

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Você pode sentir isso, hyung? Nós estamos conectados. Nossos corações são um só, repetindo a mesma promessa enquanto nos apoiamos nessa estrada difícil.

Quando fecho os olhos ainda posso ver nossas nove mãos sobrepostas, as lágrimas e os sorrisos largos. Ainda posso ouvir os gritos das nossas fãs quando fomos anunciados.

Quando nove se tornaram um.

Quando Stray Kids nasceu.

Aquele abraço que demos no palco uniu todos os nossos fragmentos, cobriu todas as feridas, as cicatrizes e preencheu os vazios.

Não havia medo, não havia dor.

Éramos nove corações ecoando a mesma batida: conseguimos. Aquele foi o começo do nosso sonho.

Essas memórias brilham tão intensamente que me trazem lágrimas aos olhos, e novamente eu as seguro. Pigarreio para me livrar do nó na garganta.

Sabe, eu sinto falta daquele abraço.

Eu sinto falta das tuas mãos me confortando, do teu carinho enquanto eu adormecia no estúdio. Eu sinto falta do teu sorriso adorável de covinhas.

Nós sentimos tua falta, hyung.

Estou sentado na sala do nosso dormitório, encarando os garotos enquanto jogamos uma partida de UNO (sugestão do nosso adorável Jeonginnie), percebo que não mudamos nada nesses quatro meses.

Ainda somos os meninos que sonham o mesmo sonho, partilhando os mesmos sentimentos e os mesmos temores.

Se existe mudança neles são nas aparências abatidas, nos traços mais magros e no brilho frágil nos olhos.

Eu encaro o espaço vazio ao meu lado e fecho os olhos. Sim, isso está diferente. Quando volto a abrir os olhos encontro Felix me encarando com essa expressão triste.

Vocês eram mesmo como irmãos, não é? Todos éramos, somos. Mas vocês dois tinham essa coisa com a qual eu nunca consegui competir.

Me lembro de quando isso me incomodou de forma besta. Eu fui muito mesquinho naquela época, mas você precisa entender que eu apenas não sabia lidar com aquilo.

Foi novo pra mim... Sentir aquele frio na barriga e a dor no peito na mesma intensidade.

Hoje eu sei que foi ciúmes.

Também sei o que eu realmente queria te dizer naquela última noite.

Minho hyung lança um ataque duplo de 4 em Hyunjin e os dois rolam pelo chão num confronto nada civilizado. Não devia ter deixado eles apostarem a porção extra de frango frito coberto de molho. Isso vai gerar guerra. Uma que você certamente tomaria partido.

Sorrio diante do vislumbre das tuas expressões cômicas ao ver o circo pegar fogo.

Você devia estar aqui para me ajudar a preencher outra página dessa nossa história de peripécias, brigas por frango frito, guerra de almofadas e troca de petelecos.

Felix acabou de me dar um tapa forte demais na bunda. Feche os olhos, hyung. Porque eu vou espancar esse pivete.

A briga acabou com todos exaustos no chão. Após esse quebra gelo, eles finalmente começam a falar o motivo de terem me tirado do estúdio.

- Jisung-ah... - Minho hyung começa. - Nós sabemos que você tem trabalhado duro e somos gratos por isso, mas queremos que você seja mais sincero com a gente. Somos um time, okay?

Encaro seus olhares subitamente ansiosos, sem entender o que exatamente eles esperam ouvir. Então rio desajeitadamente, bato palmas fazendo um ou outro comentário ou piada sem graça e finalmente passo minha mão em meus cabelos.

- Ei, garotos... O que é isso? Changbin hyung, você não vai dizer nada? Eles queriam falar com você também. - Digo com a voz oscilando com meu riso nervoso.

- Hannie... - Assim que meus olhos encontram os de Felix, engulo em seco. A atmosfera assumiu essa carga densa, e vejo as gordas lágrimas manchando suas pequenas constelações. Nosso maknae está encolhido nos braços de Hyunjin, e Seungmin abaixou a cabeça. Eles estão desmoronando e eu não sei o que fiz de errado. Felix respira fundo e tenta prosseguir. - Nós queremos que você confie na gente.

- O que é isso? Eu confio em vocês! Vocês sabem disso! Ei, não chorem crianças. - Digo me levantando e dando abraços desajeitados e tapinhas nas costas dos nossos pequenos irmãos.

Minhas mãos são tão pequenas, meus braços tão curtos. Eu abraço um por vez mas não consigo sentir que sou capaz de fazer como você, Bang Chan. Eu não consigo salvá-los. Volto a ficar ao lado de Felix e o puxo para perto.

Eu tenho medo de perder ele também.

- Nós sabemos que confia, mas queremos que você seja mais sincero sobre o que tem enfrentado, Jisung. - Minho diz com os olhos marejados. - Você esteve do meu lado me ajudando desde o começo, me deixe cuidar de você. Nos deixe cuidar de você.

- Isso é MESMO uma intervenção? - Pergunto me afastando um pouco deles. Cubro minhas mãos puxando o moletom. - Vocês estão bravos por eu estar trabalhando tempo demais na nova música? - Pergunto baixo, incapaz de usar o tom brincalhão de sempre. Apoio meus cotovelos nas pernas dobradas e pouso meus lábios sobre a mão. Meus lábios tremem.

- Estamos te dizendo para nos deixar dar uma mão e ser aberto com a gente. - Changbin diz no que me pareceu uma reprimenda. Confirmo quando ele conclui. - Nós somos um grupo, Jisung. Você é nosso líder mas ainda podemos trabalhar juntos. Devemos trabalhar juntos. Como sempre fizemos.

Ele está certo. Somos um grupo. E eu preciso deles para conseguir cumprir nossa promessa a você.

Então aqui escrevemos a primeira linha da continuação da nossa história incompleta.

- Ei garotos, vocês lembram da nossa promessa? - Eles abrem um sorriso apesar dos olhos tristes. Então dizemos em uma só voz como sempre foi. - Mesmo quando os tempos difíceis vierem, nós seguiremos em frente, juntos.

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