Rosa

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"Faz frio.

As folhas dançam.

A janela se mantém fechada deixando que o vento gelado fique apenas lá fora.

O ponteiro do relógio parece ir cada vez mais devagar. No entanto, alguns dias, ele acelera. Um segundo ou dois, mas aceleram.

O tempo é um looping. Dias se passam e eles são exatamente iguais.

O tempo abre um buraco no chão, bem ao nosso meio.

O tempo correu tão rápido, como se fosse água sobre minhas mãos... Já não sei mais onde você está.

Os dias ficam mais cinzas.

O sol mal aparece.

Aquela necessidade gritante do meu peito de querer que tudo fique bem e eu seja apenas... Uma pessoa normal. Ela ainda está aqui.

Está escuro.

Todas as frestas se fecharam.

(novamente)

Por onde estive, para onde vou...

Realmente importa?

Quando eu só consigo pensar no calor dos seus braços e no seu olhar afiado...

Nesse um mês que estive aqui aprendi que um corpo não é nada sem sua luz. Não é como se eu não conhecesse a morte.  Eu e ela somos velhas amigas.

Isso é mais. É muito mais.

É um meio termo em que eu antes nunca me encontrei.

Era pra doer tanto assim?

Não lembro dessa dor. Não lembro de ter passado por ela. Se passei, fiz questão de apaga-la da memória.

Certos dias sinto um fio de esperança se enraizar em meu coração... Então ele é arrancado assim que a vejo como sempre a vejo.

Há dias que a raiva é única emoção possível e eu a deixo tomar conta de mim. Deixo que a faça de mim sua refém mais necessitada de castigos.
Quebro,
Bato
E
Em certas vezes...
Mato...

O cheiro enjoativo das flores... É tão comum que já nem o sinto mais.

Tocar seu rosto, suas mãos... É o único alívio vivo. Oh Deus... Eu estou cada vez mais crente na sua existência...

A ruga do canto de seus olhos, a testa um pouco franzida, os lábios carnudos — Como eu queria poder beija-los. — Os cabelos que um dia e outro afago na esperança de poder fazer isso até que você adormeça...

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