Hora da saída (12)

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Nós assistimos um mini filme falando sobre racismo, pois mês que vem, já é o Dia da consciência negra! Giovanna estava animada, sua tia é descendente de Africanos! Eu li sobre isso em um livro da escola, eles eram maltratados e feitos de escravos, ainda bem que a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, ela foi uma heroína, eu acho que foi ela, Enfim.0

Nós saímos e digo a Gi:

      - Eu tô com medo
      - De quê?
      - Você ainda vai comigo na minha casa?
      - Vou, porquê?
      - Tô com medo de encontrar a minha mãe morta!
      - Eu não posso afirmar nada
      - Vamos?
      - Vamos!

Ela me levou em sua garupa até na frente da minha casa, desço e ela digo:

      - Bom... Meu pai deve estar dormindo, o quarto tem chave, trancamos ele no quarto e averiguamos a casa, certo?
      - Ok, aonde coloco a bicicleta?
      - Ali! - apontei para uma mureta - Tente não fazer barulho
      - Ok!
      - Vamos entrar?
      - Vamos!

Entramos em casa, ela já veio aqui antes, meu pai já conhece ela, ela já conhece a casa, não tenho nada para apresentar. Enfim, andamos até o quarto aonde ele estava deitado, com uma cueca samba-canção, eu falo:

      - Bom, você tranca e eu vou ver na casa do cachorro, sem mais!
      - Se ele tentar alguma coisa eu posso partir para cima?
      - Faça o que quiser
      - Ok!

Essa foi a minha pior ideia.

Eu vou até a casa do cachorro, o Spike já tinha ido a dois anos, mas meu pai não teve tempo para vender, ou seria preguiça? Enfim, foco Gabriel! eu vou ver dentro da casinha e tem um colar, familiar, é da mamãe!

Eu fico paralisado. Até que ouço gritos vindo do quarto de meu pai, é de uma menina, é da Giovanna! O que faço? vou até a escada que fica perto do quarto, pego a espingarda, talvez eu saiba usar isso, já está carregada, está com sangue, vou até o quarto.

Vejo meu pai tapando a boca e nariz de Giovanna! Eu fecho os olhos e aperto o gatilho, faz o mesmo estouro que ouvi na noite passada.

Quando eu abro os olhos vejo meu pai caído no chão e Giovanna com cara de medo, pego no braço de Giovanna e vamos até a sala, olhamos para trás e o homem que me seguiu estava olhando para nós! Ela pega a bicicleta, vamos até a rua.

Eu falo para Giovanna:

      - Vamos para a sua casa!
      - Quem é esse homem?
      - Não sei! Ele já me perseguiu um dia! Vamos logo! Ele está vindo para cá!
      - Ok, ok!

Nós chegamos na casa dela, sua mãe está fumando, eu explico toda a situação, ela me arruma um colchão  e lençóis, agradeço.

     

Gabriel - o anjinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora