Gabriel - o anjinho

Eu, o anjinho (3)

Gabriel:

Como posso começar? Bom... deixa eu ver... Que tal o meu aniversário de 11 anos? Meu pai não foi, bom, nem teve mesmo! Hahahaha, acho que minha mãe deve ter esquecido, ela está muito estranha depois que viu algumas fotos no celular dela, parecia meu pai com outra mulher, será que ela é legal? Se eu perguntar para minha mãe? Eu chego perto dela e toco nela cutucando-a, pergunto:
- Minha outra mamãe é legal?
Ela vira pra mim com lágrimas de ódio nos olhos e diz:
- Olha moleque, se você sabe de alguma coisa, me fala! Vou expulsar ele de casa quando ele chegar, não faz eu perder a cabeça.
- Mas mãe, porquê a senhora vai expulsar ele? Pensei que ela era da família, ela já até dormiu aqui quando a senhora estava dormindo no médico...
Ela olha com um olhar que dá medo em qualquer pessoa, um olhar de desprezo e ódio acumulado e diz alterada:
- E PORQUÊ VOCÊ NÃO ME DISSE?
Mamãe me dá um tapa que faz eu cair no chão, ouço a minha vó (mãe dela) dizendo:
- Mais um surto Sara? Você tem que parar de se alterar!
Ela diz:
- Você não entende a minha dor mãe! Eu não sou como você e nunca serei, nunca irei ser uma velha que fica o dia inteiro sentada numa cadeira só reclamando da vid- *minha vó dá uma "bengalada" nela interrompendo-a*
Eu me levanto sentindo o meu rosto quente, e vou direto para o meu quarto, sento na minha cama, olho para a janela e vejo algumas crianças brincando, me aproximo da janela, eu começo a rir com algumas coisas que elas fazem, a energia delas era bastante boa, eu só queria descer e brincar com elas, uma delas chega para perto e diz:
- Quer brincar com a gente?
- Não posso, minha mãe não vai deixar
- Vamos logo, você vem escondido!
- Melhor não, até amanhã, tchau! - eu fecho a janela e vou até minha cama, olho para o teto e lá tinha uma lagartixa, ela era bem gordinha, eu viro para um lado, fecho os olhos e durmo.