A Fuga (25)

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Quando eu acordo, vejo meu tio em cima de mim, e eu estava sem minha calça. O que ele estava tentando fazer?

Eu me viro e dou um soco em seu rosto.

      - Filho da puta! - Ele diz enquanto limpa sua boca cheia de sangue.

Eu levanto minha calça e vou correndo até o portão. Eu lembro o que a Uriel disse, só em caso de emergência. "Então é essa a emergência??" - Eu penso.

Com os olhos fechados, me imagino levitando, como aquele vaso de vidro que apareceu em meus sonhos. Assim eu levito.

      - Ele tá voando! - Um homem diz incrédulo.

Eu abro os olhos e estou por cima do portão. É surreal, não sei explicar. Meu corpo está leve, uma sensação de liberdade.

Eu passo o portão e flutuo até o fim da estrada, não muito longe daquela estrada de terra. Perto de um precipício.

Eu "pouso" no precipício, é bem fundo. Lá embaixo há dois cachorros, um caramelo dourado, e outro caramelo e preto. Eles estão latindo para mim, que fofos.

      - Aí está você! - Um homem diz, com uma espingarda em mãos, apontando para mim.

Estou em desespero, eu pulo para o outro lado ou levo um tiro na cara??

Eu pulo. Mas não tenho sucesso. Eu caio lentamente lá em baixo, enquanto ouço latidos. 

Gabriel - o anjinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora