Tardes de Viernes

Capítulo III

N/a: Boa noite, amores! Voltei! E vamos com o terceiro capítulo dessa ficzinha? Alguns avisos; 1) PRESTEM ATENÇÃO no capítulo, há muitas informações importantes nele. 2) Há a entrada de uma nova personagem na história. 3) O que não for explicado nesse capítulo, será nos outros, então não se preocupem.

Boa leitura e até sexta(?)! Qualquer coisa me perguntem no Twitter ou na ask. <3

~~

Camila virou de costas para aquela mulher até então desconhecida para si, e se deixou fechar os olhos com um suspiro em lamento ao ouvi-la. Não sabia o porquê. Na verdade, não queria aceitar aquele porquê. Não podia aceitar, pois não sabia o que fazer. Não havia o que fazer. Estava certa de que jurou para si mesma e para seu marido, mesmo que de forma inconsciente, que jamais envolveria sentimentos em seus casos e nem ele nos dele. Já havia ido para cama com muitas mulheres e muitos homens antes de Lauren e jamais, jamais se sentiu assim, tão vulnerável, tão exposta, tão... entregue. Havia falhado em sua promessa e não sabia como aceitar. Não era uma mulher que cometia falhas, não estava preparada para lidar com isso.

: - Eu não sei, Lauren... – Respondeu com sinceridade, cabeça baixa, punhos cerrados, coração acelerado, medo, desespero, ansiedade. Era uma mistura de tudo. – Eu não sei.

: - Mas eu sei... – Lauren disse enfim, sem conseguir segurar as palavras que queriam sair de sua boca para serem sopradas ao vento, aos ouvidos daquela mulher. Havia se dado conta de que não era só tesão, não era só desejo, não sabia lidar com aquele sentimento arrebatador, mas ele estava lá e ela precisava falar. Já estava perdida mesmo, já não tinha para onde fugir, onde se esconder, então que queimasse no fogo do inferno de uma vez. – Eu sei o que sempre me traz até aqui, Camila, de volta pra você. Eu sei o que me faz pensar em você quando estou com ele, eu sei o que me faz gozar quando olho em seus olhos nessa cama, eu sei o que me inunda por dentro quando você me abraça, eu sei o que me fez pirar quando li aquela mensagem no seu celular, eu sei... Eu sei que eu...

: - Shiii! Não diz. – Num movimento rápido, Camila se virou para ela e a calou com seus dedos trêmulos, colando suas testas e fechando seus olhos com força, incapaz de ouvir o que queria sair daquela boca. – Não diz, por favor, não diz! Não faça isso comigo, não faça isso com você. Não diga, não coloque isso para fora de sua mente, não... por favor, não! Eu fui boa durante todos esses meses em ignorar os sinais, eu fui boa em ignorar seu olhar, eu fui boa em ignorar meus pensamentos, eu fui boa em ignorar o meu querer, eu fui boa em ignorar você, ignorar tua boca de me arrancar palavras que eu não podia dizer. Eu fui boa... – Ela tremia, ciente de que estava perdida. Sentir-se daquela forma, sem controle algum sobre seus sentimentos era novo para Camila, e ela não estava pronta para lidar com isso. Lauren a envolveu pela cintura, igualmente trêmula, os olhos jorrando as lágrimas de um pranto que ela queria viver, mas que talvez não pudesse. – Não diz nada que possa mudar o tipo de relação que temos agora, não diga. Eu não posso sentir isso, eu não posso viver isso dessa forma, eu não posso.

: - Mas você sente. – Lauren ofegou, acariciando o rosto da mulher que chorava a sua frente, inconsolável em sua própria dor e percepção dos fatos. – Você sente, eu vejo nos seus olhos. Tua boca diz uma coisa, mas seus olhos me dizem outra. Você sente, Camila.

: - Não...

: - Sente... – Queria negar, queria dizer que não com os olhos também, mas não conseguia. Sentia raiva, raiva por ter deixado todas aquelas coisas virem a tona, sentia raiva por estar vulnerável, por seu coração bater tão acelerado com aquele toque cálido em sua bochecha, por olhar naqueles olhos. Sentia raiva de si mesma e de sua fraqueza. – Para de mentir pra mim, de se enganar e tentar me enganar. Eu sei que você sente o que eu sinto. Me deixe dizer o que eu sinto.