Chapéu, bermuda e sandálias brancas. Traje habitual de um tradicional sábado de sol em Salvador para o deputado Agenor Itacaré. Agernorzinho, Agenor da Bahia, Seu Agenor, Coronel Itacaré, Meu deputado, essas eram algumas das alcunhas que se poderia atribuir ao boa praça, Fernando. Sim, Fernando, Agenor Fernando "Itacaré" dos Santos. Família de comerciantes de Itacaré, neto de seu Agenor, daí a estranha combinação, costumava dizer que era parente direto do primeiro intendente de Itacaré - apelido antigo do nosso atual prefeito - Joaquim Vieira dos Santos que governou Itacaré de 1890-1893, o que não se sabe se era apenas galhofa de Itacaré, ou verdade.
Todo sábado ele circulava pela cidade, e saudava os transeuntes, de Alphaville até o Pelourinho, lá então que era adepto de uma cervejinha, adorava aquela mistura de história, boêmia e boa prosa. Costumava bradar para os amigos mais próximos, que se eleito fosse, melhoraria ainda mais aquilo que é patrimônio histórico-cultural da Bahia.
Mas antes das longas rodas de bate-papo, articulações políticas, cerveja, a prosa do futebol e o deslizar das lindas mulatas, Fernando Itacaré era católico fervoroso. Era devoto de São Miguel Arcanjo, padroeiro da igreja tricentenária de Itacaré, mas estava todos os sábados às 09:00hs da manhã na Igreja de Nossa Senhora dos Mares, se sentia ali reconfortado, de certa forma, mas duas vezes por semana também ia à Casa de Oxumaré, onde se consultava com seu babalorixá, pai João de Olorum.
Nas terças-feiras e sextas-feiras levava para criançada do Centro, doces de toda sorte, aliás, dia de São Cosme e Damião ele gostava de dirigir uma kombi, por todas as vielas de Salvador distribuindo doces para criançada, sempre adorou a criançada. Era batata, criança gosta de doce. Na igreja católica, fazia generosas doações à pastoral da criança. Era o típico herói do povo.Nas suas preces atuais, o palácio de Ondina era sua primeira obsessão.
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Política, Futebol e Religião não se discutem...
Ficción GeneralEm 1994, Agenor Itacaré, deputado, de terceira passagem da Assembleia Estadual da Bahia, que fica assentada ali no CAB (Centro Administrativo da Bahia), tinha pretensões maiores. Seu padrinho político, senador Amaral D'Ávila, ex-governador já tinha...