Must have been the wind

Capítulo 1

Pov's Josh

- A Taylor está olhando prara você faz horas, cara - meu amigo Noah me dizia enquanto íamos para a cozinha pegar algumas bebidas.

- A Taylor é praticamente minha irmã, Noah, não viaja.

Taylor e eu nos conhecemos a anos e somos muito amigos, mas não é segredo para ninguém que ela fica um pouco mais "solta" quando bebe, e isso resulta em olhares estranhos pra mim, jogadas de cabelo e risadas exageradas. Ela é linda, não tem como dizer o contrário, mas eu não podia ficar com ela, ou talvez não quisesse ficar com ninguém.

Terminei um namoro de dois anos fazem apenas três meses e ainda não fiquei com ninguém depois disso. Não, eu não estou magoado, meu término com a Heyoon foi amigável, uma decisão mútua, mas quando essas coisas acontecem refletimos um pouco mais sobre a vida, sobre como nada é certo.

Se você me perguntasse sobre o amor há alguns meses atrás, eu diria que com certeza Heyoon era a mulher da minha vida, mas não era. As coisas mudam, os sentimentos mudam, as pessoas mudam. E tudo bem.

Eu nunca tive nada permanente na minha vida, meu pai foi embora quando eu tinha dez anos e minha mãe mergulhou de cabeça no trabalho, esquecendo de cuidar dos seus três filhos, aprendi a me virar desde cedo.
Fui morar em LA com minha tia aos 14 anos e sai da casa dela somente aos 18. Mesmo com as nossas desavenças, eu e minha mãe ainda nos falamos por telefone, mas não a visito no Canadá desde o natal passado.

Apesar de tudo, consegui me virar bem, tenho meu próprio apartamento, meu trabalho que gosto bastante, a faculdade de artes, tudo anda bem.

O rompimento conflituoso dos meus pais não me transformou em uma pessoa fria ou fechada como alguns pensam quando ouvem uma história como essa, mas me tornei uma pessoa melhor, um amigo melhor, um irmão melhor, talvez até filho. Às vezes eu acho que fui obrigado a ter maturidade mais rápido que as pessoas da minha idade. Não estou dizendo que fui aquele adolescente chato que odiava festas e só ficava em casa lendo livros, muito pelo contrário, eu aproveitei cada momento, mas sempre com um pouco mais de responsabilidade que os outros, até porque se eu saísse da linha, não teria nenhum pai ou mãe para me repreender, as responsabilidades sobre meus atos eram somente minhas.

-Ei, cara, tá dormindo é? - Noah está estalando os dedos me despertando dos meus pensamentos.

-Foi mal, estou cansado, o trabalho hoje foi um porre - e realmente foi, estou acostumado a trabalhar somente até as 14:00 da tarde na empresa de finanças mas de sábado, como não preciso ir para a faculdade, fico até fechar às 19:00. Foi o que aconteceu hoje, saí de lá e vim direto para a casa do Noah, que, como sempre, estava dando uma festa.

- Eu já te falei para sair de lá, sua paixão de verdade é a música, não faz sentido você trabalhar com matemática e fazer faculdade de artes, são coisas opostas - ele disse lentamente segurando meus ombros, visivelmete bêbado.

- Você sabe que isso não é verdade, eu sou bom na música e na matemática, não fica com inveja de mim só porque sou mais inteligente - eu disse brincando com a intenção de irritá-lo e ele me mostra o dedo do meio - e outra, você sabe que só vou ficar na empresa até acabar a faculdade.

- Eu só sei que você tem talento, todos nós temos - ele fala apontando para a sala que estava com vários dos nossos amigos dançando - eu só não quero que você desperdice isso.

- Não se preocupa comigo, eu já tenho tudo planejado.

Noah é meu melhor amigo, meu irmão, e a pessoa que mais confio. Nos conhecemos no ensino médio, e tínhamos um grupo de amigos invejável, por sinal, a maioria de nós acabou indo para a mesma faculdade em LA, acho que foi por isso que nos tornamos tão amigos, todos nós éramos apaixonados por alguma arte.