Leôncio: Escute bem, essa noite você vai ser minha Isaura, entendeu?
Isaura: Porque me maltrata?
Leôncio: Porque eu te amo e te quero e se você abrir a boca pra falar alguma coisa, sou capaz de te matar.
Malvina: Ai, estou exausta.
Gertrudes: Isaura? Porque parou de tocar?
Isaura: Sentir uma dor em minha mão madrinha.
Gertrudes: Uma dor na mão? Mas você nem sentia isso antes.
Leôncio: Algum movimento no piano não é Isaura?
Isaura: Já vai passar madrinha.
Malvina: Pobrezinha da Isaura, vejo que não a venderam depois de tudo.
Leôncio: Porque meu pai venderia uma escrava que toca piano?
Malvina: Na próxima viagem que fizermos quero ir a Europa.
Almeida: Levem as malas para o quarto. Rápido, rápido, rápido.
Leôncio: Aquele escravo André que deixei no tronco continua na casa?
Gertrudes: Não fugiu, viu como aquela história era só intriga da mexeriqueira da Rosa.
Almeida: Não fugiu mas também não está mais aqui servindo na casa grande, agora trabalha na lavoura.
Leôncio: Merecido castigo deixar de trabalhar na casa pra trabalhar no sol, por mim tínhamos vendido aquele escravo de preferência pra um senhor.
Gertrudes: Isaura, se suas mãos estão doendo não precisa continuar a tocar. Deixe-me ver, onde dói?Gertrudes: Mas, sua mão está toda vermelha. Ai!
Leôncio: Tá sentindo alguma coisa minha mãe?
Gertrudes: Uma pontada forte, uma agulhada funda no coração.Isaura: Madrinha.
Almeida: Pegue a carruagem e vá chamar um médico rápido na cidade, rápido, rápido.
Gertrudes: Ai Isaura vou morrer!
Almeida: Gertrudes, Gertrudes, Leôncio, ajude aqui Leôncio! Gertrudes respire fundo.
Então...
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A Escrava Isaura
RomanceEnredo: Isaura nasceu em 1834, na Fazenda do comendador Almeida, em Campos dos Goytacazes, Rio de Janeiro. Ela é filha da bela negra Juliana, escrava do comendador, e do feitor da Fazenda, Miguel. Juliana morre pouco depois do parto, pois sempre se...