A Escrava Isaura

Capítulo 05

Gertrudes: É verdade isso minha filha?
Isaura: Não madrinha, eu não estava pensando em fugir.
Leôncio: Não foi o que disse a escrava Rosa.
Almeida: Joaquina!!! Vai chamar a Rosa.
Joaquina: Rosa é mentirosa, intriguenta.
Almeida: Não lhe perguntei nada, vá!!!
Isaura: Porque haveria de fugir se sei que meu pai vem me comprar?
Almeida: É verdade, o pai dela o seu Miguel esteve hoje na porteira com o seu Chico nosso feitor, disse que vem conversar amanhã, quer comprar a Isaura.
Gertrudes: Que massada, quando eu achei que eu fosse descansar Isaura é acusada de querer fugir com o André e agora mais essa notícia.
Malvina: Como é romântico o meu marido, em vez de levar sua esposa no colo para o quarto deixa-me o pé da escada para tratar dos assuntos de uma escrava.
Leôncio: Um estante só minha querida e o resto da noite serei seu.
Rosa: Chamou seu comendador?

Almeida: Meu filho me contou que você disse a ele que o escravo André queria fugir com a Isaura, é verdade ou mentira?
Rosa: Verdade.
Almeida: Conte o que você ouviu exatamente.
Rosa: Eu vi Isaura dizendo que ia fugir com o André sim senhor.
Gertrudes: Porque Isaura iria querer fugir com o André sabendo que o pai dela vem amanhã pra comprar sua liberdade? Não faz sentido.
Leôncio: Eu já te falei Rosa, se for mentira eu coloco você no tronco.
Rosa: Não, não tô mentindo não senhorzinho, eu vi, Isaura falou "eu fujo, fujo sim".
Gertrudes: Por mim castigamos a Rosa e livramos o André do castigo.
Rosa: Vai ver Isaura disse que foge com o André se o comendador não vendê-la pro pai.
                      Depois...
Leôncio: Tire a roupa!
Malvina: Calma meu marido.
Leôncio: Vem cá Malvina.

Malvina: Calma Leôncio, assim estraga o vestido que quero guardar.
Leôncio: Eu tava louco pra quê chegasse essa hora.
Malvina: Pois não parecia, perdendo tempo com as intrigas das escravas, agora é tarde eu quero descansar.
Leôncio: Eu não quero descansar, agora que eu posso tocar essa sua pele macia.
Malvina: Não pense o senhor que me esqueci do vexame na hora do casamento.
Leôncio: Que culpa eu tenho se aquela perdida ficou louca por mim?
Malvina: O que me parece toda culpa.
Leôncio: Hoje você vai ver porque essas vagabundas ficam loucas por mim.
Malvina: Leôncio!!! Eu exijo que o senhor Leôncio não queira me tratar como uma vagabunda também, tenha respeito em reverência a mim e não ousa me comparar como essas infelizes.
Leôncio: Chega de mais e mais, eu quero o que é meu por direito, eu sou sou seu marido.
Malvina: Lembre-se que eu sou donzela.
Leôncio: Isso só faz esquentar o meu sangue, você é uma flor tão bela e intocável a tanto tampo.
Malvina: Para lhe ser franca, eu estava louca para me casar, mas agora eu estou com medo.
Leôncio: Com medo? Do seu marido? Eu acho bom se acostumar.
Malvina: Se o senhor Leôncio foi mesmo capaz de empurrar aquela mulher do alto da escada o que não fará comigo?
Leôncio: Prefere acreditar nela ou em seu marido?
Malvina: Eu não sei senhor Leôncio se serei capaz de lhe perdoar.
Leôncio: Perdoará sim dona Malvina, perdoará.
Malvina: Não, não, nunca!!!
Leôncio: A senhora não à de querer me resistir eu sou seu marido.
Malvina: E se eu não quiser em meu leito?
Leôncio: Não? Em que leito devo me deitar?
Malvina: À leito de sobra nesta casa.
Leôncio: Mas só um é meu este, e só à uma mulher nesta casa minha esposa a senhora.
Malvina: Por favor não seja bruto.
Leôncio: Serei como a senhora me pedir doce ou bruto, basta que não me amofine e serei gentil, basta que me recuse e verá que mesmo assim será minha, você é minha por direito, a escolha é sua Malvina.
Malvina: Meu pai o alertou para não me maltratar.
Leôncio: Seu pai não está aqui na Fazenda e nem vai viajar conosco para a lua de mel.
Malvina: Mas posso me queixar a ele quando eu voltar.
Leôncio: A senhora não vai ter do que se queixar.
Malvina: Por favor Leôncio é a minha primeira vez.
Leôncio: Ai de ti se não fosse, agora você vai ser minha, Só minha.