Capítulo 5

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— Nina, vem até aqui. — Como sempre que escuto seu chamado, estremeço num misto de medo e anseio, quando me levanto e caminho até sua sala.

Alex está sentado como no outro dia, os olhos fixos na tela do computador.

Avanço em sua direção, ainda incerta. Ele levanta a cabeça, percebendo minha hesitação. Ele sempre sabe, claro.

De alguma maneira estranha e fascinante, Alex Black conhece os medos mais profundos em meu íntimo.

Ele me conhece.

Seu olhar chega até mim, inquiridor.

— Sente-se aqui. — Sua voz é baixa e aveludada.

Mas não menos imperiosa.

Arrasto minha cadeira para seu lado. Desta vez, já ansiando pelo cheiro amadeirado que invade minhas narinas quando me sento perto. E como no outro dia, deixo meu olhar vagar por sua figura perfeita, dando-me conta de que, era isso que eu estava esperando. Ansiando.

Desejando.

A oportunidade de estar assim, perto o suficiente para dividirmos o mesmo ar. Nossas energias se misturando. Fixo meus olhos em seus dedos sobre o teclado, esquecendo de que não deveria olhar para ele daquele jeito, ansiando que aquelas mãos estejam em mim.

Como seria senti-las em minha pele?

— Nina?

Capturo seu olhar, sem tempo de guardar o desejo que está estampado em meu rosto. Meu peito sobe e desce a cada respiração, meu sangue se eletriza nas veias, banham meu rosto de um rubor culposo.

Por um momento nenhum dos dois fala nada noto o exato segundo em que ele percebe.

Que ele sente.

Me sente.

— Está com medo? — Ah, aquela voz.

Sacudo a cabeça em afirmativa, exalando o ar com força quando ele tira a mão do teclado e a move em minha direção, estremeço ao sentir seu toque em meu pescoço. Ele pode ouvir as batidas erráticas do meu coração que parece que vai saltar do peito a qualquer momento.

Desejo que ele o pegue antes que vá ao chão.

— Se tem medo, porque está aqui? — Sua mão desce por minha blusa, leve como pluma, mal me toca.

Mal respiro.

— Por que deixa que eu te toque assim?

Fecho os olhos, saboreando sua voz de veludo que acaricia meus sentidos.

Quando ele desliza a mão para baixo da minha saia, arfo como se um choque de mil volts me atingisse.

Como se aquele toque tivesse o poder de vida e morte.

Eu abraço a morte.

Não seria a primeira vez.

Acordo assustada, com o despertador tocando ao lado da cama e sento-me, respirando por arquejos, ainda em choque com o teor do sonho.

Que diabos era aquilo agora?

Jogo as cobertas para o lado e me levanto, atordoada. Ainda posso sentir o desejo percorrendo minha pele, fazendo meu sangue borbulhar de forma ilícita.

Sonhos estranhos não são novidade para mim. Mas sonhos eróticos com meu chefe era algo inédito.

Muito inapropriado.

E totalmente assustador.

E naquela manhã, enquanto corro, sinto uma ansiedade diferente quando vejo Black surgir no meu campo de visão. É como se girassem um botão dentro de mim, ligando todos meus sentidos e de repente sou inundada por uma energia nova e estimulante que faz minha pele esquentar e meu corpo vibrar numa frequência até então desconhecida.

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⏰ Última atualização: May 17, 2020 ⏰

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Black  - O lado escuro do coraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora