Assim que cheguei ao fim do corredor me deparei com Noah carregando Babi desmaiada em seu colo, meu Deus enquanto minha amiga estava em uma briga eu estava em uma luta com o sexo oposto, quer dizer não era bem uma luta. Enfim, corri até ele é pude reparar que havia sangue em toda a sua camisa e o rosto de Barbara estava um pouco desfigurado.
- Vem comigo, vou levar ela para um hospital. - a voz de Noah estava apreensiva e eu quase comecei a chorar pelo estado em que minha amiga se encontrava.
Fui na frente dele abrindo caminho para ele poder passar, quando chegamos no carro ele tirou as chaves do bolso e pediu pra que eu dirigisse mais do que rápido, abri a porta traseira e assim que ele já havia se acomodado com Babi fechei e corri para o volante, pensei em levar ela para o meu convênio mas com tanto sangue que ela estava perdendo não daria tempo de chegar na Tijuca. Rodei a chave e acelerei o máximo que pude.
Cheguei em menos de vinte minutos no hospital São Lucas em Copacabana mesmo, enquanto Noah descia do carro com a minha amiga ainda desmaiada nos braços eu corri e chamei um enfermeiro com uma maca.
Noah colocou ela na maca assim que o enfermeiro apareceu e pediu para que fizéssemos a ficha dela na recepção, deixei Noah fazendo isso enquanto fui atrás dele, jamais deixaria minha amiga ser conduzida sem saber pra onde iriam levá-la e sabe se lá pra fazer o que. O enfermeiro entrou com ela em uma porta gigantesca e me barrou, disse que dali eu não poderia acompanha-lá mais que ele traria notícias com o médico em breve.
Minha vontade era gritar, chorar, bater na parede. Nunca vi ela tão pálida e frágil e eu ali sem poder fazer nada. Sentei em uma cadeira que tinha ali pertinho da porta, não me importei com mais nada e comecei rezar pra que não fosse nada grave com a minha amiga.
- Pra onde levaram minha noiva? - Noah interrompeu minhas orações silenciosas.
- Levaram ela ali pra dentro - apontei para porta na minha frente.
Ele sentou ao meu lado e pude observar que sua fisionomia havia mudado, ele estava mais rígido, seus olhos estavam vermelhos e havia uma marca de mãos em seu rosto.
- Noah me explica o que aconteceu, eu vi a confusão, tentei ir até vocês mais seu sócio me impediu. - eu estava aflita e sei que tinha demonstrado isso.
- Uma ex namorada minha apareceu e quando dei por mim ela estava pendurada no meu pescoço, Barbara viu ,tentei fazer algo elas já estavam rolando na pista de dança - ele colocou a cabeça sobre as mãos e apertou os fios de cabelo - Samantha minha ex, quebrou um copo que deixaram ali pelo chão e rasgou a cara da Babi. Eu separei elas e levei um tapa, ela já estava sangrando muito e algum louco jogou uma garrafa de vodka que acertou em cheio a testa dela e quando vi ela já estava vulnerável, caída, apenas a peguei no colo estava saindo quando você apareceu!
Ele contava o ocorrido e a cada parte eu sentia que um peso saía das costas dele por desabafar, mais seu olhar transmitia culpa e mágoa. Eu não soube o que falar então apenas disse um "Ela vai ficar bem" rezando para que onque eu transmiti fosse realmente verdade.
Horas se passaram e quando fui pegar o telefone pra avisar aos pais da minha amiga sobre o ocorrido, me dei conta que na hora da confusão eu deixei ele na boate. "Que lerda em Beatrice" meu subconsciente às vezes da dessas de me julgar. Levantei e tentei me esticar, minhas pernas estavam dormentes e minha cabeça já doía.
- Acompanhante da paciente Barbara Caldas? - um senhor de cabelos brancos que aparentava ter mais que 50 anos apareceu com uma prancheta e papéis em cima dela. Claro era o médico.
- Somos nós dois. - apontei para Noah que já estava em pé ao meu lado - Como minha amiga está doutor? O que aconteceu foi muito grave? Ela já acordou?
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Inferno Particular
HumorBeatrice é uma jovem de 22 anos, recém formada em direito. Trabalha com o pai em seu escritório, que por sinal é um dos mais prestigiados do Rio de Janeiro, mas isso torna a sua vida totalmente estressante e cansativa. No meio de tantos processos e...