Luz na escuridão

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Ao cair da noite, ainda no beco úmido Hampet unia forças para seguir em frente, ao pé da viela avistara ligeiramente alguns soldados de Azaroth caminhando pelas ruínas de Geminidía provavelmente a vigia de qualquer movimentação inimiga, podia-se ouvir os ruídos das pesadas botas que compunham os uniformes amarronzados tocando de modo grosseiro o chão pedregoso, pôs-se de pé com certa dificuldade apoiando a mão trêmula na parede e com a outra mão comprimia o ferimento feito na coxa esquerda.
Au...–Murmurou em meio a ação.

O garoto se arrastava beco adentro na esperança de encontrar uma forma de sair dali sem ser percebido por aqueles estranhos, estava escuro portanto sua visão estava limitada, Hampet se direcionava apenas por mera intuição, quando de dentro do breu ouviu sussurros.  —Ei garoto...

Hampet olhava de um lado para o outro mas não conseguia reconhecer a fonte do som, amendrontado e temeroso com o que lhe aguardava tomou fôlego e perguntou com a voz trêmula e em um sussurro quase inaudível: — Quem está aí?

Mas que coisa é essa de quem está aí? Venha logo aqui droga... –Respondeu a voz desconhecida; Hampet empertigou-se irritado.

Como posso saber que não vai me matar?Primeiro eu nem sei se posso confiar em você e segundo como espera que alguém siga uma voz estranha em um beco escuro? –Sussurrou Hampet de modo obstinado.

Eu queria até ajudar mas se quiser morrer aí, fique a vontade, já é uma boca a menos. –Respondeu a voz que soava também irritada.

Bom mas já que insiste tanto, eu aceito essa sua ajuda aí. –Rebateu Hampet com um tom displicente.

Um estalido fora ouvido e uma pequena chama emergiu das sombras que logo revelara segurando o esqueiro um garoto de aparentemente doze anos de idade, truculento e de cabelo ralo. — Certo salva vidas de aquário, me acompanhe.

Hampet sentiu as orelhas esquentarem, e por um breve momento quis avançar no garoto mas respirou fundo e encarou o outro com certa confiança, tal atitude o fez lembrar os modos de Estella até que a sensação era boa pensou ele.

E pensar que eu seria salvo por um balofo. –(riu Hampet) — Me diga como conseguiu passar por esse beco estreito sem se entalar?

O garoto corpulento virou-se de costas visivelmente irritado.

Cale a boca ou vai acabar chamando a atenção dos oficiais do reino inimigo, seu cotoco de gente.

Hampet balbuciou algo que não pôde ser compreendido e seguiu o outro garoto, que o guiava por vielas estreitas até chegar a uma porta de carvalho escuro a qual bateu seis vezes seguidas logo sendo aberta por um homem alto, pardo de feições sérias que ostentava de cabelos negros e oleosos presos em um rabo de cavalo destacando uma grande cicatriz no olho direito.

— Ah Orthon, parece que trouxe mais alguém com você...Prazer em te conhecer baixinho, meu nome é Wendell Frederic mas normalmente me chamam de Fred.

O homem de cabelos gordurosos sorriu para Hampet e acenou gentilmente, em seguida abrindo passagem para os garotos adentrarem o ambiente, iluminado por uma única lamparina disposta sobre uma mesa de pernas finas e bambas.

— Ah, olá...sou Hampet. [Replicou educadamente.]

Orthon guardou o esqueiro no bolso esquerdo de suas largas calças cor caqui, ajustou os suspensórios e empurrou um barril pesado que estava disposto no canto da pequena sala suja para o lado revelando a porta de um alçapão.
Me acompanhe garotinho, você tem pessoas a conhecer...

Guerra em GeminidiaOnde histórias criam vida. Descubra agora