Destituição para restituição

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(PROVÍNCIA DE IVINIS)
TERRITÓRIO DE AZAROTH

CENTRAL DE ESTUDOS CIENTÍFICOS MILITARES.

Dezenas de crianças desciam dos grandes carros que vinham da direção do reino de Quiridia evidenciando o êxito no ataque feito mais cedo; Estella com os olhos baixos deixou-se ser conduzida para um grande prédio de aparência triste e cinza; a marcha silenciosa estendia-se local adentro a passos lentos, o clima pesaroso irrompia cada vez mais a medida que se emaranhavam pelo labirinto de corredores, podia-se ouvir os estalidos dos cadeados que prendiam os pequeninos seguido pelas lamúrias chorosas conforme o grupo se reduzia na distribuição em celas individuais, e assim a garota viu aqueles com quem partira de sua cidade natal esvaírem-se gradativamente como areia em uma ampulheta até chegada a vez da menina ser atirada de modo insensível em um cubículo escuro e inóspito de concreto, ali começava o inferno, o sumir das chaves da cela no bolso do oficial marcara a sentença injusta de Estella que se encolhera em um canto ainda com as mãos amarradas, os pedidos clementes e desesperados das crianças ecoavam pelos longos corredores gélidos até o nascer do dia.

Ao alvorecer naquele lugar onde os raios do sol não chegavam, ela se vê contida mecanicamente numa mesa de laboratório, esforçava-se para sair daquele pesadelo o qual acreditava firmemente ser apenas um sonho ruim, com os movimentos limitados e com os sentidos debilitados acompanhava de modo turvo e confuso a estranha movimentação feita em seu entorno.

Objeto de experimento número dezessete... Soou uma voz vagamente.

Onde estaria? Pensava; o que fariam a ela? Lutava para mover-se mas seu corpo sequer a respondia, os olhos entreabertos moviam-se freneticamente de um lado para o outro buscando compreender o que ocorria, queria gritar, queria fugir mas naquele momento suas vontades não fariam diferença, Estella se deu conta de que não era mais dona de si, sentiu algo espetar seu braço seguido pela sensação desconfortável de um espesso líquido invadir seu corpo de modo frio, Estella respirou fundo contentando-se com o que estava fadada; talvez fosse mesmo um sonho ruim, logo mais acordaria, ou ao menos era o que a mesma esperava...
Num repente o corpo inteiro da garota começara a esquentar de tal modo que a mesma pensou que sua pele estava derretendo sobre os ossos, o corpo da garota involuntariamente manifestou espasmos.

Então isso é morrer? Eu vou partir sem ao menos realizar meus sonhos?
(Pensava ela em meio a agonia daquela infeliz probabilidade)

Suas memórias lhe corriam velozes diante de seus olhos, desfragmentando-se repentinamente dando lugar ao vácuo silencioso; suas vontades, sonhos, lembranças, nome; Não a pertenciam mais, a pessoa que era até ali morrera junto com o as memórias dando lugar à arma biológica de número dezessete, soldado integrante do projeto (Xeque-mate); designada para a divisão supressora, Alicia Brändt.

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(PROVÍNCIA CENTRAL AMESTASIS; CAPITAL DE AZAROTH)
...
Dois anos antes do ataque.

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Querem tomar o poder usando um povo de outro país?! Seremos traídos!

Berrava o bigodudo de dois metros Horn Säns, batendo as pesadas mãos de modo grosseiro sobre o tampo da mesa de madeira polida, irritando os demais presentes na assembléia da divisão central.

Entendo seu ponto de vista General, mas eu não viria a vocês com resultados inconclusos de minhas pesquisas...

Rebateu Adolf Bergman com as mãos sob o queixo de modo tranquilo, analisando por sobre os óculos finos e redondos os oficiais militares ali presentes, confiante prosseguia com seu argumento.

Guerra em GeminidiaOnde histórias criam vida. Descubra agora