Uma peça no tabuleiro inimigo

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Corajosamente Hampet irrompia rumo à capital, os primeiros raios de sol em um alvorecer tranquilo e acolhedor refletiam em seus cabelos desgrenhados, fora uma noite feroz ds frio e uma luta constante contra a exaustão mas mesmo assim seguia em frente em busca das respostas de que almejava o que outrora deixara para trás, caminhava rumo à escuridão em que o reino afundou-se, não hesitou, da noite anterior até então parecia ter reunido forças e coragem que antes imaginara não ter, logo na entrada da capital, ao cruzar a ponte sobre um dos canais que circundavam a majestosa e agora sombria capital hexagonal, deparou-se com a devastação e tristeza, o rapaz parou alguns segundos analisando a jornada que teria pela frente.

Perguntaria aos cidadãos onde a moça estaria?

Impossível ninguém o olharia na cara, os civis estavam apavorados demais.

Perguntaria aos soldados?

Fora de questão.

Só havia um modo de encontra-la.

Indo pessoalmente investiga-la.

Mas afinal fora por isso que deixara os outros para trás, você veio trilhar o caminho que escolheu não foi Hampet? Então ande com suas próprias pernas.

Entre em ação!

E assim o fez, estufou o peito de coragem e buscou pelo grande Castelo central.

Uma construção robusta de pedra bruta que erguia-se imponente no centro do reino, a oscilante bandeira com um sol ilustrado posta sobre o mais alto mastro evidenciava que aqueles que invadiram instalaram-se ali.

—Mas que jeitinho arrogante de se fazer as coisas, tsc!– Pensou enquanto observava ao longe a grande construção.

Caminhou à esmo vez ou outra esgueirando-se entre becos e entulho, para despistar soldados inimigos, mantinha-se pensativo em meio à devastação e vazio, ainda havia sangue em paredes e corvos sobre as casas, animais mortos e humanos estraçalhados, a sujeira fora feita e assim como crianças malcriadas que não se importam em arrumar seus brinquedos não fizeram conta em limpar aquela bagunça.

O cheiro de morte dos cadáveres putrefatos que estendiam-se pelos vastos calçadões incomodava o nariz de Hampet que cobriu a boca com as mãos. Sentia um mix de medo, ódio e uma pitada de coragem tomarem seu corpo. Estava rodeado pela morte mais uma vez, quantas vezes teria de viver e ver aquilo?
Não sabia até que morresse também.

Engoliu em seco e bateu em retirada para os portões pesados da imponente construção, guardas de Azaroth jogavam cartas tranquilos ao ponto de não perceberem o garoto franzino de roupas esfarrapadas adentrar por uma fresta do portão.

Arfante e aliviado por ter conseguido passar pelos portões esboçou um breve sorriso, finalmente estava lá dentro, finalmente estava um tanto mais perto da verdade que buscava e quanto mais próximo se sentia disso mais agarrava-se à seu objetivo.

Erguendo o rosto vagarosamente deparou-se com um grandioso pelotão enfileirado em um grande campo aberto, pareciam estar em alguma espécie de treino rotineiro ou quaisquer atividade que militares realizassem em locais assim. Rapidamente tratou de buscar pela tal moça, corria os olhos pelo local até que seu olhar pousou em cheio na mulher de cabelos castanhos que solene regia a horda de homens.

O coração de hampet palpitou, suas mãos tremulavam e suas entranhas lhe pareciam sair pela boca, sentiu-se enjoado e seu corpo tremeu.

Sem dúvidas, é ela.

É ela...

Estella?

A frente desses monstros?

Guerra em GeminidiaOnde histórias criam vida. Descubra agora