A dream or...?

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Oi girafinhas, tudo bem?

Então deixa eu explica uma coisa aqui super rápido, muitas pessoas querem que a Gizelly recupere a memória, mas ela não vai, e por que? Eu tenho uma razão para isso ter acontecido, eu prometo que não decepcionarei. Mas não serei de todo ruim, tudo bem? As coisas vão acontecer, tudo se ajeita, okay?

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Boa leitura!

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Dois dias se passaram... Rafaella continua me evitando ao máximo, acredita? Eu que deveria estar fazendo isso.

Afinal, foi eu que perdi a memória, eu descobri estar casada com alguém que nunca suportei, eu tenho uma filha gerada por mim que eu não lembro, estou numa casa estranha, todas as pessoas que eu conhecia hoje em dia estão casadas e completamente diferentes.

Por que ninguém se põe no meu lugar ao menos um pouco? Por que as pessoas não conseguem entender que eu estou com medo disso? Eu estou vivendo a minha vida como se fosse outra pessoa.

Eu sou uma adolescente que na verdade não é adolescente mais.

O único lado bom nisso tudo até hoje sem sombra de dúvidas é a Manoela, essa pequena é incrível. Ela é tão inteligente, cativante, um amor de garota. Uma filha exemplar, ela nunca responde e sempre obedece quando lhe mandam fazer alguma coisa. Sem contar que nós temos nos divertido bastante. Quando ela volta da escola eu grudo nela como se vida dependesse disso, somente com ela eu me sinto à vontade nessa casa.

Rafaella apenas nos observa de longe, eu sinto seus olhares, eu vejo seus sorrisos. Mesmo sem querer demonstrar é nítido o quão feliz ela fica ao ver Manu e eu interagirmos. Acho que ela gosta disso, as únicas vezes que a vejo sorrir são nessas horas ou então quando ela está com Manu.

Mesmo sem perceber eu também tenho a observado, ela parece cansada, suas olheiras – antes invisíveis, hoje estão bem visíveis, bolsas enormes e escuras embaixo de seus olhos. Rafaella parece exausta, eu diria que ela não tem dormido bem durante a noite. Mas eu não faço ideia se a culpa disso é minha ou toda essa situação, ou as duas razões juntas.

Ás vezes eu penso se não seria melhor para ela eu ir ficar com meus pais logo de vez, semana que vem eu irei fazer exames para saber mais do que houve comigo e se isso tem volta. Mas e não tiver? Como nós iremos viver assim?

Ela parece estar sofrendo enquanto eu continuo a odiando internamente, mesmo que um pouco menos. Não consigo despertar outro sentimento por ela.

Ninguém consegue viver assim por muito tempo, penso que uma hora ela ficará exausta da minha frieza e irá embora, e se ela decidir levar Manoela com ela? Eu não aguentaria viver sem ela, não mais, eu aprendi a amar essa garotinha.

Minha filha.

Minha.

Rezo todos os dias para que se caso ela decida ir embora, que deixe pelo menos ela.

É tão confuso e estranho pensar nisso, uma filha, eu tenho uma filha, eu sou casada, com ela, a pessoa que eu odiei desde muito tempo atrás. Isso é algum tipo de piadinha da vida? Piadinha muito sem graça.

— Mamãe!

Volto a realidade ao ouvir o chamado de Manoela e suas puxadas frenéticas na barra da enorme blusa branca de basquete do Chicago Bulls que ela me fez usar, Rafaella também está usando uma, de cor preta, assim como a própria Manoela que também está usando uma preta. Rafaella me disse que é um tipo de ritual que costumamos fazer nos dias de jogos, ela contou que Daniel viciou Manu em basquete, e desde então ela tenta nos fazer gostar também. Agora entendi porque tem várias coisas do Chicago Bulls aqui espalhadas pela casa. É sério, no quarto da Manu então tem vários acessórios dos Bulls, como ela mesmo chama o time. Sem contar os diversos moletons deles espalhados por ai.

Stupid Wife - Girafa versionOnde histórias criam vida. Descubra agora