Felicidade indefinida.

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— O que acha desse aqui?

Desvio o olhar das roupas a minha frente e olho para meu melhor amigo parado a alguns metros de distância com uma camiseta vermelha em suas mãos. Analiso a peça e faço sinal para ela virar pra mim. Um sorriso de aprovação nasce em meu rosto, essa é perfeito para ele.

— Esse é bonito. Vai caber em você?

— Vou fingir que você não me chamou de gordo, Gizelly Bicalho-Kalimann! – Py rebate raivoso, solto uma risada nasal. — Eu vou ir lá experimentar.

E simplesmente saí em direção aos trocadores. Sigo-o, procuro um lugar para me sentar, mas não encontro nada, então; opto por encostar-me na parede ao lado do trocador que Py está se trocando. Hoje ele praticamente me arrastou para vir fazer compras com ele.

Ainda bem que ele não pode ler pensamentos.

Olho em volta, tem muitas grávidas nessa loja. Por alguns segundos imagino Rafa com uma barriga enorme. Ela provavelmente ficará ainda mais bela. As bochechas mais cheias, um pouco ruborizadas, os braços e as pernas gordinhos. Mal vejo a hora de poder ser contemplada com essa imagem. Não existe nada mais bonito que uma mulher grávida. Ainda mais a minha mulher.

Eu provavelmente irei me apaixonar mais por ela.

Continuo criando imagens da minha esposa grávida até que sinto o celular vibrar no bolso de trás da minha calça, pego o aparelho e desbloqueio a tela. Não é surpresa alguma ver "Mi Suerte" ali. Ela parece ter algum sexto sentido que sabe quando estou pensando nela.

"Oi pequena, já sinto sua falta"

Existe alguma forma dela ficar ainda mais fofa?

"Eu estava pensando em você agora"

"Sério? Pensando o que?"

"Lembrando de terça"

"Oh... Eu não consigo esquecer, sabia? Ainda sinto seus toques, e o seu gosto na minha boca"

Mordo o lábio para não suspirar, olho brevemente em volta apenas para certificar-me de que ninguém está olhando.

"Minha bunda sente falta das suas mãos. Minha boceta sente falta dos seus dedos"

Sorrio com malícia, provavelmente Rafaella deve estar se contorcendo nesse momento. É bom provocar ela.

— Será que você pode parar de sorrir para a tela desse celular e me dar sua opinião?

Levo um pequeno susto ao ouvir a voz de Pyong e quase derrubo o celular no chão. Coloco uma mão sobre meu peito e levanto a cabeça, deparando-me com Py parado em frente a mim.

— Quer me matar?

— Na verdade eu quero sim. – Abro a boca horrorizada por ele ter falado tão sério. — Estou a horas te chamando e você parece entretida demais. O que tanto vê aí?

— Uh, nada. – Bloqueio a tela rapidamente antes de ela ler as mensagens. Pyong ergue uma sobrancelha e me olhar desconfiado. — Esse ficou bonito.

— Você acha que engana quem tentando mudar de assunto? – Finjo confusão. — Nem adianta fazer essa cara de sonsa. Estava trocando mensagens com a sua esposa? – Pressiono os lábios, sinto vontade de bater ao sentir minhas bochechas ruborizando. — Oh meu Deus, vocês são duas pervertidas.

— Nós só estávamos conversando.

— Sobre sexo.

— Fala baixo, Pyong Lee. – Repreendo-o, olhando em volta. Por sorte não tem ninguém perto. — Já escolheu o que você vai levar?

Stupid Wife - Girafa versionOnde histórias criam vida. Descubra agora