• Capítulo 9

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Jhescy

Minha cabeça dói um pouco de tanto sorrir, ter eles nesse momento deixa tudo mais calmo.

Eles se vão, depois de muitos abraços e beijos de vovó e Webber, as meninas ficam um pouco chorosas, me prometeram estar aqui amanhã e ligar o tempo todo.

- Jhescy - a enfermeira me chama - está na hora dos remédios - me estende um copo com os comprimidos e água.

- Obrigada, Liana – agradeço assim que termino de tomar os remédios.

- Daqui a pouco venho te ajudar a tirar o leite - ela recolhe os copos.

- Vou ficar te esperando - sento na cama, alguém bate na porta e lá está ele, doutor Theo Harris, ele meche comigo.

- Doutor - Liana diz.

- Liana - ele entra no quarto e Liana sai do quarto - Como prometido - ele estende o celular e pego, a mão treme de ansiedade.

É como eu imaginava meu bebê, ele está entre lençóis, não tem nenhum aparelho, olho para Theo ele me sorri, Mike parece chorar na foto, os bracinhos estão erguidos e as pernas encolhidas. As lágrimas descem por meu rosto, só queria sentir seu cheiro, fico ali olhando aquela imagem por alguns minutos até estender o celular a ele.

- Como ele está? - olho para o Theo.

- Ele está bem, chorando bem alto - ele sorri - passo a foto pra você se quiser.

- Eu quero – entrego meu celular em sua mão e ele passa a foto - Meu pequeno Mike.

- Ele é um garoto forte. Precisa que eu ligue para alguém? O pai, para poder dar notícias? – ele me olha e me entrega o celular.

- Ele é meu, não tem pai – dou de ombros – não precisa ligar para ninguém, mas obrigada mesmo assim.

- Entendo, eu tenho que ir agora, mas antes de ir embora eu passo aqui e te dou mais notícias. – ele toca em minha mão e sinto meu corpo arrepiar, ele desfaz o toque.

- Obrigada Theo, é muito importante o que você fez - ele sorrir, que sorriso.

- Minha avó e meu pai me deram ordens – ele diz - se eu não seguir já sabe - ele balança com a cabeça e sai do quarto.
Novamente eu solto o ar que estava preso e eu não sabia, pego meu celular e fico olhando para a foto do meu filho.

Liana volta e me ajuda a tirar o leite, não é uma coisa fácil, dói bastante, mas não desisto, ela me incentiva e consigo tirar um copinho cheio, sorrio satisfeita, ela diz que é o suficiente para toda a noite, no momento ele mama pouco.

- Amanhã antes de ir embora vou te levar para ver seu bebê – Liana diz.
- Obrigada Liana. – ela retira a bandeja, depois de jantar e tomar os remédios da noite, eu relaxo na cama.

Uma batida na porta me desperta, meu coração reagem, ele disse que viria, será que é ele?

- Entra – sento na cama e passo a mão no cabelo, a porta se abre e ele entra, agora não veste mais seu uniforme, não sei se ele é mais bonito com o uniforme ou sem, não sem, ele está vestido, que ideia Jhescy, concentra ele tá falando alguma coisa.

- Jhescy? – ele faz uma careta.

- Oi – sorrio sentindo ficar vermelha.

- Vim dizer que ele está bem, pode dormir tranquila. – ele me sorri  despreocupado – se algo acontecer, o que eu duvido, eles vão me ligar, e venho correndo.

- Você me avisa?

- Claro, agora tenta descansar, amanhã espero você. – ele diz.

- Me espera? – pergunto confusa.

- Claro, vou estar a sua espera quando for visitar o Mike – óbvio. O que você imaginou Jhescy?

- Obrigada Theo – sorrio.

- Não precisa agradecer Jhescy – ele segura minha mão – não mesmo, além de ser meu trabalho ele é um menino encantador. Agora já vou, amanhã meu plantão começa cedo, tenha uma boa noite Jhescy – ele aperta minha mão e balanço a cabeça em concordância, Theo sorri e sai do quarto.

Me sinto tonta com sua presença, acho que se ele passar mais de meia hora no meu quarto eu vou morrer sem conseguir respirar, porque toda vez que ele sai do quarto eu solto minha respiração.

Depois de uma noite de quase sono, já tomei meu banho e estou preparada para ver meu filho, sento na cadeira de roda, eu não queria andar pelo hospital assim, mas ela me garantiu que só poderia ir se fosse assim, então aqui estou eu, andando pelo hospital sendo empurrada por Liana em uma cadeira de rodas.

Liana me ensina sobre a parte de higienização, lavo as mão e braços, coloco um roupão e estou pronta para ver meu filho, quando passo pela porta encontro os olhos de Theo, ele sorri, e que sorriso.

- Bom dia, senhorita Davins - Theo me cumprimenta.

- Bom dia, doutor Theo - ele revira os olhos.

- Vamos ver o seu bebê? - confirmo com a cabeça, e sigo Theo Harris.

O barulho dos aparelhos me deixa um pouco tensa, o bip dos aparelhos, mas a tensão passa assim que vejo os rostinhos dos bebês, algumas mães seguram seus bebês em um tipo de canguru.

- Aqui está ele - Theo para na última incubadora.

- Meu bebê - sorrio para meu filho deitado com o aparelho respiratório, as mãozinhas são lindas, me emociona de uma forma, que meu coração fica em paz.

- Ele está bem, já mamou e está estável - Theo diz ao meu lado, tinha esquecido que ele estava aqui, não consigo tirar meus olhos do meu bebê e só balanço a cabeça.

- Eu posso segurá-lo? - pergunto.

- Deve - ele aponta uma poltrona - senta, vou te ajudar.

Ele abre à incubadora e vai me explicando que eu vou poder fazer isso sozinha, Theo retira meu filho e com cuidado arruma os aparelhos, ele coloca meu filho em meu colo e sinto seu peso, chego mais próximo do meu nariz e sinto seu cheiro.

Theo fica ao meu lado, meu filho é todo lindo, mesmo enrugado, com os cabelos loiros mais escuros, tinha que puxar o George? Faço uma careta, clareamos quando crescer filho.

- O que foi? – pergunta ao meu lado.

- Estava pensando na cor de cabelo dele. – passo a mão por seu rosto.

- Vai mudar, vai cair e cresce de outra cor  - ele passa a mão no cabelo do meu filho.

- Que bom – sorrio aliviada, o DNA ja é o bastante.

- Estou ali - ele aponta para a mesa - me chame se precisar.

- Obrigada Theo, chamo sim - ele se vira e anda para a mesa.

Fico a manhã toda com meu bebê, ele chora forte, bem forte, Liana vem me buscar na hora do almoço, tenho alguns exames pra fazer e preciso descansar um pouco, ela prometeu que eu iria voltar mais tarde.

- Ele é um gato – Letty diz entrando no meu quarto.

- Você tá maluca? Ele tem idade pra ser seu pai – Serena coloca a bolsa no sofá.

- Mas não é, você sabe o quanto eu sou apaixonada por ele - Letty beija meu rosto.

- Mas é errado - Serena imita Letty.

- Do que vocês estão falando? - eu pergunto, eu fico sempre zonza com as conversas delas.

- Sobre William Harris - Letty sorrir.

- Letty acha que pode ficar com ele - Serena  senta ao meu lado.

- Ele é casado? - eu pergunto.

- Não é não, já te disse, ele e viúvo - Letty diz.

- Então não vejo problema – dou de ombros.

- Viu Serena – ela sorri.

- Letty, você vai se machucar- Serena diz.

- Para com isso Serena, não estou fazendo nada demais - Letty cruza os braços.

- Eu acho ele gato - sorrio para Letty.

- Eu disse - Letty me abraça e senta ao meu lado.

- Não vou falar mais nada sabe - Serena tem medo de muitas coisas, isso e visível.

- Não estou ficando com ele ainda - Letty provoca Serena.

- Ainda né? - pergunto.

- Pretendo – ela me responde.

- Vamos mudar de assunto - Serena fala - Como está meu afilhado?

- Está bem, passei a manhã com ele, vou mostrar as fotos - pego meu celular e mostro as fotos a elas, Serenas chora com as fotos e Letty fica falando como meu filho se parece um ratinho, ela está me provocando.

É um dia feliz, passei a manhã toda com meu filho, Theo estava por perto, sempre me sorria, o tempo todo, agora elas estão aqui comigo.

Elas ficam ali, contando histórias,  Serena tentando colocar juízo na cabeça de Letty , eu fico entre a imagem do meu filho e o sorriso de Theo.

TUDO POR VOCÊ (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora