Revivendo momentos

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     Não dormi o resto da noite.Olhava para os lados,observava a sala,o tempo lá fora,e tudo me assustava.Estava com medo do meu subconsciente continuar me machucando,usando a imagem de Lucas.

        De manhã,não contei nada para Steven,meus sonhos bobos não eram problema dele.Mas o que eu poderia dizer?”Está noite sonhei que foi morto pelo meu ex-namorado, e você?Dormiu bem?”

        O resto do dia foi monótono,porém perturbador.As imagens daquele sonho não paravam de passar e se repetir em minha mente.A noite,fui até um prédio gigantesco,de onde entravam e saíam homens importantes de terno e gravata falando ao celular.Me encontrei com Robert em uma sala com uma mesa comprida e várias cadeiras ao seu redor.Me sentei e o cumprimentei.Conversamos sobre a incrível proposta que tinha feito a mim,e disse que precisava de um tempo para programar a viagem.Já tinha outra apresentação da faculdade daqui há algumas semanas e viajar à Paris não estava nos meus planos.

        Eu e Jacke nunca mais nos falamos,e de alguma forma isso incomodava.Não queria falar com ele de jeito nenhum,nunca mais vê-lo na minha frente,mas ás vezes sentia vontade de abraçá-lo e dizer que sinto sua falta.Queria o velho e carinhoso Jacke de volta,mas eu sabia que,depois daquele dia,ele nunca mais seria o mesmo.Não para mim.

     No sábados,eu e Steven fomos ao Central Park,como passamos a fazer a algumas semanas.De alguma forma,era um lugar especial para mim, e especialmente para nós.Lá,a gente pode encontrar paz e sossego,observando as nuvens sem nenhuma preocupação do mundo lá fora.

    Fizemos um piquenique em baixo de uma árvore.Estávamos sentados em uma toalha de mesa estendida no gramado do park,e Steven perguntou:

        -Como anda a faculdade?              

        -Bem!Aliás, muito bem!-respondi sorrindo.

        -Anda falando com...Jacke?

        Senti um enorme peso nas minhas costas com a pergunta de Steven.O clima ficou tenso e aquele sorriso descontraído não estava mais no meu rosto,prevalecendo uma expressão de pavor e angústia.

        -Não...nunca mais.

        -Bom saber.-disse Steven,segurando minha mão.

        -Mas...e como anda a sua faculdade?-tentei melhorar o clima,mesmo que fosse em vão.

        -Muito bem!

        Ficamos em silencio,até que Steven ressaltou:

      -Você está linda hoje.-sua expressão era doce e calma,tanto quanto seu sorriso.

        Pisquei lentamente e sorri.

       Acariciei seus cabelos macios.Ele segurou minha mão e a beijou em seguida.Se aproximou lentamente cada vez mais e me beijou,ainda doce e calmo.Podia sentir seus coração disparado quando coloquei minhas mãos em seu peito.

        -Quer deitar e observar as nuvens?

        -Isso é tão clichê.-Steven observou minha pausa sem dizer nada.-Mas eu adoro isso.

        Ele sorriu novamente e fomos para a grama,que brilhava ao sol.Ficamos um do lado do outro,apreciando o céu sem precisar dizer nada para estarmos satisfeitos com o momento.Fechei os olhos e relembrei as cenas daquele início de ano;minha chegada na cidade,o jeito como os olhos de Steven brilhavam na primeira vez que cruzaram com os meus,nosso primeiro beijo,naquele mesmo lugar.Meu coração disparou,assim como no momento que passava em minha mente.

        Me dei conta de que,o destino é perfeito.Junta as pessoas certas,no momento certo.Nossas mãos eram feitas exatamente em encaixe,assim como nosso lábios.Um completava o outro,de forma inseparável e incontestável.

      De repente,irônica e comicamente,começou a chover.Abri os olhos e eu e Steven no olhamos e começamos a rir freneticamente da situação.

        -Não acredito!-disse eu,ainda rindo.

        Nos levantamos e Steven disse:

        -Agora chega a parte da história em que eu deveria te beijar,não é?

        -Parece que sim.-ri de forma suave e abaixei a cabeça.

Steven levantou minha cabeça,segurando meu queixo,e sorriu,beijando-me em seguida.

        Começamos a brincar na chuva e,de repente,tínhamos 8 anos de novo.Me senti tão viva quanto aquele dia no shopping com Steven.Poças se formavam na grama,e conforme pulávamos,as gotas de chuva espirravam,com os raios de sol refletindo-as,parecendo um arco-íris.

        Steven me pegou no colo e começou a me beijar,de uma forma especial,com gotas de chuva açucaradas pingando sobre nós e nos tornando cada vez mais apaixonados.

        Sentia meu coração inchado,quase não cabia mais o amor de Steven dentro dele.A qualquer momento,poderia explodir sem que percebesse.

   Fui para casa,ainda com um sorriso bobo e apaixonado.Minha roupa e meu cabelo estavam encharcados,mas estava adorável,de acordo com Steven.

Sonhos às luzes de Nova YorkOnde histórias criam vida. Descubra agora