Rachel POV'S
- Que merda acabou de acontecer aqui? - Felipinho exclamou inconformado.
Não tinha nem como explicar, havíamos acabado de presenciar o assassinato de um inocente! E o pior, por alguém que deveria nos defender. Assim que o Airplane foi embora, começamos a raciocinar.
Me lembrei das notícias no dia em que tudo começou, ele realmente nunca esteve preocupado com os cidadãos, mas isso era extrapolar qualquer limite! Eu estava em choque.
- Tá legal, acabamos de descobrir que o Governo tá matando civis, e o "abrigo" onde estamos indo, é do governo, não é? Será mesmo que é seguro? - Taylor raciocinou preocupada, falando rápido e em desespero.
- O abrigo não existe. - disse Gustavo indiferente, entrando na cozinha de repente. - Acho que só nos fizeram acreditar nisso pra termos uma esperança falsa.
- Nós não sabemos Gustavo, e se for real? - Retruquei esperançosa.
- Se for real, haverá um monte de caras como esses que acabaram de MATAR um civil inocente! Acha mesmo que eles vão nos poupar só por sermos adolescentes? Hoje em dia ninguém mais tem piedade! Ninguém se importa com ninguém. E essa sua esperança, não vai te levar pra lugar nenhum Rachel! Aprenda a aceitar a realidade! Todos vocês! - Gustavo berrou impaciente.
- Isso quer dizer, que nossas famílias estão mortas? - Mel perguntou o que todos nós queríamos saber.
- Sinto muito.
- Não! Você não sabe disso Gustavo! Nós não sabemos! Temos que continuar tendo esperança! É ela quem nos faz continuar. - Gritei já com os olhos marejados.
- Você devia usar um traje com o símbolo da Casa-El no peito. Parece a Supergirl com toda essa esperança. - Kat falou sorrindo.
- Amor, mas o Gustavo pode ter razão, e se o abrigo for realmente perigoso? - Ryan me abraçou de lado.
- Deve haver algum lugar onde, slá, hajam mais pessoas refugiadas, pessoas que fugiram do vírus e do governo. - Gabriel dizia ainda pensando.
- Mas até agora só sabíamos da ADC. - Jordan lembrou.
- Mas a ADC, era de uma empresa privada da cidade, não do governo, e se lá ainda for um abrigo seguro? - Eu ainda tinha esperança.
- Sinceramente? Vamos morrer de qualquer forma, então que seja lutando pela vida!
- Concordo com Corbyn, se vamos morrer, vamos morrer lutando! E se ADC realmente for uma empresa privada, podem ter pessoas vivas que fugiram e estão a salvo lá. - Taylor ressaltou.
- E isso na verdade nem é vida, né minha gente? Viver nesse cafofo de hotel velho abandonado não é pra mim não! - Vitor dizia fazendo cara de nojo.
- A comida daqui logo vai acabar. - Dylan e a comida.
- Todos de acordo? - Perguntei segura de minha decisão. - Gustavo?
Ele apenas assentiu com a cabeça, indiferente.
- Então, vamos nos preparar! Durmam bem pessoal, amanhã vamos ter um longo dia de caminhada.
Eu estava decidida! Sabia que meus pais conheciam aquele lugar, e tinha certeza que estavam seguros lá! Me esperando...
Mel POV'S
Fomos para nossos quartos, dormir para nos prepararmos para a manhã seguinte, mas no caminho, me vi presa entre Gustavo e Lion, e o clima estava mais tenso do que de final de reality show.
- Oi. - Lion cumprimentou Gustavo com desdém.
- Oi. Ei Mel, posso falar com você rapidinho? - Gustavo perguntou me puxando pelo braço.
- Ai Mel, esse babaca tá te incomodando de novo? - Lion empurrou o garoto.
- Não, fica tranquilo. - afirmei me colocando entre os dois que se aproximavam.
- Vem cá, vocês dois estão juntos agora? - Gustavo perguntou inconformado.
- E se estivermos, idai? Acho que não é mais da sua conta né meu querido? - Lion retrucou estúpido, na Lata.
- Ei Ei Ei Ei! Não, não estamos juntos Gustavo. Se acalmem! Estamos driblando a morte a dias, não vou deixar vocês dois se matarem bem na minha frente! Precisamos nos unir! Eu sei me cuidar sozinha, tá legal Lion? E Gustavo, eu não preciso dar satisfação do que eu faço ou deixo de fazer na minha vida pra você! - Gritei brava quase cuspindo na cara dos dois.
Sai dali a passos firmes, evitando de olhar pra trás. Entrei no meu quarto, deitei na cama macia do hotel, e dormi profundamente.
Olhei para os lados e estava tudo manchado! Sangue! Sangue! Muito sangue! Mãe? Mãe me responde! Rachel? Taylor? Bela? Gustavo! Gustavo! Gente por favor me responde! Alguém me ajuda! Não!
- Não! NÃO! NÃO! - Abri os olhos apavorada. Tinha sido um pesadelo. Estavam se tornando frequentes de um tempo pra cá.
- Ei Ei Ei! Mel? Tudo bem? - Gustavo invadiu meu quarto e me abraçou de lado com a feição preocupada.
- Tudo! Foi só um pesadelo. Eu te acordei?
- Não estava conseguindo dormir e te ouvi gritar, eu estava voltando do banheiro. Quer conversar? - Ele tinha o rosto sincero.
- Não... eu... tô bem!
- Tem certeza?
- Tenho! Eu tô bem!
- Eu posso falar com você?
- Olha Gustavo, eu tô cansada e...
- Vai ser rápido! Juro! Só me escuta.
- Tá legal. - Acabei cedendo.
- Eu nunca quis te magoar, mas esse lance de relacionamento é coisa nova pra mim. Eu nunca tinha sentido algo por alguém, tão forte como eu sento por você. Sinto muito se eu te magoei! E eu me sinto mal todos os dias por isso.
- Você me enrolou Gustavo, e ainda deu em cima de outra garota.
- Eu sei, desculpa meu amor. Mas acontece que eu achei que seria fraco por admitir ter sentimentos. Fiquei com medo do que pensariam de mim se eu dissesse que estava com você. Mas eu estava errado. E naquele dia eu tinha bebido a beça, e quando ela me perguntou me senti fraco e realmente não admiti. Mas não dei em cima dela, ela deu em cima de mim.
- Espera mesmo que eu acredite em você? - Eu realmente não sabia mais no que acreditar.
- Não verdade não, se eu fosse você, também não acreditaria. Porém eu de verdade espero que me perdoe. Por que do fundo do coração, eu sinto muito, vida!
Apenas baixei a cabeça e voltei a deitar. Eu sabia que aquelas garotas não tinham boa fama, e ele tinha verdade nos olhos, mas ainda sim não era fácil acreditar naquilo. Eu estava confusa, e embora tentava, não conseguia mais dormir.
Ele saiu do meu quarto me deixando sozinha, e era assim que eu estava me sentindo. Completamente sozinha.
De repente ouvi batidas na porta e ao abrir, me deparei com o universo dizendo que eu estava errada, e não estava sozinha.
- Ouvi você gritar... E depois vimos o Gustavo sair daqui, chamei as meninas. - Taylor disse preocupada.
- Viemos te fazer companhia. - Rachel mostrou o travesseiro.
- Tá tudo bem? - Bela indagou.
Não consegui responder, só abracei as 3 e abri espaço na cama apara elas deitarem, mas como não coubemos, colocamos o colchão daquela e de mais uma cama de casal no chão, formando uma cama grande suficiente para que dormíssemos juntas.
Elas realmente eram as melhores amigas do mundo! Eu me sentia tão sortuda por tê-las! Ali, eu senti que não importa o que acontecesse, sempre teríamos umas às outras e eu nunca estaria sozinha. ❤
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Enquanto Houver Lua
Science FictionEsse é o relato de como meu tão sonhado primeiro ano de ensino médio se tornou um verdadeiro pesadelo apocalíptico. Era começo de ano, tudo ia perfeitamente bem quando cheguei no Colégio naquela manhã. De repente nos vimos presos na escola, de quar...