(Concluída) - Em sua própria vida, mesmo sendo um príncipe herdeiro, Park Jimin nunca foi do tipo protagonista. O ômega era um homem de uma beleza indescritível, mas não passava de um decadente amaldiçoado e sem amor.
Até que algo misteriosamente co...
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- Você ama alguém, Jungkook? - Jimin perguntou, sentado ao lado do alfa, quebrando o silêncio tênue entre os dois.
Eles estavam apenas observando a luz da lua prateada refletir nas águas cristalinas do lago a frente. Atrás de suas costas, o salão de baile ainda estava em festa com música e risadas altas.
Felizmente ou infelizmente, nenhum guarda ou serva estava à procura do príncipe. O ômega não sabia dizer se aquele detalhe o aliviava ou irritava.
"Eu não sou importante" a frase se repete na mente contra sua vontade, alimentando aquele maldito sentimentos de solidão, desinteresse e abandono.
Começou a sentir-se pequeno aos poucos.
Mas a voz de Jungkook tira seus pensamentos do eixo outra vez, surpreendendo o ômega:
- Do momento atual não posso dizer, majestade. - O guarda-costas disse em seu costumeiro tom direto e gélido. Se fosse uma outra pessoa, julgaria o alfa como rude e desinteressado; no entanto, o príncipe conhecia seu soldado bem o suficiente para não se importar.
No fundo ele também gostava da postura rígida e misteriosa que o alfa exalava para todos. Por onde o soldado passava, arrancava suspiros com seu cheiro de menta forte; o seu cabelo negro e a expressão sempre fechada.
- Mas já amou antes? - o ômega insistiu, sentindo-se um pouco medroso por tocar naquele assunto. Talvez aquele estivesse sendo o diálogo mais longo que os dois estavam tendo depois de anos.
Jungkook suspirou como se estivesse perdido nas próprias memórias.
- Uma vez no passado.
- E você ainda ama?
Os olhos escuros como as estrelas acima das suas cabeças caem sobre o príncipe pela primeira vez desde que chegaram, deixando-o nervoso até os ossos tamanho intensidade das íris.
Seu pulso acelerou.
- Não estou mais apaixonado por essa pessoa, é um passado meu e não está mais entre os vivos. - respondeu, mantendo a voz indiferente. - Estou focado no meu presente, príncipe.
Há algum tipo de vulnerabilidade na sua confissão. Jimin não tinha certeza, mas talvez tenha sido a primeira pessoa com quem Jungkook falou sobre amor depois de muito tempo.
O ômega desviou os olhos, meio machucado e curioso sobre o que realmente significava amar alguém.
- E você Jimin? - Jungkook devolveu a pergunta com tranquilidade.
Mas em Jimin a reação dela não foi nada tranquila. Seu coração saltou fora do peito quando a voz de Jungkook disse seu nome pela primeira vez, cuidadosamente e leve, mesmo sendo inadequado para um guarda.
- Ama alguém, príncipe?
O coração do ômega acelara ligeiramente à medida que uma estranha sensação se mistura com a ansiedade. Então, ele atreve-se a olhar para o alfa novamente.
Um silêncio atencioso paira entre os dois. O som da noite, animais e música foram os únicos barulhos audíveis por alguns minutos enquanto o ômega balbuciava sobre o que responder.
- Bom...como vou saber o que é amar, hm? - responde dando de ombros, meio impaciente agora. O alfa sabia o que ele quis dizer com aquela frase direta.
Os olhos inquietos de Jungkook analisam cada ponto de expressão em sua face, cheio de maquiagem e os cabelos amarrados; os seus lábios formam uma linha reta e ele suspira profundamente.
Sabia que a maldição era um assunto sensível para o Park.
Então ele apenas assente com a cabeça, aceitando a resposta vaga e confusa, pensando em algo que talvez o ômega daria qualquer coisa para ouvir.
- Bom, quando você se sente confortável ao lado de alguém, nervoso sem estar ansioso. Feliz sem ser apenas alegre; sentindo um leve medo do que seu parceiro vai achar da sua aparência, sem ser de forma insegura. - Começou a listar do nada, cheio de certezas, sem desviar dos olhos azuis e atentos de Jimin. - Quando você ficar com o coração acelerado e a sensação de estar em casa, então significa que você se apaixonou Jimin.
Eles se olharam por alguns minutos. E, ah, Jimin daria de tudo para ter um pouco de coragem agora.
Pois seu coração estava acelarado, ele estava ansioso e nervoso desde que os dois se encontraram no salão.
Jungkook afasta os seus olhos apenas para descobrir a quantos centímetros os seus dedos estavam longe um do outro sobre a grama aparada, e não era muito. Ele sentiu vontade de quebrar aquela barreira.
Ele levanta o rosto outra vez e encontra dois lagos brilhando de medo e euforia, o olhando fixamente.
Seu coração acelera por debaixo da farda.
No entanto, Jimin desvia e recolhe a mão sobre o colo, mal engolindo o nervosismo na garganta e seus medos na cabeça.
- Comigo isso é impossível, você sabe. - Ele disse, visando olhar apenas a lua.
- Ainda acredita nesta maldição? - Agora, era impossível ignorar.
Os lábios do ômega começa a tremer, e ele rapidamente concorda com a cabeça.
Jungkook desviou os olhos um pouco frustrado, olhando envolta. Os dois estavam um pouco longe da beira do lago pois sabia que Jimin tinha receio da água funda, mas de lá podiam ouvir todos os grilos, cigarras e sapos cantando.
Seus olhos caíram sobre algo específico.
Jimin assistiu quando o alfa levantou-se e caminhou até o lago, mas voltou em rápidos segundos.
O alfa se aproxima outra vez e inclina-se, de frente para o ômega. Ele agacha, abre as pernas e apoia ambos os cotovelos nas duas coxas.
- Assopra.
Ele então coloca um dente-de-leão na frente de seu rosto.
- Por que? - Jimin perguntou confuso.
- Quando um dente-de-leão é soprado com fé e amor, você lança a energia de um desejo para o universo. - Ele explicou, ajoelhando de frente para ele - E tudo aquilo que é sinceramente pedido ao universo é atendido.
Levantou a planta pequena novamente, incentivando-o a pegá-la.
Desse modo, Jimin finalmente a pegou da mão enluvada do alfa e, em seguida, fechou os olhos com muita atenção e devoção, não ouvindo nada além das gotículas de água no lago a da respiração do alfa. Com a planta felpuda enfrente do rosto, ele respirou fundo.
E pediu em seu subconsciente:
"Desejo que eu seja a máscara que cobre o seu rosto."
E as plumas brancas da planta voaram entre os dois quando ele assoprou com força, envolvendo-os como um só.
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