CAPÍTULO 2: Combustão

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Depois da brincadeira do "eu nunca" e no outro dia, tanto Bianca como Rafa, desenvolveram uma atração em observar a outra. Inicialmente Rafaella pensou que era impressão, mas depois de pegar Bianca a encarando várias vezes, algumas ela até sorria em resposta quando era pega, ela aceitou que sim, Bianca também estava a encarando.

O que só fez aumentar sua inquietude e ansiedade em relação a outra mulher, a via e ouvia dando gargalhadas que ela considerava maravilhosas, observava suas brincadeiras com Mari e as outras meninas, em como ela era física com elas, sempre tocando, beijando e dando abraços. Se Rafaella fosse sincera com ela mesmo, assumiria que aquilo lhe dava uma pontada de ciúmes e até inveja. Ela queria ser tão desinibida assim, tão carinhosa e claro, queria ser o foco daquele carinho. Quando percebeu isso, logo fez questão de afastar esse pensamento, porque a deixou assustada e perdida.

Era dia de festa, e tudo que ela queria agora a era se divertir, poderia pensar sobre o porquê desse novo interesse em Bianca em outro momento. Depois das roupas chegarem e elas estarem todas prontas, por um breve momento antes de irem para a sala aguardar liberarem a área externa, ficaram apenas as duas no quarto o que causou um frio na barriga das duas mulheres, pois nunca tiveram um momento se quer a sós.

POV RAFAELLA

Era a primeira vez desde que o programa começou que eu ficava em algum cômodo sozinha com Bianca. Apesar de inicialmente ter ficado nervosa com essa constatação, logo me acalmei e aproveitei para observá-la sem que ninguém pudesse questionar o que eu tanto olhava e o porquê.

Ela terminava de se maquiar, já que tinha ficado por último pois várias meninas aproveitaram sua habilidade como maquiadora. Bianca estava linda, os cabelos soltos, e um vestido longo branco. Ela realmente era uma mulher muito bonita.

Sem aparentemente conseguir controlar meus pensamentos e minha boca vocalizo esse pensamento em voz alta:

_ Você tá linda. – me assusta, pois não tinha intenção de dizer isso pra ela. Ela me olha em seguida, aparentemente também se assustou, o quarto estava um completo silêncio até a minha declaração.

_ Você também... branco é realmente sua cor. – ela me diz sorrindo levemente. _ Destaca... os seus olhos... sei lá... só tá linda pra caralho. – dou uma risada de leve, ao perceber que ela se enrolou toda com as palavras, noto que ficou levemente corada, mas mantinha o sorriso no rosto. Meu Deus, e que sorriso!

_ Obrigada. – digo um pouco sem graça. _ Já tá pronta? Já estão nos esperando na sala.

_ Sim, vamos. – ela passa por mim abrindo a porta me permitindo passar.

NARRADOR

Logo os participantes são liberados para a festa, todos se encantam com a decoração, estão felizes, bebendo e dançando. Rafaella conversa bastante com Gizelly, Manu, Marcela e Thelma. Mesmo estando em uma festa e mais próximas dessas, seus olhos não deixam de procurar por Bianca.

A empresária dança com maestria, o controle que ela tem por cada parte do seu corpo, o seu sorriso descarado de quem sabe que chama atenção. Bianca é uma mulher naturalmente sexy, e Rafaella não consegue evitar encarar ela.

No decorrer da noite ela percebe que Bianca já está bem alterada, e fica incomodada em como Petrix a toca e como Guilherme está sempre na cola da empresária. Ela já havia percebido que Guilherme anda atrás de Bianca como um cachorrinho, mas também que a outra mulher parecia não perceber isso ou se importar.

Em determinado momento da noite Bianca se aproxima dela, muito bêbada e com a maquiagem toda borrada. Começam a conversar e a conversa não vai exatamente para o rumo que nenhuma das mulheres gostariam. Nem nenhuma delas sabe como aconteceu. Talvez o jeito defensivo de Rafaella por se sentir encurralada, ou a embriaguez de Bianca que não percebeu que aquele não era o melhor momento para justificar momentos e ações que aconteceram fora do programa.

Mas mesmo durante a discussão que estava consumindo as duas mulheres elas não conseguiam evitar a atração que as aproximava. Bianca a tocava o tempo todo, e falava no ouvido de Rafaella com a voz rouca, que causava arrepios na mais alta. Estavam brigando de mãos dadas. Quem briga de mãos dadas?

POV BIANCA

Eu estava perturbada, aquela mulher tinha irritado até a última célula no meu corpo. Como alguém podia ser tão arrogante? Tão prepotente? Bem que já haviam me falado que ela se achava a dona da razão.

Exatamente as coisas que entrei no programa com intuito de mudar a visão das pessoas, foi o que ela jogou na minha cara. Não sabia o que fazer comigo mesma, queria sair dali, sair de perto daquela mulher. Várias meninas vieram me acalmar e conversar comigo, inclusive Mari que me contou alguns desentendimentos que ela e Rafa tiveram lá fora.

_ ELA É UMA ESCROTA! UMA ESCROTA! – assim que digo isso percebo que ela estava na porta do quarto, e depois das minhas palavras noto rapidamente a mudança no seu semblante. Ela se vira e sai. _ FODA-SE! – não me juguem fortemente pela minha atitude, eu estava bêbada, além da medida.

POV RAFAELLA

Eu não sei bem o que eu esperava dessa noite mas com certeza não era brigar logo na primeira festa. Menos ainda com ela, que estava me causando sentimentos tão conflitantes.

Eu me senti mal, principalmente por ter me deixado levar por alguém que claramente não estava mais 100% no controle de suas ações. Me senti mal porque vi como ela ficou perturbada com as minhas palavras. Eu não podia deixar as coisas daquele jeito, precisava conversar com ela e acertar as coisas.

Uma parte de mim sabia que aquele não era o melhor momento, a mulher estava claramente perturbada. Pude ouvir alguns gritos quando entrei na casa mas não entendi nada do que era dito, mas quando me aproximei da porta do quarto que estava aberta pois o Vitor Hugo estava lá ouvi claramente o que ela falava, e sabia que era de mim.

_ ELA É UMA ESCROTA! UMA ESCROTA! – aquela frase me magoou bastante, sinceramente mais do que eu imaginei que pudesse magoar. Porque aquela mulher me afetava tanto? Seu olhar encontrou com o meu, mas diferente das outras vezes, que era com curiosidade e divertimento, naquele momento eu só pude sentir sua raiva. Dei as costas e sai dali o mais rápido que pude.

Já do lado de fora Petrix me encontrou e perguntou porque eu estava tão abatida, expliquei o que aconteceu e ele tentava me consolar, dizendo para que eu não desse tanta atenção ao que ocorreu.

_ Ela disse que tem um alterego quando bebe, não disse? Acho que você conheceu ele em primeira mão. – o atleta me disse com um sorriso debochado e eu concordei com a cabeça.

_ É só que eu também não acho que agi da melhor maneira, entende?

_ Olha o pouco que já vi da Bianca, deu pra perceber que ela é mimada e adora chamar atenção. E ela tá fazendo isso as suas custas, só esquece e vamos curtir, não deixa ela estragar sua noite. – disse passando os braços pelos meus ombros e me empurrando para pista de dança.

Não gostei muito da forma desdenhosa que ele falou da empresária, achei sim errada a atitude dela, e estou magoada pelo xingamento que ouvi, mas sei que as duas erraram e aquela conversa podia ter ido por um caminho totalmente diferente se não tivéssemos administrado tão mal a conversa. 

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