CAPÍTULO 7: Sem fôlego

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POV RAFAELLA

Eu estava sentada na cama do líder, assistindo Bianca andar pelo quarto de um lado pro outro repetidas vezes, aquilo já estava me estressando. A mulher tinha tido um surto de ciúmes a alguns momentos simplesmente porque eu estava abraçada com o Petrix, tentei dizer como ela não tinha motivos para estar assim mas não funcionou.

_ Qual é problema Bianca? Foi um abraço.

_ Você não deveria estar abraçada com ele.

_ Eu sei que você não gosta dele, mas... – paro de falar quando sou interrompida.

_ Não, você não deveria! Isso é ridículo! Você tinha que ser... – ela para de falar, me olhando mas logo desvia o olhar. Aquilo me irrita muito. Eu deveria ser o que? Bianca estava me julgando por um simples abraço?

_ O que eu deveria ser Bianca? Você quer me dizer alguma coisa? Não se sinta tímida, coloca pra fora. – digo levantando um pouco a voz. Aquela mulher era a única pessoa que conseguia me fazer perder o controle assim. Me mantenho sentada esperando sua resposta.

_ Esquece.

_ O que eu deveria ser Bianca? – insisto com a voz mais dura.

_ Já disse pra esquecer isso, que saco. – ela tá claramente mais nervosa que antes, mas eu não consigo parar.

_ O que eu deveria ser Bianca?

A empresária me olha com uma expressão tão dura, que quase me arrependo.

_ Minha! – ela exclama, finalmente alcançando seu limite. _ Você deveria ser minha, ta bom? Minha. Eu sei o quanto esse pensamento é podre, você não é um objeto pra pertencer a alguém mas foi isso que eu pensei. Eu não me orgulho disso, mas eu não quero compartilhar você com ninguém, mesmo que seja um abraço estupido. Minha Rafaella. Foda-se o Petrix e seu sorrisinho idiota. Ele pode ir pro inferno com isso. – ela falou o tempo todo me encarando sem desviar os olhos e continuava como se não conseguisse se controlar. – Que merda! – acrescentou em um tom mais calmo, ainda um pouco ranzinza. Seus ombros caem como se aquilo a tivesse deixado exausta.

Eu fiquei em silêncio por um momento, ainda chocada com a declaração. Ela estava certa, aquele pensamento era horrível, eu não era uma posse de ninguém. Mas não posso negar como aquele sentimento em toda sua honestidade e ciúmes me excitou. Ainda sim, se eu queria que algo bom saísse de nos, não poderia dar espaço a esse tipo de atitude.

_ Sai daqui. – ela me olhou com apreensão. _ Porque eu nem sei por onde começar a responder algo tão infantil, egoísta e ofensivo. Então, por favor, sai daqui. – disse apontando a porta do quarto.

_ Eu não... Rafa, isso não... não saiu da maneira correta. – ela começou a se desculpar. E logo continuou com um tom de desespero. – Você me conhece, eu tenho a boca enorme que vive me metendo em confusão, e sim talvez eu seja infantil e egocêntrica em algumas situações, mas eu não estava tentando ser essas coisas agora, e com certeza não queria ofender você. – fui obrigada a desviar o olhar, não gostava de vê-la tão chateada. _ Rafa, por favor olha pra mim. – ela diz se ajoelhando na minha frente, entre minhas pernas, como na primeira vez em que nos beijamos.

_ Eu só tenho medo de que você se afaste de mim, que descubra melhores opções. – Bianca disse timidamente, trazendo a mão esquerda em minha bochecha e acariciando, me fazendo encara-la. _ É só que eu te quero tanto.

_ Mas Bianca, você sabe que eu também te quero. – ela agora me encarava desviando os olhos para os meus lábios.

_ Quer? – foi dito tão baixinho que se eu não estivesse tão perto dela, eu não teria ouvido.

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