CAPÍTULO 6: Auto controle

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POV RAFAELLA

A levo até o banheiro, ajudando a tirar a roupa pra guardar, preciso convencê-la de tomar banho, mas consigo. Ajudar ela a vestir roupa sem deixar o Brasil todo vê-la pelada foi um verdadeiro desafio, mas conseguimos. Ela realmente era forte pra beber, e boa parte de sua embriaguez já parecia ter passado.

Ela fica sentada me esperando também tomar banho, quando termino e estamos indo para o quarto Mari e Flay, que também estava muito bêbada chegam no cômodo.

_ Oh fi de rapariga, sumiu da festa. – Flay praticamente grita.

_ Eu tava muito bêbada, amiga, a Rafa veio me ajudar a tomar banho, pra mim já deu hoje.

_ Ah não amiga, tá cedo, vamos voltar, libera a Jennifer. – Mari diz puxando a amiga.

_ Mari, não. Eu vou me deitar, tô cansada. – ela diz de forma um tanto bruta, o que causa uma careta nas outras mulheres e olhares acusatórios pra mim. Era só o que me faltava.

Passo por elas indo pro quarto terminar de me vestir para poder dormir, amanhã tinha prova do líder e preciso estar descansada. Deixe Bianca e seus dramas com suas amigas. Mas logo que sento na cama, Bianca entra no quarto e fica em pé me encarando.

Ela avança em minha direção e se ajoelha entre minhas pernas, sem nunca tirar os olhos dos meus.

_ Eu quero terminar o que a gente começou aqui no quarto ontem. - meu cérebro parou de funcionar. Eu não conseguia falar ou fazer nada, só continuava olhando pra ela. E logo percebi que ela tomou o meu silêncio como autorização já que seu rosto se aproximava do meu.

_ Bianca, não, a gente não pode. – digo a segurando pelos ombros impedindo que ela se aproximasse.

_ Porque? – diz com uma voz tão dolorida que parte meu coração. _ Você não quer?

Eu não sabia como responder aquilo, porque a verdade é que sim, eu queria, e queria muito. Mas eu sou hétero, cristã, estávamos num lugar onde milhões de outras pessoas veriam e julgariam aquele beijo antes mesmo que eu pudesse entender o que estava acontecendo entre nós, acontecendo comigo, e meu Deus, mais uma vez, eu sou hétero. Mas ao mesmo tempo, contra argumento que estou desesperada pra simplesmente colar a minha boca na dela e descobrir se seus lábios tem o gosto tão bom quanto eu imagino. A ideia de magoa-la, pior ainda magoa-la com uma mentira me impede de dizer que não quero o beijo, resolvo então fugir da pergunta.

_ Você tá bêbada, Bianca.

_ Não, eu não tô, não mais, tô bem consciente e eu quero você, Rafa, eu quero tanto você.

Ela diz de forma tão rápida e desesperada, que mais uma vez sinto meu coração se partindo, mas aquilo não podia acontecer. Antes que eu pudesse vocalizar tudo isso ela se senta em meu colo, o que me surpreende pela ousadia. Ela ainda estava só de roupa íntimida e toda aquela nova quantidade de pele me tocando me tirou o fôlego.

_ Por favor, Rafa. – ela diz com a voz tão pequena, com as mãos tocando meu rosto de forma tão carinhosa, que é isso, minha última gota de auto controle me abandona.

Colo minha boca na dela, e a ouço suspirar, e não sua boca não tem o gosto bom que eu imaginei que teria, é mil vezes melhor.

POV BIANCA

Quando entrei no quarto e sugeri que terminássemos o que tínhamos começado aqui no dia anterior, eu estava preparada pro fora que provavelmente levaria.

Mas quando ela afastou dizendo que não podíamos aquilo me deu esperanças, afinal ela não disse que não queria. Questionei exatamente isso e ela se recusou a responder, eu sabia que sim, mas percebi que ela estava com medo. Eu posso imaginar alguns motivos, e não a julgo. Mas eu não iria desistir tão fácil.

_ Por favor, Rafa. – talvez seja um pouco humilhante implorar pelo beijo de alguém mas eu não me importava, eu imploraria por aquela mulher quantas vezes fosse preciso. Pra minha sorte, bastou essa.

Eu não conseguia pensar em mais nada, era só ela, eu estava me afogando no oceano que era Rafaella. Sua mão direita estava ao redor da minha cintura me segurando no seu colo, sua mão esquerda arranhava minha nuca da forma mais deliciosa. Seus lábios macios me beijavam com desespero, revelando o quanto ela também queria aquilo.

Decido aprofundar o beijo, e logo sinto sua língua explorando minha boca. Suas mãos apertam com força minha cintura me aproximando mais do seu corpo, não consigo segurar um gemido que isso me causa. O gemido parece ter afetado ela.

_ Meu Deus, Bianca. – ela diz, logo dirigindo sua boca para o meu pescoço, deixando uma trilha de fogo onde sua boca tocava. Ela puxa meu cabelo trazendo nossas bocas juntas mais uma vez, e nos beijamos até o ar começar a faltar. Ela encerra o beijo diminuindo a intensidade, e dando alguns selinhos. Continuo com os olhos fechados por alguns segundos, com um sorriso impossível de evitar nos lábios.

Quando finalmente abro os olhos, ela deita sua cabeça no meu ombro.

_ Você vai ser o meu fim. – deixa um beijo de leve no meu pescoço. _ Acho que tá na hora da gente dormir, muita emoção pra um dia só. – ela levanta a cabeça do meu pescoço e me olha acariciando meu rosto. _ Acho que eu não preciso dizer, porque você deve ter percebido, mas sim, eu queria muito isso.

Percebo que a mulher está sobrecarregada de emoções, balanço a cabeça sorrindo em resposta, e me levanto do seu colo, dando um último selinho de despedida.

_ Boa noite, Rafaella.

_ Boa noite, Bia. 

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