Capítulo 13

19 8 0
                                    

"Todas as vantagens que a vida me proporcionou"

Mágoas e nenhum perdão

Ter alguém com quem contar fez uma grande diferença na minha vida. Naty, me entende, me ajuda, eu não quero pensar quando ela se for, ela me deixou claro isso diversas vezes, mas eu quero ter fé. Conversamos muito sobre eu procurar ajuda médica, ela acha importante e disse que foi um dos processos de cura dela e, então, eu acredito. Hoje vou visitar a terapeuta dela, a Dra. Anita Beck.

Hoje é meu dia de folga, o que é perfeito para mim, eu não posso ficar faltando tanto, às vezes, só alterar alguns dias com outros colegas, que são muito compreensivos com a minha doença, para ir para a quimio.

Antes de ir me encontrar com a Dra. Beck, vou passar na casa da Naty. Bato à porta e ela logo me atende:

- Oi meu amor, como você está hoje?

- Muito bem - Dou um beijo e um abraço nela. - Embora um pouco preocupado.

- Por quê?

- A venda do apartamento está demorando um pouco e estou ficando sem reservas.

Ela coloca as mãos sobre a boca e anda um pouco e então sugere:

- Por que você não vem morar aqui comigo? Nós poderíamos dividir as despesas, o seu trabalho continuará perto, nos veremos todos os dias - diz ela com um sorriso malicioso.

- É uma oferta tentadora, mas não quero tirar a sua privacidade.

- Ed, que privacidade? Nós já fazemos tudo juntos, você mora a três quadras daqui e vive na minha casa, qual é a diferença?

- Você me convenceu, mas só porque não resisti ao seu charme. - Rio e a abraço com um beijo. - Vou para a consulta com a Dra. Beck, quando voltar já arrumo as coisas para vir para cá.

- Combinado, eu te amo!

- Me ama? É a primeira vez que fala isso.

Naty fica corada e tenta se esquivar enquanto tento abraçá-la e então a pego pela cintura:

- Eu te amo! Há muito tempo!

Demos segundo beijo mais apaixonado e não tive coragem de ir, mas precisei deixá-la.

- Em breve voltarei para os seus braços, te amooooo, te amo Nathalie Grace Johnson!

Abri a porta do carro enquanto ela me olhava pela porta e mandei um beijo no ar, corri para a consulta, não sabia o que esperar, afinal nunca fui em nenhuma terapia, Naty só me falou que ela ficaria lá ouvindo, perguntaria algumas coisas e algumas vezes poderia doer. Acho que já estou ficando bem em apanhar mesmo.

Espero dentro de uma sala, diferente dos luxuosos consultórios como do Dr. Smith e Dr. Stone, era uma sala bem simples com duas poltronas e uma mesinha de centro. Então ouço a porta abrir, era a Dra. Beck.

- Muito prazer, Sr. Muller. Sou a Dra. Anita Beck, como o senhor está? - Ela estende sua mão para me cumprimentar.

- O prazer é todo meu, pode me chamar de Ed - Ofereço a minha mão.

- Vamos entrar, Ed. Fique à vontade.

Era uma sala pequena, um pouco escura, havia apenas uma janela, uma mesa que ela sentara atrás com sua cadeira e duas outras na frente. Atrás de mim uma espécie de divã e um armário com livros, todos muito bem organizados.

- Ed, você é o namorado da Naty, verdade? Você tem sorte, é uma moça de ouro.

- Eu sei que tenho muita sorte, é a pessoa mais maravilhosa que conheci nessa vida.

Nós pertencemos um ao outroOnde histórias criam vida. Descubra agora