Capítulo 14

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"Faz muito mais sentido viver no presente"

Ansiamos pelo futuro, remoemos o passado, mas nunca vivemos o presente.

Comecei a arrumar as minhas coisas para me mudar para a casa da Naty. Desde a última sessão e as anotações que fiz sobre meu pai, eu fico pensativo, penso nele todos os dias. Se eu me arrepender? Será que terei esse tempo para falar com ele? Aquilo me corroía, mas o meu orgulho era um pouco maior, essa indecisão estava se tornando insuportável.

Antes de ir para o trabalho, logo pela manhã, deixo algumas coisas na Naty, ela já está acordada tomando seu café com a Rosa:

- Bom dia, mulheres lindas!

- Bom dia, Ed - Elas respondem com entusiasmo.

- Vim deixar algumas coisas aqui para ir adiantando, tenho que entregar o apartamento na próxima semana.

- Perfeito amor! Se quiser ajuda é só falar.

- Não tenho muitas coisas, são mais minhas roupas mesmo e uns itens pessoais.

- Tudo bem - Ela me dá um beijo no meu rosto.

- Naty, eu vou ligar para o meu pai.

Ela se vira e me olha surpresa:

- Ed, isso é incrível, mas... Não para brigar com ele, certo?

- Não - Dei um leve sorriso no canto da boca. - Não para brigar.

- Se quiser que eu vá junto... Mas acredito que você precise falar sós com ele.

- Sim, isso que pensei. Bom, preciso ir, te ligo se eu voltar mais tarde. Te amo. - Dou um beijo nela e na Rosa e então quando estou na frente da casa respiro fundo e ligo para o meu pai.

- Ed? Ed é você?

Eu hesito um pouco em responder, fico apreensivo, me deu uma vontade de desligar, mas resolvi falar.

- Sim, pai, sou eu, gostaria de saber se pode jantar comigo hoje, meu turno termina às 20 horas hoje, você pode vir me encontrar?

- Claro que sim, filho, às 20 horas passo na loja para te buscar.

Logo que desligo meu telefone apita, era uma mensagem da Naty:

Estou muito orgulhosa de você. Eu te amo cada dia mais.

O dia demorou a passar, a ansiedade aumentava e ficava pensando no que falaria com o meu pai, eu o abraçaria? Conseguiria perdoá-lo? Eu me sinto tão imprevisível. Acho que o sentimento que me define agora é medo. Ao mesmo tempo que quero que chegue logo eu espero que termine logo.

São 20 horas em ponto e avisto meu pai chegando, estou tão nervoso que nem sei como reagir, peço para meu colega fechar a loja por mim e vou ao encontro com o meu pai.

- Oi, pai...

- Oi, filho... Estou tão feliz que tenha me ligado.

Desvio um pouco o olhar sem jeito e pergunto:

- Tem um restaurante aqui perto, podemos ir?

Ele confirma com a cabeça e então caminhamos:

- Você raspou o cabelo, ficou bom.

- Sim, é que eu tenho linfoma.

- Eu fiquei sabendo, liguei pra Jessica, ela me contou, disse que não estavam mais juntos e me deu o endereço de onde estava trabalhando.

As fofocas correm soltas mesmo. Como a Jessica ficou sabendo onde exatamente eu trabalhava? São uns ridículos.

- Pois é, por isso conheci essa garota incrível, a Naty que você encontrou naquele dia.

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⏰ Última atualização: Jun 11, 2020 ⏰

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