Capítulo 5.

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Capítulo 5.


Não ficamos muito mais tempo na festa.

Eu tinha que me concentrar no que tinha acontecido aqui.

Isso não era certo. Ainda mais que fiz isso sem saber o que Kurts pensava a respeito. Ele devia estar furioso.

Olho de canto de olho meu amigo, que dirige tranquilamente de volta para o alojamento.

Ele não parecia zangado.

Com um suspiro, encosto minha cabeça no vidro gelado da janela da camionete. Eu não devia ter bebido tanto. Eu faço coisas idiotas quando bebo.

Percebi isso, quando cometi a gafe de achar que estava no banheiro e acabar fazendo xixi no meio da rua, quando estava voltando para casa depois de uma noite de balada com meus amigos. Eu simplesmente, agachei e puxei a calcinha pro lado e mijei. Sou muito estúpida.

-Você está bem? - pergunta Kurts. -Se quiser que eu pare o carro...

Ele deixa o resto no ar.

Ele realmente pensa que eu estou bêbada ao ponto de vomitar no seu carro?

- Eu tô bem. - digo com um suspiro. - só um pouco tonta.

Kurts continua dirigindo em silêncio.

O que eu podia dizer a ele sobre o beijo? Eu poderia alegar que aproveitei a oportunidade, para mostrar para os imbecis que nós estávamos realmente namorando. Quem daria um beijão daqueles se não estivesse?

Bom, aparentemente, eu... A maluca bêbada.

Antes que eu perceba estamos no dormitório. Kurts me ajuda a sair do carro, e me segura forte, quando uma tontura toma conta de mim e eu quase caio.

-Opa! - diz ele.

-Tô tonta. - digo em um sussurro.

Jesus, eu acho que não podia estar pior. Minha cabeça girava.

-Tudo bem. - diz ele, passando os braços nas minhas costas e então atrás dos meus joelhos. - pronto.

Kurts me pega no colo, e com o pé fecha a porta do carro.

Deito a cabeça no ombro dele e respiro fundo. O cheiro dele era tão bom. Meio almiscarado.

Meu Deus! O que tinha de errado comigo?

Por que eu estava cheirando o pescoço do meu amigo depois de ter enfiado a língua na boca dele?

Assim que entramos no alojamento, Kurts me leva até o quarto e me coloca sentada na cama.

- Eu tenho que tomar um banho. - digo arrastado.

- Vou pegar suas coisas. - diz ele, indo até a metade do guarda-roupa que tinha deixado para mim.

Fico observando meu amigo.

Como eu nunca tinha percebido o quão gato ele era?

A resposta veio rápido na minha mente. Minha paixonite por Nicolas, nunca me permitiu prestar realmente atenção em outros caras. Eu sempre ficava procurando ele. Tanto, que o carinha com quem eu perdi a minha virgindade podia ser irmão dele, de tão parecido. Depois disso, eu me revoltei comigo mesma e não dormi com mais nenhum cara. Eu tinha vergonha de ter feito isso comigo mesma. Nem Rafaela sabia disso.

Kurts me ajuda a levantar e me leva até o banheiro. Me senta no vaso e tira meus sapatos.

- Tu não precisa fazer isso. - digo, apoiando minha cabeça na parede fria, na esperança disso me ajudar a parar a tontura.

DOCE VENENO - SPIN-OFF de Doce TentaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora