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- Shhhh.. - Shawn disse implorando para eu ficar em silêncio.

Estávamos no trocador de uma loja. A mulher concordou em deixar Shawn entrar comigo porque era bem evidente que eu precisava de ajuda. Tirar e por blusas com o meu ombro machucado, e para trocar de calças tive que tirar a bota. Depois de ficar vestindo nada mais além de moletons, percebi que precisava de roupas.

Shawn e eu viemos ao shopping, já que todos os meus pertences foram nas chamas e eu precisava de um novo guarda roupa.

Estávamos agora transando no trocador, tentando sermos discretos. Shawn me penetrava lentamente, evitando fazer muito barulho, mas eu estava tão excitada quando gozei, que ele teve que cobrir a minha boca. Shawn se retirou, com o seu líquido quase inteiro dentro de mim, e uma pequena parte na minha calcinha.

- Merda, desculpa... - ele disse em relação à calcinha.

- Tudo bem. - disse vestindo e piscando para ele.

A sensação era molhada e quente, mas também me fez sentir extremamente atrevida. Nunca transei em outro lugar a não ser no hotel e no carro com meu ex-namorado, então transar em um trocador, era de certeza algo memorável.

Me arrumei e vesti o resto das roupas. Shawn também se arrumou, e nós saímos do trocador, a atendente nem estava por perto, então apenas andamos até o caixa e pagamos. Fomos embora porque a zona na minha calcinha estava me incomodando levemente, mas assim que chegamos em casa, tomamos banho. Por causa da estúpida cadeira no chuveiro para eu sentar por conta do tornozelo, me deu um perfeito ângulo para dar um boquete ao Shawn. E quando ele gozou, deixei ele vir no meu peito.

Mais tarde na cama, ele olhou para mim e disse.

- Camila, e se estivermos viciados em sexo?

- Não estamos viciados... - falei rindo.

- Tem certeza? - o semblante dele era de adoravelmente preocupado.

- Positivo. Nós temos um vida completamente saudável e ativa....se não acredita, pergunte ao Gary. - disse o assegurando.

Eu sabia que ele estava em parte sério, mas percebi que ele não tinha com quem comparar. Ultimamente, nós transávamos toda noite nesta semana, mas honestamente, atribuí isso ao tempo que passamos longe.

- Eu não quero perguntar ao Gary isso...não gosto de falar com ele sobre as coisas que fazemos. Parece....estranho.

- Shawn, ele é seu terapeuta, você deveria se sentir confortável em falar com ele... - falei, sabendo que eu tinha construído uma ótima relação com a dra. Grey.

- Eu me sinto confortável em falar com ele, mas não...com tantos detalhes, e eu definitivamente, não quero que ele saiba quantas vezes transamos...

- Bom ponto. - falei rindo.

Em dois dias, eu teria que dar uma entrevista sobre o acidente. Eu estava extremamente nervosa, mas também sabia que era uma história que deveria ser dita e que as pessoas queriam saber. Eles estariam vindo para a casa para a entrevista, e em algumas semanas, estaria voando para Las Vegas para um cerimônia. Delta estava nos recompensando pelo nosso comprometimento com o serviço e pela nossa bravura e heroísmo. A ideia me deixou desconfortável, mas não rejeitei o convite. Dra. Grey estaria presente. Nós falávamos sobre o que aconteceu, e mesmo que eu estivesse mais confortável em falar sobre isso, eu sabia que havia uma chance que reviver aquela experiência poderia desencadear algo.

Dois dias depois, me sentei para cabelo e maquiagem e fiz a entrevista.

- O que você pensou quando sentiu o avião descendo? - o entrevistador perguntou.

- Eu venho voando por um tempo e nunca experimentei algo parecido, então eu sabia que algo estava errado.

- Quando você percebeu que algo estava errado?

- No momento que eu vi o vidro quebrar e vi o corpo dela...para fora da janela...eu... - segurei as lágrimas. - eu sabia...eu só...

- Testemunhas disseram que viram você fazer compressões nela, deixando de lado, o que você sabe agora, que era uma fratura no ombro. Sentiu alguma dor?

- Honestamente, eu também tive um tornozelo quebrado, mas isso não me impediu de correr da explosão. Eu acho que isso é uma daquelas coisas onde o instinto a adrenalina trabalham juntos para te ajudar a sobreviver. Eu não senti nenhuma dor na hora, eu não me lembro de sentir nada fisicamente, eu só...sentia medo, e sabia que tinha que ajudar aquela mulher e tinha que fazer o que podia...

- Você é incrivelmente valente. Também soube que seu namorado é piloto da Delta?!

Olhei para Shawn que estava atrás da câmera.

- Meu noivo, sim, ele é piloto de lá. Ele, na verdade, tirou um dos aviões que estava estacionado para que o outro avião pousasse. Nós nem devíamos estar na mesma cidade. Eu deveria terminar em Dallas, e aconteceu de ele estar na Filadélfia...

- Você não tinha ideia de que ele estivesse lá?

- Não fazia a mínima.

- Isso será uma história para contar. - o entrevistador disse.

- Absolutamente. - disse olhando para o meu noivo.

O entrevistador terminou a entrevista, e eu não me contive e andei até Shawn e me aconcheguei nos seus braços.

Não me importava se todos estavam olhando, e acreditem, estavam. Ouvi alguns "awww" da equipe. Me afastei e conectei nossos lábios.

- Você foi incrível. - ele disse. - Não só na entrevista. Em tudo, em tudo o que você fez até aqui, você foi maravilhosa.

Eu sorri. Levou um tempo para mim para me situar de tudo o que aconteceu, e mesmo que eu tenha ficado de coração partido, tudo aconteceu por uma razão.

Eu era muito grata por estar viva e por estar apaixonada, e prometi a mim mesma que eu merecia isso. Merecia amor. Merecia o Shawn.

Plano de voo (Versão em PT) - ShawmilaOnde histórias criam vida. Descubra agora