TRÊS

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ARTHUR PETERSON

Pessoas dançando, não faço ideia de qual a música, elas se beijam, riem, bebem.

Essa felicidade me dar um certa sensação amarga na boca.

Somos construídos dos fatos que vivemos, cada ação pode mudar o que formos e o que seremos.

Em todas as grandes histórias, os personagens principais são colocados a prova, algumas situações são apenas para que mais tarde, ele saiba lidar com certos problemas.

Me pergunto o que estou aprendendo sendo traído... Não, não foi a primeira vez, mas a dor continua igual.

Amar é um risco, a aventura que quis e ainda quero, mas para encontrar preciso me submeter a tortura de está apaixonado.

Uma ilusão pode te fazer insano, por qual outro motivo eu estaria divagando em uma quinta noite?

Droga, me tornei um personagem de filme dramático? Sim, é o que é.

Nessa história eu sou o protagonista que acabar de passar por um momento difícil.

Algo bem clichê, na maioria dos filmes  sempre ocorre uma cena onde um cara acaba flagrando a namorada dormindo com outro.

— A pior coisa de ser traído é que todos os momentos bons são substituídos por dúvidas. — Digo em voz alta. Quem vai ouvir com essa música?

— Tem coisas piores do que ser corno, por exemplo: Ter uma convivência horrível com seus familiares. — Diz uma garota ruiva.

Ela está sentada no meu lado no mini bar, dou um sorriso sem graça.

— Desculpa, não percebi que você estava aí. — Digo com a voz um pouco ácida.

— Eu sei, você estava tão dedicado em aproveitar sua fossa. Três copos de vodka. Uau. — Ela diz, claramente alcoolizada.

— Você parece que bebeu bem mais. — Digo cômico. — Sua família é difícil ou você? — Perguntei. Momentos como esse, e eu ainda consigo ser curioso.

— Minha mãe casou de novo, ela é uma versão feminina do Casanova. — Ela diz olhando para o seu drink. — Temos uma relação ruim, mas eu não gosto quando ela chora. — Ela me olha.

Parece tão frágil, mas os olhos verdes tinham um tom sombrio, era bonito se parecia com um verde musgo.

Ah! Esse olhar sombrio e triste. Sou péssimo para consolar.

O que faço? Falo que acontece nos melhores casos? Digo que tudo vai acabar bem? Eu nunca sei.

— Eu... — Tento dizer.

— Não precisa, odeio que sintam compaixão ou qualquer porcaria do tipo por mim. — Falou irônica. — Quem te contou? — Ela muda de assunto.

Tomo meu drink em um só gole.

Ela me olha dando um sorriso ladino.

— Você viu. Não foi? — Aquilo não era uma pergunta, isso era claro. — Que grande falta de sorte. — Ela fala naturalmente. — Então, agora você descobriu que toda a falação era apenas faz de conta. — Ela virou seu drink, pedindo outro.

— Falação? — Pergunto, confuso.

— O sentimento inventado, em que as pessoas se apegam tanto. — Ela diz sarcástica.

— Hum, você diz o amor? — Digo
surpreso.

Sinto o álcool começar a fazer efeito.

Sim, vou colocar a culpa no álcool, não na minha falta de controle sobre a minha curiosidade.

O Que é o Amor?Onde histórias criam vida. Descubra agora