ONZE

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MIA COLLINS

Por quê? Por quê? Por quê?!!! 

Não sou o ideal, quando se trata de não fazer, o que claramente, não me traz nada de bom, porém, imaginei que dessa vez poderia seguir o que me impus, infelizmente foi um engano. Como se a eu de algumas horas atrás dissesse: Foda-se as consequências. Nunca deveria tê-lo beijado, digo isso mil vezes, essa era uma das únicas regras, não me envolver com aquele clichê ambulante, maldita seja minha versão alcoolizada, eu agarrei o garoto como uma vadia desesperada. Nosso beijo foi um misto de desejo e urgência, uma experiência boa  ao ponto de ser irritante. Estou enlouquecendo, me coloquei nessa situação, eu propus tudo isso e até mesmo fiz um contrato, e eu mesma sucumbir a uma atração que nem sabia que estava ali, isso é o cumulo da contradição. A quem quero enganar? Desde o primeiro momento o que eu queria dele era bem mais do que beijos, tentei deixar de lado por que ele se provou um equivocado romântico de primeira, longe de mim tentar qualquer envolvimento com alguém assim.

Porém, descobrir uma informação prejudicial de tantas formas, temos química e um tipo de eletricidade, que me fez sentir tremula, não tem como explicar...

Suspirei desgostosa, minhas mãos estão suando, me sinto fria. Queria que fosse um sintoma fatal, preferia que fosse, porém estou apenas curiosamente nervosa, por causa de um garoto, não exatamente por ele, mas sim... É um sentimento de ter feito muitas escolhas impulsivas de uma vez, não que me arrependa as coisas até agora foram divertidas, estranhas, mas divertidas, é interessante está com ele. Sim tenho mil motivos para querer continuar com nosso acordo, sei que vou conseguir provar que estou certa, esse é o único motivo. Não posso deixar que termine sem um ganhador, certo? 

Mais uma vez meus olhos cruzam com os olhos azuis dele, ainda não consigo lê-lo, porém ele parece ainda mais indesvendável hoje, até mesmo seus olhos estão misteriosos como oceano. Acordei de manhã com um convite para tomamos café juntos, fiquei surpresa, ignorei uma dor de cabeça infernal, vim amassar meu vestido amarelo.  Faz um tempo que estamos sentados em uma mesa em uma cafeteria popular, com uma decoração aconchegante, fatos que pouco me importam, porém não quero ser quem começa a conversa, que certamente vai ser constrangedora.

Como se por instinto o olho, e ali está, a sensação é como se fossemos pontas opostas de uma mesma linha por onde se passa eletricidade, mas continuamos com a mesma apática cara de paisagem. Ele morde os lábios, puxando o ar com firmeza, parece que vamos começar nossa improvável conversa amistosa.

— Você quer dizer algo? — Nossa, ele está ansioso sua voz demostra isso sem sutileza, seus olhos turbulentos, é familiar, desconfortável. Eu consigo ver através de sua expressão nervosa. Isso nunca é um bom sinal, o que houve, porque de repente é tão fácil lê-lo? Ele fica mais calmo ao ver minha postura tensa, ele continua com a voz hesitante. — Sobre ontem... — Ele me olha, eu pisco me tentando demostrar serenidade, ele me olha pelo que se parecem horas. — Isso não afeta em nada, vamos ignorar. Provavelmente é o que vai sugerir, certo? Eu não vou perder a oportunidade de você me dizer que estava enganada, se tornou uma meta de vida. — A ultima parte soou como uma ameaça, ignoro não é assustador.

Solto a respiração, nem sabia que a segurava, não tem como acontece de novo apreendi a lição, não vou mais beber até o fim desse fatídico acordo. Engraçado, sorrio aliviada. Esse é problema de lidar com esse príncipe clichê, nunca sei o que esperar, por um momento pensei que ele se declararia ou alguma bobagem do gênero, gargalho com vontade deixando meu café de lado.

— Acabou? — Sua voz está mais grave que o normal, me sinto estremece, volto minha atenção para o garoto e recebo o sorriso mais cafajeste que já tive o prazer de ver, parece que ele resolveu honrar a sua fama, eu não tenho do que reclamar, mas não sei, minha intuição está gritando perigo.

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