👔Lucas Bernard👔
Podia sentir o olhar avaliador de Amber sobre mim quando cheguei em casa. Durante o caminho fiquei pensando em várias coisas. Entrei na mira de assaltantes novamente, mas por um milagre de Deus o senhor Cariston me salvou. Nunca tinha visto esse lado heroico dele, parecia que ele ocultava esse seu lado com aquela carranca que sempre era mostrada na agência, e hoje foi surreal ele com uma arma atirando neles. Naquele momento, não pensava em mais nada, só queria sair daquele supermercado e voltar o mais rápido possível para casa.
Eu havia chegado em torno de cinco minutos, talvez. Não tinha muita noção do tempo depois de tanta adrenalina, pelo menos havia deixado as compras nas prateleiras da cozinha. Os olhos de Amber não mudaram seu foco, o que ficava mais difícil em me concentrar para guardar tudo aquilo e depois explicar para ela o que realmente tinha acontecido. Conhecia bem minha melhor amiga, e por muita coisa que passamos durante nossos anos de amizade isso que aconteceu comigo hoje foi algo inesperado e bem chocante. Sabia que ela estava preocupada comigo e também sabia como tia Diana ficaria se recebesse uma ligação e descobrisse que seu único sobrinho tinha sido morto por um grupo armado em um supermercado as 8 horas da manhã.
— Fala alguma coisa, Lucas! — Exclamou Amber, com um tom de voz grave.
— Oi, desculpa. Eu só quero guardar isso, tomar um banho e esquecer o que aconteceu. — Falei voltando ao meu estado normal, sem antes observar seu olhar preocupante em mim.
— Eu fiquei com medo. Muito medo. — Amber veio até minha direção e me abraçou. — Temos que encontrar outro supermercado.
— Temos sim. — Solto uma risada, mas sem antes de dar um beijo em sua testa. — Tenho que ligar para o Rodrigo.
— Porque você tem que ligar para o seu chefe? — Perguntou curiosa, pegando o resto da compra e guardando no armário.
— Foi ele quem salvou aquela gente toda, e ainda mais! Ele me salvou de levar um tiro no meio da cabeça. — Falo pegando meu celular e discando o número dele. — E mais! Ele foi tão heroico, por um momento eu me senti como a Louis Lane com seu Superman.
— Então já ganhei outro apelido, senhor Bernard? — Ouço a voz de meu chefe do outro lado da linha.
Como assim eu não tinha escutado o toque da chamada?
— Ah... Senhor... Me desculpe por isso... — Respondo todo envergonhado, já basta o apelido no escritório, agora em uma ligação? Eu tenho que parar com isso.
— Tudo bem, eu gostei. Quer dizer, eu gosto de todos os apelidos que saem de sua boca. — Falou firme, sem sair do seu ar sério de advogado. — A propósito, chegou bem?
— Ah! Cheguei sim senhor, muito bem. — Vivo, graças a Deus, mas não sei por quanto tempo. — E o senhor, chegou bem?
— Cheguei sim! Obrigado por perguntar. — Respondeu, mas logo o silencio entre nós dois se formou.
— Senhor? — Chamo-o, porque ficamos mais de segundos sem falar.
— Sim Lucas?
— Muito obrigado. — Falo assim que Amber tinha saído da cozinha. — Obrigado mesmo.
— De nada Lucas, era a minha obrigação salvar aquelas pessoas. — Respondeu, dando uma pausa curta. — E ainda mais, a minha maior obrigação era te salvar daqueles monstros!
A mesma sensação de queimação que eu tive na boate, estava tendo com aquele diálogo com meu chefe. Ele realmente foi para me salvar, que cavalheiro! Só que não posso esquecer que ele muda de temperamento muito rápido.

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A Proposta
RomanceLucas Bernard é um jovem francês que veio muito cedo para a cidade de Detroit, Michigan, a procura de novos ares para sua futura profissão como advogado. Logo após Lucas entrar na faculdade, consegue um emprego como secretário de uns dos advogados m...