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Acabei adormecendo no tapete da sala, o cansaço era tanto que não consegui terminar nem o episódio de Friends que Em havia colocado. Acordei no meio da madrugada com a tv ligada, e várias imagens de séries passando na tela como uma espécie de protetor. Olhei para o lado e vi que Emilly também dormia. Levantei e levei nossa bagunça para a cozinha, voltei desliguei a tv e chamei minha amiga para irmos para a cama. Conferi meu telefone e já se passava das 3 da madrugada, havíamos dormido muito no chão e tenho certeza que no dia seguinte nossa coluna reclamaria.

Me joguei na cama voltando a me enrolar nas cobertas e no momento seguinte que abri os olhos, já eram sete horas. Meu celular despertava de forma escandalosa e eu tinha certeza que havia acabado de fechar meus olhos.

Levantei de forma preguiçosa e segui para o banheiro. Fiz minha higiene matinal pensando em que roupa usaria. Lembrei da mala que Em me deu e então sorri involuntariamente. Segui em direção ao meu quarto e abri a mala em cima da cama, escolhi um vestido preto justo ao corpo, coloquei uma meia calça preta e uma bota de salto baixo. Por cima coloquei um sobretudo e sorri com o resultado. Penteei meus cabelos os deixando soltos e segui para a cozinha, a maquiagem eu faria depois do café.

Minha amiga já se encontrava arrumada e digitava em seu celular freneticamente enquanto a cafeteira fazia seu trabalho. Em questão de segundos o maravilhoso aroma de café preto preencheu o ambiente e Emilly finalmente se desprendeu do telefone o largando em cima da bancada.

— Vejo que já pegou umas das roupas que eu te dei. – Minha amiga sorriu e me entregou uma xícara de café fumegante.

— O que você acha? Fiz a escolha certa? – Perguntei um pouco incerta levando a xícara aos lábios e soprando um pouco a fumaça.

— Você está linda, Andy. Só falta uma maquiagem. Passa no setor da Runway quando chegarmos na revista.

Sorri e assenti. Não havia pensado nessa possibilidade, mas não posso negar que é uma ótima ideia.

— Em, quanto a mala, você se importa se eu deixar ela no seu carro e pegar ela no fim do dia?

— Claro que não, eu ia lhe sugerir isso. Quando o expediente acabar eu te levo em casa com a mala.

Terminei meu café e segui em direção a pia lavando a xícara. A cozinha de Em era pequena. Havia uma pia de mármore que ocupava toda uma parede. Por cima dela um armário e distribuídos na bancada havia a pia e alguns eletrodomésticos como a cafeteira, uma torradeira e um micro-ondas e acoplado as bancadas haviam mais armários em baixo e uma lava louças que eu nunca vi funcionando. Ao lado esquerdo próximo a uma báscula estava posicionado o fogão e do outro lado da bancada estava a geladeira. Na parede ao lado da porta havia uma pequena mesa de quatro lugares encostada. Como Em morava sozinha e não recebia muitas visitas que não fossem eu e seus pais, não havia necessidade de algo maior segundo ela.

Segui de volta ao meu quarto e arrumei toda a bagunça que fiz no dia anterior. Peguei meu telefone e a mala e fui em direção a sala para esperar Em. Quando minha amiga chegou, pronta para irmos embora, já estava vidrada em seu telefone novamente. Se eu bem conheço, afundada em trabalho. Saímos de casa e seguimos para o carro. Emilly abriu a porta de trás do carro dizendo que não havia necessidade de colocar a mala no porta-malas, já que éramos só nós duas.

Sentei ao seu lado no banco de carona e afivelei o cinto. Minha amiga digitou mais algumas coisas de forma furiosa em seu telefone e o largou de lado entre suas pernas. Seguimos então, boa parte do caminho em silêncio, Em parecia muito concentrada em algo, repassando várias e várias vezes a mesma coisa em sua mente. Foi então que eu me lembrei: a reunião que Rebecca havia me dito. As coisas na revista deveriam estar um caos, mas eu estava bem adiantada. Rebecca havia me dito para chegar as nove, mas como minha amiga entrava as oito, sete e meia nós saímos de casa e as sete e quarenta e cinco Emilly parava seu carro em frente ao Elias-Clark e entregava a chave ao manobrista.

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