THREE

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03|PROBLEM

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03|PROBLEM

Depois do beijo, Carlisle fugiu de mim como o diabo foge da cruz. Eu só lembro que ao abrir os olhos ele não estava mais lá, como num passe de mágica. Ainda o procurei com olhos e chamei por seu nome mas ele realmente não desejava me ver. E não é pra menos, até eu estou curiosa por esse estranho interesse que ele tem por mim.
Passaram-se cerca de dois meses desde esse fatídico dia — dois dias depois do ocorrido eu voltei para São Francisco, minha formatura foi um sucesso fiquei feliz por Charlie ter ido me acompanhar pois achei que esse seria mais um momento solitário para mim; depois de uma semana na Califórnia nós voltamos para Forks, desde então eu estou procurando um apartamento, até porque eu não vou morar com meu irmão para sempre. Se até a filha dele já saiu de sua casa porque eu devo ficar?
Nosso relacionamento vem apresentando melhoras e as coisas pareceram funcionar do maneira certa.

— Eu vi que os Donavan's estão querendo se mudar. — falei para Charlie.

— Sim, e suponho que você esteja interessada na casa deles que logo estará a venda, não é mesmo? — ele responde.

— Você sabe que não vou ficar aqui pra sempre. — disse o olhando de canto.

Charlie suspirou olhando o seu jornal (tenho quase certeza que ele havia se perdido na leitura), era possível ver o vapor de seu café quente subir e o cheiro de café forte exalava por toda a cozinha. Aquilo era relaxante mas Charlie estava um pouco apreensivo.

— Não precisa ficar amuado, eu não vou fugir. — disse me virando pra ele — Só dormir em outra casa.

— Eu tô depositando minha confiança em você novamente, Cat. — ele respondeu antes de se levantar.

— Não vai se arrepender, velhote — falei rindo sem olhá-lo.

Sinto algo macio se chocar com meu rosto, Charlie havia jogado uma almofada na minha cara. Olhei para ele e vi um sorriso brincalhão estampado em sua face.

— Não sabia que vovôs ainda brincavam de guerra de travesseiros. — o provoquei escondendo um sorriso travesso atrás da almofada.

— O quê? Não — ele colocou a clássica feição carrancuda — Sei que Bella casou mas... vovô? Cedo demais, não acha?

— Não é impossível —, dei ombros — vovô.

— Ok, já chega. Tô indo, se cuida. — disse colocando a xícara na pia.

— Te chateei?

— Não titia. — falou antes de sair porta a fora.

Ele tentou mesmo me provocar me chamando de titia? Não é como se eu desejasse ser mãe. Ouvi algumas pessoas pensarem sobre ser mãe e como é ter um filho, mas não consegui sentir nada. Não conseguia mais sentir o que as pessoas sentiam, só ouvia seus pensamentos e aquilo já o suficiente para saber como alguém estava se sentindo mas não era o suficiente se eu não sabia a intensidade do sentimento. Desde aquela manhã que eu li parte dos pensamentos de Carlisle; na verdade depois de um tempinho percebi que não consegui ver quase nada; eu não consigo mais sentir, mas eu ouço o que as pessoas pensam e vejo as lembranças que têm. Meus dons estavam em uma espécie de desenvolvimento, a cada dia descobria um jeito novo de habilitar certas coisas.

Aquela manhã eu procurava por um estágio de psicóloga na clínica da cidade, eu já havia me inscrito e mandado o meu currículo completo agora era só esperar o resultado.
Meu celular tocou e antes de atender vi que o número era de Charlie.

— Charlie, algum problema?

Sim —, suspirou — Bella ficou doente, parece que vão prolongar a lua de mel.

— O quê? Parece que a parte "na doença" já está sendo abordada com muita antecedência. — apesar da ironia eu disse séria.

Pois é, Jacob soube e foi em disparada pra casa dos Cullen —, deu uma breve pausa — como se a culpa fosse deles.

— O garoto gosta da Bella? Que idiota.

Cat, vi que o Billy não pôde fazer nada então eu quero que você vá atrás do Jacob. — suspirei — O garoto pode arranjar uma tremenda encrenca.

— Quer que eu sirva de babá para o desiludido? — respondi com a voz um pouco mais alterada.

Cat, não só por isso. Talvez os Cullen diga algo a mais sobre Bella, até porque não me deram tantas informações sobre ela.

Tudo bem —, respirei fundo — eu vou.

Certo... tchau, qualquer coisa me liga.

— Pode deixar, tchau. — respondi e guardei o celular no meu bolso, peguei meu casaco e minha chave antes de sair de casa.

Entrei no meu Mitsubishi Lancer 2000, ele era meu dengo. Parte do salário que eu recebia como bartender era guardado até eu conseguir comprar o meu segundo carro, sim esse era o segundo; o meu primeiro carro meus pais me deram quando eu ainda tinha catorze anos, eu não tinha tanto interesse em aprender dirigir então quando completei meus dezoito, o vendi. No fundo eu sabia que meus pais só me deram o carro cedo demais porque eles sabiam que a morte estava próxima.
Eu dirigia a 150 por hora mais não me importava tanto assim com a velocidade, era uma raridade passar qualquer veículo por ali e também com o jeito que Charlie falou Jacob estava indo tão depressa quanto eu. E mais uma vez me pego pensando no porquê de está indo atrás daquele garoto, ele não era nossa responsabilidade e também o que eu falaria? O mandaria parar e pedisse que ele voltasse para a sua casa o mais rápido possível? Quem iria me assegurar que o pirralho iria me ouvir ou não?
Não lembro desse garoto ser tão idiota a ponto de procurar a família do marido da garota que ele gosta só porque ela pegou uma febre ou algo assim, pelo que eu sei Carlisle é médico.
Carlisle... Fiquei tão nervosa pensando no comportamento infantil do Black que me esqueci completamente que estava indo de encontro com ele, não exatamente indo encontrá-lo mas, querendo ou não, eu tinha chance de encontrá-lo lá. Comecei a batucar no volante no ritmo de uma música qualquer que tocava na rádio. Estava visivelmente mais nervosa que a alguns minutos atrás. Maldito Cullen. Minha vontade era de dar a volta e ir direto para a casa do Charlie e me esconder debaixo dos cobertores do antigo quarto de Bella, mas não era bem assim que as coisas iria acontecer, eu teria que enfrentar o que me espera.
Não tive tempo de pensar mais pois eu conseguia ver a moto de Jacob jogada ao pé de uma árvore, parece que o pentelho vai precisar de carona pra casa — pensei.
Sai do carro e fui em disparada para a casa da nova família de Bella. A porta já se encontrava escancarada (provavelmente foi o Jacob com seu temperamento estranhamente alterado) e isso facilitou a minha entrada na casa, as pessoas ali deviam estar ocupadas demais com o Black descontrolado para ter que vir atender alguém.

— Jacob. — pude ouvir uma voz serena e abatida, Bella?

Ela estava aqui? Como? Por que eles mentiriam? Estavam mesmo escondendo a garota ali?
Acelerei meus passos e encontrei o todas as minhas respostas.
Vários olhos topázios me encaravam surpresos o suficiente para estarem com as suas bocas rosadas entreabertas, se eles não fossem tão alvos eu diria que estariam pálidos.

— Bella —, tive a visão da menina que antes saudável, agora estava... horrível — O que faz aqui? E por que está assim?

Jacob me olhou e se afastou um pouco de Bella deixando visível a sua barriga enorme de... grávida?

— Ah, meu deus! — exclamei e pus minhas mãos sobre a boca horrorizada — O que está acontecendo com você?

Eu não conseguia raciocinar direito, era muita informação. A dois meses atrás ela se casava saudável e com toda certeza eu não sentir ser nenhum junto dela.

— O quê fizeram com você? — meus joelhos foram de encontro com o chão e eu já sentia as lágrimas molharem minhas bochechas.

— Eles a mataram. — respondi Jacob.

Nunca concordei tanto com aquele garoto.








Deixando pra vocês mais um capítulo.
E aí, como acham que a Cat vai lidar com isso?
Bom, espero que tenham gostado.
Beijos de luz e se hidratem!

𝐂𝐚𝐭 𝐒𝐰𝐚𝐧 | twilightOnde histórias criam vida. Descubra agora