Primavera na Montanha

Capitulo 8

Ino pov

- Estratégias? - perguntei confusa-
- Sim. Você disse que acha que ela não vai te retribuir. Você está se recuperando de uma depressão e o ideal é que você fique estável.
Comecei a entender. Um coração partido poderia fazer com que aqueles sentimentos ruins voltassem.
- Vamos pensar nas duas possibilidades primeiro - ela preparou a caneta para anotar no bloco - Como você agiria se a Sakura te correspondesse?
Meu coração bateu mais rápido.
- Eu ficaria imensamente feliz. Iria querer namorar com ela e fazê-la feliz- disse feliz-
- Entendo- a médica disse anotando- E se ela não te correspondesse?
- Eu ficaria triste, mas eu já espero isso. - disse com um desânimo na voz - Não veio esperanças de que um dia ela vá me amar mais do que como uma amiga.
A médica fez um aceno de cabeça e parou de anotar.
- As estratégias que eu mencionei, seriam para você não criar expectativas, mas você já prática isso. Há também outros métodos, caso você se sinta mal. Como ocupar sua mente com atividades que você goste e descobrir mais sobre você.
- Como assim? Descobrir mais sobre mim?
- Caso você fique muito triste por não ser correspondida, você poderia se conhecer mais. Praticar os hobbies que gosta, descobrir novas atividades, conhecer novas pessoas, em resumo seria para fazer atividades estimulantes.
Balancei a cabeça de modo afirmativo. Estava entendendo do que ela estava falando. Se Sakura não me amasse, eu teria que aceitar a dor, mas não ser consumida por ela.
- Eu entendo. Muito obrigada, doutora- disse sorrindo-
Continuamos a consulta. Falei dos meus outros sentimentos. Em relação a morte do meu pai, sobre a guerra e sobre meu dia a dia.
Eu sentia que essas consultas me ajudavam, porque toda vez que eu entrava, saía mais leve. Os sentimentos ruins e as crises de choro, ficaram menos frequentes. É claro que, havia vezes, que eu só conseguia chorar e ficar deitada, mas eu ficava  melhor.
Saí da consulta e fui para casa. Percebi que a Sakura não havia chegado, então subi para o quarto para pegar um pijama e tomar banho.
Eu e Sakura estávamos dormindo no mesmo quarto. Ela, num colchonete no chão, e eu na cama. Tentei insistir para que fosse o contrário, mas ela não aceitou.
Entrei no quarto e vi que ela havia dobrado e deixado seu baby doll em cima do colchonete.
Ela sempre foi tão organizada. Sempre atenciosa com suas coisas.
Soltei um longo suspiro e peguei o pijama que vestiria após o banho. Entrei no banheiro e comecei a tirar a roupa. Estava distraída quando olhei para a pia e vi a escova dela ali.
Não tinha como negar que era dela, afinal estava cheia de seu cabelo rosa.
Eu não parava de pensar nela, afinal, ela estava em todas as pequenas coisas.
Entrei no box e liguei o chuveiro. Eu teria que me forçar a esquecê-la. Daqui a uma semana ela vai embora.

Sakura pov

Quando eu falei aquela frase, senti meus ombros leves e toda a confusão no meu peito sumir.
Eu estava apaixonada pela Ino. Não havia mais como negar.
- Continue, Sakura- Tsunade pediu atenta-
- Ela estava passando por um período difícil, então eu fui ajudá-la. Morei na casa dela por esses dias e só ficamos mais próximas. Quando percebi, eu só pensava nela. Achei que era só amizade e  admiração, só que...
- É mais que isso - Tsunade completou-
- Como você sabe? - perguntei confusa-
- Sou mais velha que você, Sakura. Já vi companheiras de batalha na sua situação. - ela respondeu, parecendo se lembrar de tempos distantes. -
- A questão é que ela nunca vai sentir o mesmo por mim. Tenho medo de confundir amor com amizade e ela fazer que nem o Sasuke fez.
- Eu não acho que Ino seria esse tipo de pessoa - Tsunade respondeu- Sabe, minhas colegas tentavam ao máximo fazer com que seus sentimentos fossem respondidos, mas se isso não acontecia elas seguiam em frente.
- O que você quer dizer com isso? - disse cruzando os braços-
- Digo que você está desistindo da batalha sem nem ter lutado.