Abro a porta.
Primeiro dia de um novo tempo?
Com o rosto livre sinto o vento.
E com a coragem que a dias me faltava.
Me embrenho no movimento.A passos cada vez mais diminutos.
Encontro barreiras que se erguem.
Sendo apoiadas por mais corpos.
Com o passar dos minutos.Nas rádios e nas bocas.
Notícias que há muito não se ouvia.
Deixando no ar um tom, um cheiro.
Uma sensação, uma melancolia.Prazeres que outrora dormentes.
São expostos como fraturas.
Ou se equilibrando no asfalto esburacado.
Ou por horas a fio no asfalto quente.Respirar fundo.
Voltou a ser um gesto banal.
Nos resta apenas chegar a sexta feira.
Para constatar que tudo voltou ao normal.