Um amor depois do outro { Jikook }

- 3.1

Homens que se parecem com esse belo espécimen normalmente não me notam, principalmente na academia. De acordo com a minha experiência, caras super gatos não se interessam por caras sem graça, com formas angulares e tamanho P, que correm vestindo camisetões. Eles preferem as coelhinhas siliconadas da Playboy que, de alguma forma misteriosa, saem da aula de spinning com o cabelo perfeito e a maquiagem intacta.

Não é que eu não me ache atraente; eu sei que posso ficar bonito. Mas, considerando que neste momento meu rosto se parece com uma hemorroida particularmente irritada, eu duvido que minha aparência pós-treino esteja me mostrando em meu melhor momento.

— Obrigado — digo —, mas eu tento não sair com homens que se encantam com minha falta de jeito. Não é justo com eles. Quer dizer, você nunca mais vai olhar pra outras pessoas. Você é jovem, ainda tem toda uma vida romântica pela frente. Estou te dispensando porque me importo. E porque é muito estranho ser chamado para sair por alguém tão bonito quanto você.

Ele olha para baixo.

— Uau, desastrado e altruísta? Você já me ganhou.

Ele então me olha com aqueles incríveis olhos e, sem querer, eu me pego encarando de volta.

— Meu nome é Mark, por sinal. E você é...?

Sem pensar, eu aperto a mão dele. Ela é quente, áspera e envolve a minha completamente.

— Jimin. Park.

— Prazer em te conhecer, Jimin.

— Igualmente, Mark.

Ele se aproxima um pouco enquanto aperta minha mão suavemente. O resultado disso é que todo o meu corpo é percorrido por arrepios. A reação é tão forte e inesperada que eu preciso me afastar e respirar um pouco.

Meu Deus, qual é a desse homem? Eu não me sinto tão atraído por alguém desde... Na verdade, eu não me lembro de algum dia já ter sentido esse tipo de atração. Normalmente eu foco nos caras que são bonitos, mas não extraordinários. E esse cara é definitivamente extraordinário. Atraente de formas que eu nunca havia imaginado. É exatamente esse tipo de conexão que eu tento evitar.

Me sentindo desorientado e um pouco mais do que apenas fora do meu território, eu me viro para a esteira e pego minha garrafa d'água.

— Bom, prazer em te conhecer, Mark. E obrigado por me salvar de um nariz quebrado.

— Você já vai?

— Sim. Alguém precisa trabalhar pra pagar as contas.

— Bom, talvez eu te veja por aí? Estou aqui quase todo dia. Ele soa tão esperançoso que sinto uma onda de arrependimento.

— Sim, talvez. Tchau.

Ele sorri quando eu passo por ele e, mais uma vez, sinto um embrulho no estômago que me deixa alerta. Eu estou acostumado a me sentir vagamente atraído por homens, não a sentir essa coisa que ele está causando em mim. É inesperado, perturbador, e eu tento me livrar disso enquanto caminho para o chuveiro.

Eu não sou uma pessoa que costuma viver esses encontros de comédia romântica. Eles são para mulheres com estilo de protagonista, e esse não sou eu. Se minha vida fosse um filme, alguém como a minha irmã seria a personagem principal, e eu acabaria sendo o amigo inteligente que não tem problemas para conseguir sexo, mas está mais interessado em homens como um esporte radical, não como parceiros de vida. Enquanto eu termino de tomar banho e me visto, tento tirar Mark da cabeça. A dura verdade é que, não importa quão bonito e sexy ele seja, se ele se interessou por mim, o palpite mais seguro é que ele seja algum tipo de babaca disfarçado. E, por mais que eu não me importe de ir para a cama com babacas, ir a encontros com eles não me parece divertido.