Capítulo dez

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Acordei pela manhã com os gritos eufóricos da Lis, ela pulava na cama e gritava "Vamos Sam, acorda!", ela parece muito mais infantil que eu, isso é realmente possível?

Enfim, me levantei com dificuldades e um pouco de dor de cabeça pela algazarra toda da Lis, ela me disse para me preparar pois iriamos treinar essa manhã, e disse também que hoje à noite teria um baile para mim com todos os cidadãos do distrito, o que significava vestidos chiques e sapatos altos, coisas as quais não combinavam comigo de jeito nenhum.

Me permiti demorar uma pouco mais no banho, mesmo com a Lis batendo na minha porta de cinco em cinco minutos, ao sair ela já não estava no quarto, essa garota consegue ser mais agoniada e imperativa do que eu, sobre a cama havia uma roupa de treinamento, uma calça de couro preta e uma blusa solta que me deixava livre para me movimentar o quanto quisesse, e botas confortáveis.

Depois de alguns minutos Lis aparece vestindo algo parecido, seus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo. Ela trazia em suas mãos uma bandeja prateada com algumas frutas, e sucos o que acredito ser meu café, ela me encarava, parecia brava.

- Oh Sam, ainda não está pronta? Que demora para se aprontar para um simples treino – Ela revirou os olhos, deixando meu café sobre a cama, claramente irritada comigo, o que foi engraçado – Venha, sente-se aqui, deixe me arrumar seus cabelos – Disse ela apontando para a penteadeira, onde havia um banco e espelhos grandes

Ela fez uma trança firme em meus cabelos, ela era habilidosa e não demorou nada para me aprontar, comi um pouco enquanto ela me apressava, logo saímos do quarto, ela andava tão rápido que já estávamos quase correndo pelo palácio, chegamos em grandes portas, mas elas não levavam para fora, e eu como uma boa curiosa que sou queria muito saber onde estávamos

- É o tesouro real, vamos pegar suas armas – Lis diz lendo meus pensamentos, concordo com um murmúrio e ela abre revelando várias coisas, a coroa que vi naquela visão, tanto a que seu avó usava quanto a que ela recebeu

Num canto haviam três coroas delicadas que me chamaram muita atenção, em cima delas três pinturas, do que acredito serem seus donos, no centro uma bela moça de olhos negros e cabelos rosados, à sua esquerda um homem robusto, ruivo, seus olhos também negros como a noite brilhavam, à direita da moça havia outro homem, não aparentava ser um homem de grande força física, mas seu olhar profundo dizia bastante sobre si, seus olhos verdes davam suavidade para a sua expressão firme, seus cabelos loiros o deixavam mais belo ainda

- São os primeiros guardiões – Disse Lis adivinhando mais uma vez minha pergunta – Eles nomeiam nossos distritos atualmente, Darling, a mais nova deles, Vectus, o primogênito e Rubro o irmão do meio

- Magnifico! – Digo sem palavras

- Venha escolher suas armas – Diz ela me puxando para o outro lado da grande sala, onde havia uma porta, passamos por ela e entramos em uma saleta entupida de lanças, espadas, adagas, arcos e flechas, laços e muitas outras armas, ela continuou me puxando até um canto da saleta onde havia um estojo parecido com aqueles que guardam instrumentos musicais, estava tão cheio de poeira que mal era possível ver de que cor era

Ela abriu devagar revelando uma linda espada de punho dourado, também em seu punho havia a minha pedra preferida, o rubi, a qual fora forjada em forma de estrela, eu amei aquela arma, certamente foi amor à primeira vista.

- Sua espada é linda Lis – Exclamo admirada

- Quem disse a você que é minha? – Diz ela olhando para mim com um sorriso divertido

-Ah, entendo, a pedra é pra combinar com os cabelos dele? – Disse lembrando-me automaticamente de Daniel

- Também não é do fósforo! – Disse ela sorrindo mais ainda

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