Caos
Nunca fui sua, nem de ninguém.
Talvez eu seja minha, talvez o caos seja só meu.
Nunca fui porto seguro, nunca fui refúgio, nunca serei paz.
Nunca fui do bem, nunca serei do mal, talvez eu seja o limiar entre ambos.
Nunca fui confiável, nunca expus alguém.
Nunca fui decifrável, mais nunca enganei ninguém.Talvez eu seja louca, ou talvez apenas eu.
Talvez eu me arrependa de atos, mais não mudaria nada do que aconteceu.
Talvez eu queira liberdade, talvez meu coração queira ser preso por alguém.
Talvez eu sinta pena de todos, talvez eu ame o caos destrutivo instalado em mim.
Talvez eu peça ajuda, talvez eu morra sozinha no êxtase causado por mim.O que sou eu?
A vilã? Ou a heroína do meu mundo caótico?
A mocinha que precisa de ajuda? Ou a mulher que sabe se defender?
A menininha medrosa? Ou a jovem com desejos assassinos?
O amor ou a dor?
A tranquilidade ou o horror?A verdade é que nunca saberemos.
Talvez um dia possamos desvendar o que existe além dessa linha tênue entre o certo e o errado.
Um dia poderemos nós dançar na chuva sem se preocupar com limites?
Poderei eu morrer e renascer como uma fênix, vivenciando a imortalidade acompanhada do desejo sublime de morrer?Poderemos nós descrever o amor? Ou mesmo senti-lo em nossos corações congelados pelo vento frio da decepção?
Ah, é claro que não.
Pessoas caóticas trazem confusão.
Serei eu só uma ilusão?
Uma utopia sobre o que você sempre sonhou?
Serei eu tua perdição?
Ou o estopim da sua loucura?Nesse mundo repleto de cópias, seremos nós diferentes? Por não sentir nada? Ou por sentir tudo?
Seria isso a glória ou o inferno?
Seremos merecedores de tudo isso?
Seria eu alguém que mereça sacrifícios?
Seria eu uma humana digna de sentimentos?
Eu sou destrutiva de mais para arriscar ficar.Te deixo livre.
Pode voar passarinho.
Eu voarei também.
Pra bem longe disso.
Por que sabemos que,Nunca fui sua, nem de ninguém.
Talvez eu seja minha, talvez o caos seja meu.—Dani Santos