Five

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00h50min

  Jungkook assim que adentrou a casa do ômega sentiu seu aconchego. Seu interior era caracterizado por um aspecto fofo, tendo como principal fator ali presente a organização. Com certeza se diferencia de seu apartamento, já que o moreno ao menos fazia a questão de arrumar a sua cama ao acordar. 

  Isso é até compreensível por parte do alfa, até porque devido a falta de visão do aloirado, a percepção do que se encontra ao seu redor é indispensável. E todos os seus pertences se encontram em mais perfeita ordem, fazendo Jungkook temer tocar em qualquer objeto, por parecer ter sido fabricado pelo vidro mais sensível já existente. Retirou seus sapatos os deixando perto da porta, assistindo Jimin fazer o mesmo porém estava sentado em uma cadeira que Jeon supôs estar ali como meio de ajuda. O Park abandonou a bengala perto do cabide onde alguns casacos grossos eram jazidos, ato que fez o moreno arregalar minimamente os olhos por pensar no quanto Jimin conhecia a própria casa. 

  O ambiente agora iluminado pela luz central mostrava uma casa com suas paredes pintadas em um tom branco suave, porém necessitava de um urgente retoque em algumas áreas. A precariedade do lugar também era visível graças a algumas rachaduras nos cantos superiores das paredes e o começo de uma mancha de mofo se encontrava no teto. Todavia, a mobília estava em boa qualidade e eram muito bonitas na visão de Jungkook, achando que tudo ali possuía uma graça do ômega 

  O loiro andava pela mesma despreocupado, vez ou outra repousando sua mão na almofada de uma poltrona ou na madeira da cadeira para se situar em qual cômodo se encontrava. Caminhou até a cozinha onde era-se possível ser enxergada perfeitamente da porta e composta por apenas um pequeno armário, geladeira, fogão e uma bancada na frente da pia. Assim que suas mãos tocaram a textura da geladeira, a mesma fora aberta e de dentro de si fora retirado uma jarra de água feita em vidro. 

  Por alguns segundos Jungkook se preocupou, o fazendo involuntariamente chegar mais perto do ômega com medo de um possível acidente. Todavia, a preocupação evaporou de seu ser assim que Jimin colocou o líquido gelado em um copo, esbanjando uma perfeita tranquilidade e logo em seguida estendendo o objeto ao alfa, tendo consciência de que ele estava próximo. 

  - Obrigado. - Agradeceu, bebendo todo o conteúdo que jazia no copo, observando o aloirado guardar a jarra novamente na geladeira. 

  Este era tão independente. Jungkook ainda se assustava como a cegueira em parcial não limitava Jimin de ser quem ele quiser ser, de fazer o que ele deseja e de ir aonde ele almeja. 

  - Quer passar a noite aqui, Jeon? Já tá muito tarde para você sair nas ruas. - Jimin perguntou no momento em que o alfa lhe devolveu o copo, tremendo de leve a mão estendida. - V-você está bem? Sua mão está tremendo…

  - E-eu estou bem sim, Jimin. O-obrigado pelo convite, m-mas é melhor eu ir embora. 

  Jungkook não poderia ficar. Não antes de descobrir o que estava sentindo por Jimin. Sabia que se passasse uma noite em sua casa, por mais que dormisse no sofá da sala, o teria em sua mente o assolando por toda a madrugada. E o alfa não saberia o que poderia lhe ocorrer ao saber que compartilhava do mesmo recinto de uma pessoa ao qual não saía de seus pensamentos. Seu lobo interior o cegaria e removeria seu bom senso e valores éticos ao já ter consentimento do que estava acontecendo com o moreno. Tudo o que mais desejava era poder revê-lo mais uma vez, esperar mais um dia inteiro até a chegada do loiro ao seu apartamento lhe assemelhava a mais impiedosa tortura já existente. Queria ficar ao lado daquele ômega pequeno, o envolver em seus braços e mostrar a ele o apoio que possui para suas condições, mostrá-lo que compreende seus sentimentos de solidão e da pressão que sofre da sociedade a fora. Essa pena sem sentido que outros inventaram para designar a pessoas especiais, isso ele almejava dizer ao Park. Se Jimin chorasse, o abraçaria, daria tudo para poder tocá-lo mais uma vez, sentir seu cheiro lhe  entorpecendo e arriscar lhe roubar um beijo. Um beijo sem malícia, regado de amor e compreensão alheia; queria tirar a prova concreta se daqueles lábios poderia se ter da carne mais macia e avermelhada como aparentam ter. Se sentir feliz ao perceber que o ósculo fora correspondido e partir para toques mais quentes, apertando a cintura fina do loiro, ou até mesmo o puxando para o seu colo a fim de ter seu corpo mais perto do seu. 

Love doesn't need to be seenOnde histórias criam vida. Descubra agora